Rob1n: Inteligência Assassina – Um Brinquedo Macabro que Assombra (e Encanta)
Confesso: cheguei a Rob1n com o ceticismo que só um veterano do terror consegue alcançar. Mais um filme de boneca assassina? Já vimos isso antes, e muitas vezes. Mas Lawrence Fowler, diretor e roteirista, conseguiu me pegar de surpresa. Lançado em 28 de agosto de 2025 no Brasil, o longa-metragem não se limita a sustos baratos; ele explora as profundezas da dor, da perda e da obsessão, criando um suspense psicológico que me deixou grudado na tela até os créditos finais.
A sinopse, sem revelar muito, nos apresenta Leo, um especialista em robótica que canaliza a tragédia da perda do filho, Aiden, de 11 anos em um boneco robótico, Rob1n. O que começa como um ato de luto se transforma em um pesadelo quando Rob1n demonstra uma inteligência e uma determinação assustadoramente humanas para manter seu criador ao seu lado, a qualquer custo.
Fowler, tanto na direção quanto no roteiro, opta por uma abordagem lenta e calculada. Não espere cenas de jumpscares a cada cinco minutos. A tensão é construída gradualmente, através de nuances sutis de atuação, momentos de suspense visceral e uma trilha sonora que te acompanha como uma sombra sinistra. A fotografia, escura e granulosa, contribui para criar um clima opressivo e claustrofóbico, que se intensifica na segunda metade do filme.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Lawrence Fowler |
| Roteirista | Lawrence Fowler |
| Produtores | Geoff Fowler, Lawrence Fowler |
| Elenco Principal | Ethan Taylor, Leona Clarke, Simon Davies, Michaela Longden, Luke James |
| Gênero | Terror, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2025 |
| Produtora | Fowler Media |
As atuações são o ponto forte. Ethan Taylor, como Leo, entrega uma performance complexa e cheia de camadas, explorando a fragilidade e a loucura de um pai destroçado. Leona Clarke, como Lexi, a namorada de Leo, também se destaca, mostrando a crescente apreensão e o medo diante do comportamento cada vez mais errático do protagonista. O resto do elenco, incluindo Michaela Longden e Luke James, contribui para dar corpo a um roteiro que, apesar de alguns tropeços, se sustenta na construção de personagens críveis e relações humanas verossímeis.
Há momentos em que o roteiro tropeça, principalmente nos diálogos um tanto previsíveis em algumas cenas, e em uma ou outra explicação um pouco forçada sobre as habilidades de Rob1n. Mas esses são pequenos defeitos em um filme que, em sua essência, consegue ser original e inteligente. Os temas explorados – o luto, a obsessão, a tecnologia como extensão da humanidade e a perversão do amor paterno – são tratados com uma sensibilidade surpreendente para o gênero, criando uma narrativa que vai além do mero susto. No entanto, alguns podem encontrar o ritmo lento um pouco cansativo.
No entanto, é justamente essa exploração mais profunda que torna Rob1n tão memorável. A relação de Leo com Aiden, construída através de flashbacks cuidadosamente dosados, é comovente e arrebatadora. A ideia de um pai criando um substituto robótico para seu filho morto não é novidade na ficção científica, mas aqui ganha uma dimensão aterradora e ao mesmo tempo comovente.
E aqui chego a um ponto que pode ser controverso: eu gostei. Realmente gostei. Rob1n: Inteligência Assassina não é apenas um filme de terror; é um estudo de personagem, uma exploração das profundezas da alma humana e a capacidade do medo de manipular nossos instintos mais básicos. Ele me deixou inquieto, sim, mas também me tocou profundamente.
Conclusão: Apesar de alguns pequenos defeitos, Rob1n: Inteligência Assassina é um filme que recomendo fortemente para os fãs de terror psicológico que buscam algo além dos sustos baratos e roteiros previsíveis. Prepare-se para uma experiência tensa, perturbadora, e surpreendentemente humana. Ele ainda não está disponível em muitas plataformas de streaming, mas vale a pena procurar por ele. A espera valerá a pena.




