10.000 A.C.

Ah, 10.000 A.C.. O nome por si só já evoca uma era de titãs adormecidos e desafios que mal conseguimos imaginar confortavelmente do nosso sofá em 2025. Sabe, de vez em quando, a gente sente uma pontada de curiosidade por filmes que prometem mundos, mesmo que a promessa seja um pouco… exagerada. E foi exatamente essa a sensação que me puxou de volta para esta produção de Roland Emmerich – um diretor que, sejamos sinceros, não se destaca pela sutileza, mas sim pela grandiosidade de suas visões apocalípticas ou, neste caso, pré-históricas.

Eu me lembro perfeitamente da época do lançamento, lá em 2008. O burburinho era sobre mamutes e tigres-dente-de-sabre na tela grande, uma oportunidade rara de mergulhar em um passado que a escola nos ensinou em preto e branco, mas que o cinema queria colorir com CGI vibrante. E Emmerich, com seu toque inconfundível, não desaponta em termos de escala. Ele entrega uma tela que mal consegue conter a vastidão de um mundo não domado, onde a cada passo espreitam perigos que fariam qualquer um de nós, acostumados com nossos aplicativos e carros autônomos, tremer de medo. É um espetáculo visual, sem dúvida, e é por isso que, mesmo com todas as suas idiossincrasias, o filme ainda consegue chamar a atenção. É quase como observar um diorama de museu que, de repente, ganha vida, com suas figuras de cera se movendo e respirando.

A Odisseia Pré-Histórica de D’Leh

No coração dessa epopeia está D’Leh, interpretado por Steven Strait, um jovem caçador de mamutes que mal se encaixa nos moldes de um herói clássico. Ele não é um gigante, nem o mais forte, mas tem algo que transcende a força bruta: a pureza de seu amor por Evolet (Camilla Belle). Ah, Evolet! A personagem que inspira a jornada, a musa que move montanhas – ou, neste caso, faz com que um pequeno grupo de caçadores enfrente um império inteiro. É um clichê, sim, mas um clichê que, em um filme de aventura, ainda tem seu charme. Pensemos bem, o que seria do herói sem sua amada sequestrada para resgatar? Seria apenas um caçador de mamutes com um dia de trabalho normal.

A trama é bastante direta: quando guerreiros misteriosos invadem a aldeia montanhosa de D’Leh, sequestrando Evolet e outros membros da tribo, ele se vê compelido a liderar uma perigosa expedição de resgate. É uma jornada que nos leva através de paisagens de tirar o fôlego, desde florestas densas até desertos escaldantes, sempre com a promessa de um confronto épico no horizonte. É aí que a mistura de gêneros – Aventura, Ação, Drama e Fantasia – realmente se manifesta. A ação é constante, o drama é impulsionado pela urgência do resgate, e a fantasia surge nas liberdades históricas que o filme se permite, como pirâmides sendo construídas em um período que a arqueologia dificilmente corrobora. Mas, veja bem, estamos aqui para nos divertir, não para uma aula de história.

Atributo Detalhe
Diretor Roland Emmerich
Roteiristas Harald Kloser, Roland Emmerich
Produtores Roland Emmerich, Mark Gordon, Michael Wimer
Elenco Principal Steven Strait, Camilla Belle, Cliff Curtis, Nathanael Baring, Mo Zinal
Gênero Aventura, Ação, Drama, Fantasia
Ano de Lançamento 2008
Produtoras Centropolis Entertainment, Legendary Pictures, The Department of Trade, Industry and Competition of South Africa, Moonlighting Films, Warner Bros. Pictures

O Elenco em Meio ao Caos e à Grandiosidade

Steven Strait e Camilla Belle, como os amantes separados, formam um par que tenta ancorar a narrativa em meio a tanto CGI e paisagens colossais. A interpretação de Strait para D’Leh é a de um homem simples que se vê empurrado para uma liderança improvável, e ele o faz com uma vulnerabilidade que é, no mínimo, admirável. Camilla Belle, por sua vez, empresta a Evolet uma aura quase mística, uma figura luminosa que se torna o farol na escuridão da busca de D’Leh.

Mas não podemos esquecer de Tic-Tic, interpretado pelo sempre confiável Cliff Curtis. Ele é o mentor, a bússola moral de D’Leh, uma presença forte e sensata em um mundo que parece conspirar para esmagá-los. Se D’Leh é o coração da missão, Tic-Tic é a sua espinha dorsal, o veterano que já viu de tudo e continua a lutar. E temos outros rostos, como Nathanael Baring como Baku e Mo Zinal como Ka”Ren, que, embora com menos tempo de tela, contribuem para a tapeçaria da tribo, dando a D’Leh um pequeno mas leal grupo de guerreiros. São eles, essas figuras mais “sapientes” e desenvolvidas, que nos ajudam a sentir que há algo mais do que apenas a bruteza da pré-história.

Emmerich: O Mestre do Espetáculo (e da Controvérsia)

Quando falamos de Roland Emmerich, estamos falando de alguém que entende de criar cenas de impacto. Ele é o tipo de diretor que não apenas filma uma manada de mamutes; ele faz você sentir o chão tremer enquanto eles correm. E não é só isso. Ele consegue te transportar para um tempo primitivo, onde cada arbusto pode esconder um tigre-dente-de-sabre e cada montanha é um desafio colossal. Os produtores, incluindo o próprio Emmerich, Mark Gordon e Michael Wimer, juntamente com estúdios como Centropolis Entertainment e Warner Bros. Pictures, claramente investiram pesado na visão de um mundo selvagem e inexplorado.

No entanto, o filme não é isento de suas controvérsias, especialmente para aqueles de nós que buscam mais do que apenas o espetáculo. Lembro-me de uma crítica que dizia: “É ‘épico’ na medida em que os filmes de Emmerich sempre são, mas isso não deve ser confundido com ‘bom’. Se você quer aprender algo verdadeiro, ou sentir uma emoção, procure em outro lugar. Mas se espetar um mamute com um bastão é mais a sua praia, você provavelmente conseguirá lidar…” E sabe, há uma verdade incômoda aí. 10.000 A.C. é um filme que abraça sua simplicidade narrativa em favor de uma experiência visual avassaladora. Ele não se propõe a ser um tratado histórico ou um drama psicológico profundo. É uma aventura, pura e simples, com um caçador, sua amada, e muitos obstáculos gigantes.

Ainda assim, não é totalmente desprovido de charme. Há momentos em que a ingenuidade da história se torna parte de sua atração. A jornada de D’Leh, por mais que siga o manual do herói, ainda nos faz torcer por ele, mesmo que seja por um breve momento de puro escapismo. E, para ser franco, às vezes é exatamente isso que a gente procura no cinema: uma pausa do mundo real, uma chance de testemunhar algo grandioso, mesmo que logicamente improvável. O filme pode não ter deixado uma marca indelével na história do cinema, mas certamente conseguiu me transportar para um tempo onde a sobrevivência era a única regra, e o amor, uma motivação tão antiga quanto a própria humanidade, era a força mais potente de todas. É um daqueles filmes que você assiste para sentir a adrenalina, não para debater filosofias complexas. E, para alguns de nós, isso basta.

Trailer

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