Cruella: Uma Ode à Rebelião com Lacinhos de Seda
Quatro anos se passaram desde que assisti a Cruella, e ainda sinto o eco da trilha sonora eletrizante e a vibração punk reverberando em minhas veias. Não se trata apenas de um filme; é uma experiência sensorial, uma imersão na década de 1970 londrina, salpicada de cores vibrantes, delineador exagerado e uma pitada generosa de cinismo. A história, como muitos sabem, acompanha a trajetória de Estella, uma jovem talentosa e marginalizada que luta para encontrar seu lugar no mundo da alta costura. Esse caminho tortuoso a leva a um confronto inesquecível com a glacial Baronesa Von Hellman, culminando em uma transformação que define a icônica vilã que conhecemos.
A Direção, o Roteiro e o Brilho das Emmas
Craig Gillespie conduz a narrativa com a mão firme de um maestro, orquestrando uma sinfonia visualmente deslumbrante. A paleta de cores vibrantes, a estética punk e o design de produção impecáveis criam um cenário que é personagem em si. O roteiro, assinado por Tony McNamara e Dana Fox, é inteligente e surpreendentemente profundo. Ele não se limita a apresentar uma história de origem superficial; ele explora os complexos mecanismos que moldam a personalidade de Cruella, revelando as cicatrizes e as motivações por trás da sua fachada glamurosa e implacável.
E que atuações! Emma Stone entrega uma performance impecável, transitando com maestria entre a vulnerabilidade de Estella e a audácia calculista de Cruella. É uma interpretação multifacetada, que transcende a mera imitação e cria uma personagem autêntica e memorável. Emma Thompson, como a Baronesa, é a personificação do gelo e da elegância glacial – uma performance vilã que rouba a cena em cada aparição. O resto do elenco, incluindo Joel Fry e Paul Walter Hauser como os cúmplices Jasper e Horace, oferece um suporte sólido e hilário.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Craig Gillespie |
| Roteiristas | Tony McNamara, Dana Fox |
| Produtores | Kristin Burr, Andrew Gunn, Glenn Close, Marc Platt, Jared LeBoff |
| Elenco Principal | Emma Stone, Emma Thompson, Joel Fry, Paul Walter Hauser, John McCrea |
| Gênero | Comédia, Crime, Aventura |
| Ano de Lançamento | 2021 |
| Produtoras | Walt Disney Pictures, Gunn Films, Marc Platt Productions |
Pontos Fortes e Fracos: Uma Equação Perigosa
A força de Cruella reside em sua audácia visual, na química explosiva entre as duas Emmas e na trilha sonora irresistível. O filme abraça o exagero com entusiasmo, criando uma atmosfera teatral e divertida que não leva a si mesma tão a sério quanto deveria. Entretanto, alguns poderão achar o roteiro um pouco previsível em alguns momentos, e a jornada de Estella/Cruella poderia ter sido explorada com mais profundidade em termos emocionais. Certos aspectos da transformação da personagem poderiam ter sido melhor desenvolvidos, deixando algumas pontas soltas na narrativa.
Temas e Mensagens: Mais do que Lantejoulas e Lacinhos
Além do glamour e da moda, Cruella explora temas relevantes sobre identidade, ambição e a busca pela justiça – ou, em alguns casos, a vingança. O filme sutilmente questiona as estruturas de poder, a hipocrisia da alta sociedade e a natureza fluida da moralidade. Não é uma parábola moralista, mas sim uma reflexão complexa sobre o quanto nossa criação e as circunstâncias influenciam nosso caminho. É uma história sobre a importância de se assumir e abraçar os seus impulsos, mesmo que esses impulsos te levem a caminhos duvidosos.
Conclusão: Uma Obra-Prima Fashionável com Algumas Falhas?
Cruella, lançado em 28 de maio de 2021, é um filme divertido e visualmente espetacular, mesmo que não seja uma obra-prima impecável. A interpretação brilhante de Emma Stone, a estética fantástica e a trilha sonora envolvente compensam as pequenas falhas narrativas. Recomendo fortemente a todos que apreciam um bom filme de origem, repleto de estilo e sarcasmo. Se você procura um mergulho no universo extravagante da moda, acompanhado de uma história intrigante e personagens memoráveis, então Cruella é a escolha certa. No entanto, prepare-se para algumas reviravoltas um tanto óbvias e espere um pouco mais de nuance emocional do que o filme efetivamente entrega. A experiência, de qualquer forma, vale a pena. Para mim, Cruella continua sendo um dos meus favoritos de 2021, e um prova da capacidade da Disney de reinventar suas próprias narrativas de maneiras inesperadas e empolgantes. Eu recomendo assisti-lo em plataformas digitais, afinal, é uma experiência que merece ser apreciada com uma boa qualidade de imagem e som.




