9-1-1

9-1-1: Um Guilty Pleasure que Merece Mais do que Culpa

Sete anos. Sete anos desde que 9-1-1 invadiu nossas telas com sirenes ensurdecedoras e uma overdose de adrenalina. A série, criada por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Tim Minear, nos apresenta o dia a dia – ou melhor, as noites agitadas – de policiais, paramédicos e bombeiros de Los Angeles, enquanto enfrentam situações de emergência que beiram o surreal. É uma montanha-russa de emoções, um show de caos controlado e, sim, às vezes, um festival de exageros. Mas, e daí?

A sinopse oficial diz tudo e pouco ao mesmo tempo: 9-1-1 mostra a pressão do trabalho desses profissionais, que são incumbidos de resolver as situações mais assustadoras e chocantes para salvar vidas. Mas a série vai muito além disso. Ela explora a fragilidade humana por trás da bravura, as relações complexas entre os personagens, e as consequências emocionais de lidar com a morte e o sofrimento diariamente.

A direção, frequentemente frenética, espelha a urgência das situações. Os cortes rápidos e a trilha sonora intensa nos jogam de cabeça no turbilhão de adrenalina que os personagens vivem. Não é uma direção sutil, longe disso. É um martelo batendo na sua cabeça, mas um martelo que, na maioria das vezes, funciona perfeitamente para criar a atmosfera tensa e emocionante que a série exige.

AtributoDetalhe
CriadoresRyan Murphy, Brad Falchuk, Tim Minear
Elenco PrincipalAngela Bassett, Jennifer Love Hewitt, Oliver Stark, Aisha Hinds, Kenneth Choi
GêneroDrama, Crime, Action & Adventure
Ano de Lançamento2018
ProdutorasRyan Murphy Television, Ream Works, Brad Falchuk Teley-vision, 20th Century Fox Television, 20th Television

O roteiro, ora brilhante, ora um tanto inverosímil (e aqui eu concordo com as críticas que apontaram o excesso de melodrama e situações exageradas), é a alma da série. Ele equilibra o drama com o humor negro, o heroísmo com a vulnerabilidade. A força do roteiro reside na construção dos personagens, que, apesar das situações absurdas que enfrentam, são complexos, multifacetados, e surpreendentemente humanos.

E falando em personagens, preciso destacar o elenco excepcional. Angela Bassett, como a implacável capitã Athena Grant, entrega uma performance poderosa e cheia de nuances. Jennifer Love Hewitt, como Maddie Buckley, nos proporciona uma jornada emocional profunda. O restante do elenco, incluindo Oliver Stark como o impulsivo Buck Buckley, Aisha Hinds como a dedicada Hen Wilson e Kenneth Choi como o sensível Chimney Han, complementam a narrativa com atuações sólidas e convincentes. A química entre eles é palpável, e esse é um dos maiores trunfos da série.

O que 9-1-1 faz bem, faz extremamente bem. A construção de tensão, a exploração das relações entre os personagens, a capacidade de nos fazer sentir empatia mesmo em situações completamente descabidas – tudo isso é de uma maestria incomum. No entanto, é inegável que a série peca em alguns pontos. Acreditem, já contei os episódios em que o bom senso foi jogado pela janela. O apelo ao sensacionalismo, embora contribua para o entretenimento, pode, algumas vezes, ofuscar a profundidade dos temas abordados.

Os temas da série são diversos: o trabalho em equipe, a importância da resiliência, a luta contra traumas passados, as relações familiares e amorosas e o peso da responsabilidade sobre os ombros de quem está sempre pronto para salvar vidas. Apesar do tom exagerado, a série consegue, muitas vezes, tocar em pontos sensíveis e nos fazer refletir sobre a fragilidade da vida.

A recepção crítica, como se pode constatar pelas críticas que li até hoje (22/09/2025), foi bem dividida. Alguns a classificaram como um guilty pleasure, um programa para desligar o cérebro e se divertir; outros criticaram o excesso de melodrama e a previsibilidade da narrativa. Eu me inclino para o primeiro grupo, embora reconheça as falhas.

Em resumo, 9-1-1 é uma série que, para mim, transcende a sua natureza exagerada. Sim, é exagerada, mas é também emocionante, divertida e, algumas vezes, surpreendentemente comovente. É um programa que, apesar de suas imperfeições, consegue nos prender até o final da temporada (e depois correr para o streaming para a próxima). Recomendaria para quem busca um entretenimento leve, mas com pitadas de drama e emoção. Se você não se incomoda com um pouco de improbabilidade e muita adrenalina, prepare-se para uma maratona. Afinal, a vida dos socorristas de Los Angeles nunca é um tédio, e isso reflete perfeitamente na tela.

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