Meus caros cinéfilos, amantes da sétima arte, hoje vamos mergulhar em um filme que, apesar de ter completado mais de uma década em 2025, ainda me faz pensar: 3 Dias para Matar. Um título que, já de cara, promete ação e suspense, e em parte cumpre, embora com algumas ressalvas que irei discutir ao longo desta resenha.
O longa acompanha Ethan Renner, um agente da CIA prestes a sucumbir a uma doença terminal. Seu último desejo é se reconciliar com a filha, com quem rompeu o contato há anos. Neste contexto, surge uma proposta inusitada: uma chance de sobrevivência através de um tratamento experimental, em troca de mais um trabalho, seu último trabalho. A trama se desenrola entre a urgente necessidade de salvar a própria vida e a ainda mais urgente necessidade de consertar seus relacionamentos familiares.
A direção de McG, conhecido por sua estética estilizada, aqui se apresenta um tanto…contraditória. Há momentos de ação frenética, com sequências de luta e perseguição que conseguem ser visualmente impactantes, principalmente para o ano de seu lançamento. Porém, há também uma certa previsibilidade na condução da narrativa, que em determinados momentos se torna um tanto arrastada, quebrando um pouco o ritmo. O roteiro, assinado por Adi Hasak e Luc Besson, demonstra uma predileção por clichês do gênero, explorando o arco de redenção do protagonista de forma um pouco superficial, às vezes até previsível.
Kevin Costner, no papel principal, entrega uma performance competente. Ele consegue transmitir a fragilidade de um homem à beira da morte e, ao mesmo tempo, a força de vontade necessária para cumprir sua missão. Amber Heard, como a agente Vivi Delay, está interessante, mesmo com o papel se tornando um pouco unidimensional. Já Hailee Steinfeld, como a filha de Ethan, Zooey, consegue imprimir mais emoção à relação conturbada pai-filha, que no fundo serve como o real motor da trama. O elenco de apoio cumpre seu papel, sem grandes destaques.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | McG |
| Roteiristas | Adi Hasak, Luc Besson |
| Produtores | Marc Libert, Ryan Kavanaugh, Virginie Besson-Silla, Luc Besson, Adi Hasak |
| Elenco Principal | Kevin Costner, Amber Heard, Hailee Steinfeld, Connie Nielsen, Tómas Lemarquis |
| Gênero | Ação, Drama, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2014 |
| Produtoras | Wonderland Sound and Vision, EuropaCorp, Relativity Media, 20th Century Fox, 3DTK, Inc. |
Um dos pontos fortes do filme reside justamente na temática da redenção familiar. O anseio de Ethan por reconciliar-se com sua filha é palpável e tocante, criando momentos sinceros em meio à ação frenética. É essa busca por reconciliação que sustenta a narrativa, mesmo quando a trama policial se torna previsível. Porém, a abordagem da doença terminal, a premissa central do filme, fica pouco explorada, servindo mais como um dispositivo de trama do que como um tema de fato desenvolvido.
Outro ponto fraco, já citado, reside na previsibilidade. As reviravoltas são fáceis de antecipar, o que diminui consideravelmente o suspense. Além disso, o filme sofre de um certo desequilíbrio entre a ação e o drama, com os momentos mais emocionais às vezes sacrificados em prol de sequências de luta que, apesar da boa execução técnica, não acrescentam tanto à narrativa.
Em 2014, 3 Dias para Matar teve uma recepção mediana pela crítica, algo que compreendo plenamente após 11 anos de distância. Se hoje ele não se configura como um clássico do cinema de ação, também não é um filme ruim. É uma produção que cumpre sua função: entreter. É um filme que se deixa assistir, principalmente para os fãs de Kevin Costner ou de filmes de ação que não exigem complexidade excessiva em seu roteiro. Recomendo-o com ressalvas, especialmente para aqueles que apreciam produções que equilibram bem ação, drama e emoção, sem demandar muito esforço intelectual. Se você busca diversão despretensiosa num final de tarde, este pode ser o seu filme. Mas se espera algo memorável e inovador no gênero, talvez seja melhor procurar em outra plataforma de streaming.
