13: O Musical

13: O Musical: Uma Odisséia Adolescente Entre Nova York e Indiana (E um Bar Mitzvah)

Há quase três anos, em 2022, o mundo do streaming nos presenteou com uma adaptação cinematográfica vibrante e, para muitos, inesperada: 13: O Musical. Baseado na aclamada peça da Broadway, este longa-metragem da diretora Tamra Davis chegou às plataformas digitais com a promessa de capturar a essência tumultuada e efervescente da pré-adolescência, embalada em canções cativantes e coreografias energéticas. E, como um crítico que ainda guarda cicatrizes (e algumas boas lembranças) da própria adolescência, mergulhei nesta produção com uma mistura de ceticismo e esperança.

A premissa é simples, mas ressoa com qualquer um que já se sentiu deslocado. Conhecemos Evan Goldman (Eli Golden), um garoto de Nova York que vê seu mundo virar de cabeça para baixo quando seus pais se divorciam. Deixando para trás a efervescência da Big Apple, ele é arrastado para a pacata Indiana, onde a realidade se choca com seus planos grandiosos. Aos treze anos, com o Bar Mitzvah se aproximando, Evan tem um único objetivo: transformar sua festa de transição para a idade adulta em um evento épico, capaz de solidificar sua posição social na nova e estranha escola. Mas, claro, a vida adolescente nunca é tão simples quanto parece, e ele rapidamente se vê enredado em um emaranhado de amizades complicadas, primeiros amores e as inevitáveis hierarquias sociais.

A Harmonia (e Desafios) da Transição Palco-Tela

Atributo Detalhe
Diretora Tamra Davis
Roteiristas Robert Horn, Jason Robert Brown
Produtor Neil Meron
Elenco Principal Eli Golden, Gabriella Uhl, JD McCrary, Lindsey Blackwell, Frankie McNellis
Gênero Família, Drama, Comédia
Ano de Lançamento 2022
Produtora Zadan / Meron Productions

13: O Musical é um filme que vive e respira a energia de sua origem teatral. As músicas de Jason Robert Brown, brilhantemente adaptadas, são o coração pulsante da narrativa. O roteiro de Robert Horn, que também assina o texto original da peça, faz um trabalho competente em manter o ritmo frenético e o humor perspicaz que são a marca registrada da obra. Há canções que grudam na mente, com letras inteligentes que articulam perfeitamente a ansiedade e a exuberância de ter treze anos. É quase impossível não sair cantarolando “Brand New You” ou se divertir com as artimanhas dos personagens em números como “Opportunity”. Para mim, a música sempre foi a grande força de “13”, e o filme consegue entregá-la com vigor.

Tamra Davis, na direção, opta por uma abordagem visual que, em muitos momentos, reverbera a estética dos clipes musicais dos anos 2000, o que se encaixa bem com o espírito juvenil e ligeiramente exagerado da história. Ela maneja bem as transições entre as cenas dramáticas e os números musicais, garantindo que a energia não se perca. Indiana, embora um contraste óbvio com Nova York, é retratada com um charme que, embora bucólico, também serve como pano de fundo para as complexas relações sociais que Evan precisa navegar.

O elenco, composto por jovens talentos, é a cereja do bolo. Eli Golden entrega um Evan carismático e vulnerável, que nos permite sentir a pressão que ele enfrenta. Mas são os coadjuvantes que realmente brilham. Gabriella Uhl, como Patrice, a vizinha incompreendida e leal, traz uma voz poderosa e uma autenticidade que a torna a âncora emocional do filme. JD McCrary como Brett, o popular, e Lindsey Blackwell como Kendra, seu interesse amoroso, formam um par dinâmico e engraçado. No entanto, é Frankie McNellis, no papel da astuta e manipuladora Lucy Hallman, que rouba a cena. Sua capacidade de ser doce e perversa ao mesmo tempo é simplesmente brilhante, e ela entrega algumas das performances mais memoráveis.

Pontos Fortes, Fraquezas e a Alma Adolescente

Os pontos fortes do filme são inegáveis: a música é excelente, o elenco jovem é talentoso e a energia é contagiante. 13: O Musical captura com rara precisão a sensação de que, aos treze anos, tudo é uma questão de vida ou morte: uma festa, um beijo, a amizade certa. Ele aborda temas como a importância da aceitação (seja por um grupo ou por si mesmo), a lealdade versus popularidade e o desafio de encontrar sua própria voz em meio ao caos da adolescência. A questão do Bar Mitzvah de Evan, e o peso da “lenda judaica” por trás desse rito de passagem, serve como um motor narrativo inteligente para explorar a identidade e a responsabilidade.

Contudo, nem tudo é um mar de rosas. Enquanto o filme acerta em cheio em sua representação da drama adolescente, ele, por vezes, escorrega na profundidade. Para um público mais maduro, algumas das tramas podem parecer um tanto superficiais ou previsíveis. O drama do divórcio dos pais de Evan, por exemplo, é um catalisador importante, mas não é explorado com a complexidade que poderia ter, servindo mais como pano de fundo para as desventuras sociais do que como uma ferida emocional real. A transição entre os números musicais e a progressão da história, embora geralmente suave, ocasionalmente quebra o ritmo, fazendo com que o filme pareça um pouco fragmentado.

Minha grande surpresa, no entanto, foi o quanto o filme conseguiu me transportar de volta aos meus próprios dias de pré-adolescência. A sensação de querer desesperadamente se encaixar, de fazer parte do grupo “certo”, de se preocupar com as trivialidades que pareciam tão monumentais na época – tudo isso é retratado com uma honestidade que transcende a simplicidade do roteiro. Há uma autenticidade na forma como ele retrata a crueldade e a bondade que podem coexistir no mesmo grupo de amigos jovens.

Uma Conclusão com Ritmo Próprio

13: O Musical é um filme que não se propõe a reinventar a roda, mas sim a girá-la com toda a força e alegria. É uma carta de amor àqueles anos estranhos e maravilhosos em que o mundo se expande e se contrai ao mesmo tempo. É uma celebração da amizade, da busca pela identidade e da força de encontrar seu próprio lugar, mesmo quando você está longe de casa.

Para quem é este filme? Sem dúvida, é um presente para os pré-adolescentes e jovens adolescentes que se verão refletidos nas telas. É também uma ótima opção para famílias que buscam uma experiência leve, divertida e musicalmente rica. Para os fãs da obra original da Broadway, é uma adaptação digna que honra o espírito do material de origem.

Embora não alcance as alturas de outros clássicos do gênero musical, 13: O Musical cumpre seu propósito com louvor. Ele é vibrante, divertido e, em seus melhores momentos, comovente. Assistir a ele agora, em setembro de 2025, quase três anos após seu lançamento, é lembrar que algumas fases da vida são universais e atemporais, e que a música tem o poder de nos guiar através delas. Minha recomendação é clara: se você busca uma dose de nostalgia, um musical alegre ou algo para assistir com os mais jovens, 13: O Musical é uma aposta segura e charmosa nas plataformas de streaming. Prepare-se para cantar junto e, quem sabe, até reviver um pouco de seus próprios treze anos.

Trailer

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