211: O Grande Assalto

211: O Grande Assalto – Um Tiro no Pé (ou no Banco)?

Sete anos se passaram desde que 211: O Grande Assalto chegou aos cinemas brasileiros em 20 de novembro de 2019, e confesso que, ao revisitar o filme em 21 de setembro de 2025, a minha reação foi bem parecida com a de alguns críticos da época: uma mistura de frustração e incredulidade. A premissa era promissora: um assalto a banco em andamento, com um oficial de polícia e um civil pegos de surpresa no meio do caos. Nicolas Cage, no papel do oficial Mike Chandler, e uma jovem passageira, interpretada por Sophie Skelton, são jogados em uma situação de alta tensão, enquanto uma equipe de mercenários altamente qualificados executa um plano aparentemente infalível. Parece familiar? Deveria ser, mas o roteiro falha miseravelmente em entregar a emoção prometida.

Direção, Roteiro e Atuações: Uma Inesperada Desordem

York Alec Shackleton, na direção, demonstra uma incapacidade de controlar a narrativa, deixando-a dispersa e sem foco. O ritmo é errático, com momentos de ação mal coreografados intercalados por diálogos arrastados e previsíveis. O roteiro de John Rebus, por sua vez, é o maior vilão da história. A inteligência dos personagens é questionável, as motivações são superficiais e a trama, francamente, idiota. Aquele clichê de “todos são idiotas” se aplica aqui com uma força desproporcional. Parece que os personagens agem não por estratégia, mas por puro acaso, conduzindo o filme a um final previsível e anti-climático.

As atuações acompanham a inconstância do filme. Nicolas Cage, em mais um de seus papéis de “ação-sem-ação”, oferece um desempenho competente, mas que não consegue salvar o filme do naufrágio. Os demais atores, embora esforçados, são vítimas de um roteiro que não lhes dá espaço para brilhar. Sophie Skelton, por exemplo, tem pouquíssima chance de mostrar o talento que demonstra em outras produções.

Pontos Fortes e Fracos: Um Equilíbrio Desastroso

O único ponto positivo de 211: O Grande Assalto reside na sua breve duração. Como um thriller, ele é incrivelmente curto, um fato que, curiosamente, contribui para a sua falta de impacto. Se o filme fosse mais longo, seria ainda mais insuportável. Sua premissa, como mencionei, possui potencial, mas o roteiro a desperdiça completamente. A falta de profundidade nos personagens, o desenvolvimento precário da trama e a ausência de suspense genuíno são seus pontos fracos mais evidentes. A violência gratuita e a falta de originalidade completam a receita de um filme frustrante.

Temas e Mensagens: Uma Ausência Notável

211 não tenta abordar nenhum tema complexo ou relevante. É uma obra superficial, sem profundidade ou mensagens significativas. A relação pai-filha, sugerida no enredo, é tratada de forma extremamente rasa e sem desenvolvimento algum. O filme é pura ação sem alma, sem a construção de personagens convincentes ou diálogos memoráveis.

Conclusão: Evite a todo custo?

Lembro-me de ter lido críticas que comparavam o filme a um trabalho rejeitado de Paul Haggis. Acho que essa comparação, em certo ponto, faz sentido: uma trama policial de ação que parece querer ser mais profunda do que realmente é. Mas, infelizmente, a execução é deficiente em todos os aspectos. Ao invés de um thriller envolvente, temos um filme vazio, sem alma e mal-feito.

A produção de 211, envolvendo nomes como Millennium Media e Nu Image, não foi capaz de garantir um produto final digno de nota. A recepção crítica negativa foi justa, refletindo a baixa qualidade do longa-metragem. Minha recomendação? Evite. A menos que você seja um entusiasta de filmes com Nicolas Cage, mesmo assim, sugiro escolher um título melhor. Existem inúmeras alternativas no streaming com roteiros mais bem-escritos e direções mais competentes. Seu tempo vale mais do que isso.