Doze

Doze: Uma Ode à Fantasia com Uma Pitada de Decepção

Confesso, cheguei a Doze com altas expectativas. A sinopse prometia uma explosão de ação, fantasia e mitologia coreana, temperada com a presença de Ma Dong-seok, um ator que carrega em seus ombros uma aura de força bruta inegável. E, sim, em parte, a série entrega. Lançada em 2025, Doze nos apresenta uma premissa clássica, mas eficaz: doze anjos zodiacais protegendo a humanidade de forças malignas. A trama gira em torno do retorno dessas forças e a luta épica liderada por Tae San, o tigre. Mas, como toda boa história, Doze possui seus altos e baixos.

Uma Coreografia de Ação… Com Algumas Passagens Desajeitadas

A direção de Kang Dae-gyu, em alguns momentos, brilha. As cenas de ação são coreografadas com um talento evidente, explorando a mitologia coreana de maneira criativa. Há uma verdadeira energia nas lutas, que conseguem ser brutais e elegantes ao mesmo tempo, e a utilização de efeitos especiais, apesar de não serem de última geração, cumprem seu papel de forma adequada. Por outro lado, a narrativa às vezes se perde em si mesma. A trama, apesar de apresentar uma premissa promissora, sofre com alguns momentos de ritmo lento e um desenvolvimento desigual dos personagens secundários. Há momentos em que a série parece se alongar desnecessariamente, perdendo a força do seu próprio enredo.

Atuações Contrastantes: Brilho e Desapontamento

Ma Dong-seok, como era de se esperar, entrega uma performance sólida e carismática como Tae San. Sua presença de palco é magnética, e ele consegue equilibrar a força bruta com momentos de vulnerabilidade do personagem. Park Hyung-sik como Ogwi, o antagonista, também entrega um desempenho convincente, embora sua atuação fique em segundo plano em relação à força de Ma Dong-seok. Já os outros atores do elenco principal, Seo In-guk e Lee Ju-bin, por exemplo, entregam atuações competentes, mas sem grandes destaques. Infelizmente, o roteiro não os favorece com arcos narrativos tão ricos e desenvolvidos como os dos protagonistas principais, o que prejudica seu impacto na trama.

Pontos Fortes e Fracos: Uma Balança Delicada

O ponto forte indiscutível de Doze é a sua estética visual e a abordagem da mitologia coreana. A série consegue criar uma atmosfera rica e envolvente, transportando o espectador para um mundo fantasioso e repleto de ação. A música e a fotografia também contribuem para enriquecer a experiência de visualização. Porém, como já mencionei, o roteiro é o calcanhar de Aquiles da série. A construção dos personagens secundários, a falta de profundidade em alguns arcos narrativos e os momentos de ritmo lento comprometem o potencial da série. A premissa é ótima, a execução, no entanto, poderia ter sido mais aprimorada.

Temas e Mensagens: Além da Batalha

Doze não se limita apenas à ação. A série explora temas como sacrifício, redenção, a luta contra o mal e a importância da união. Embora não sejam temas totalmente inéditos, a série os aborda com sensibilidade e conseguem ressoar com o espectador, principalmente aqueles mais sensíveis à mitologia e folclore coreano. Entretanto, a mensagem poderia ter sido explorada de forma mais profunda e menos superficial em alguns momentos.

Conclusão: Uma Série que Vale a Pena, com Ressalvas

No geral, Doze é uma série de fantasia e ação que consegue entreter, mesmo com seus defeitos. A performance de Ma Dong-seok e a estética visual são pontos altos que compensam algumas falhas no roteiro. Recomendo a série para fãs de ação, fantasia e mitologia coreana que não se importam com algumas inconsistências narrativas. Não esperem uma obra-prima, mas sim uma experiência visual e narrativa razoavelmente satisfatória. A série, lançada em 2025, não revolucionou o gênero, mas, em uma tarde chuvosa, pode ser uma ótima companhia. A recepção da crítica, até o momento, tem sido mista, com alguns elogiando a ação e outros criticando a narrativa. Penso que essa avaliação reflete bastante a minha própria experiência com a série. Não é perfeita, mas possui um certo charme.