Witchboard: Uma Invocação Assustadoramente Familiar, Mas Bem-Executada
16 de setembro de 2025. Confesso, cheguei ao cinema com certa reserva em relação a Witchboard. Remakes raramente me impressionam, e a premissa – uma tábua ouija que abre as portas para o inferno numa plantação da Louisiana – soa um tanto… batida. Mas, contra todas as minhas expectativas, Witchboard de 2025 se revelou uma grata surpresa, um filme de terror que, apesar de familiar, sabe como dar sustos e criar atmosfera.
A sinopse, sem spoilers, é simples: um grupo de jovens universitários, em uma escapada para uma antiga plantação em Nova Orleans, decide brincar com uma tábua ouija que, aparentemente, possui uma conexão com o mundo espiritual – e com uma entidade demoníaca particularmente irritadiça. O que se segue é uma jornada de crescente terror psicológico e sobrenatural, culminando em um confronto que testará seus limites físicos e mentais.
Chuck Russell, na direção, demonstra um talento admirável para criar suspense. Ele não se apoia em sustos baratos; a tensão é construída lentamente, através de imagens sugestivas, ângulos de câmera inteligentes e uma trilha sonora que te deixa na ponta da cadeira. A fotografia, com suas sombras e névoas, contribui significativamente para a atmosfera opressiva, que se assemelha aos clássicos do terror gótico, mas com uma pegada moderna.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Chuck Russell |
Roteiristas | Chuck Russell, Greg McKay |
Produtores | Kade Vu, Greg McKay, Bernie Gewissler, Chuck Russell, Olivier Picard, Julie Lundy |
Elenco Principal | Madison Iseman, Aaron Dominguez, Melanie Jarnson, Charlie Tahan, Antonia Desplat |
Gênero | Terror |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | A-Nation Media, Gala Film, Blue Rider Media |
O roteiro, creditado a Russell e Greg McKay, não inventa a roda, mas é eficiente. A construção dos personagens é convincente, especialmente a jornada de Emily (Madison Iseman), que se torna o foco principal da possessão. Embora alguns diálogos possam parecer previsíveis, a narrativa flui de maneira coerente, mantendo o espectador engajado. As atuações, de modo geral, são sólidas. Madison Iseman, em particular, se destaca, transmitindo com maestria a fragilidade e o medo crescente da sua personagem. Aaron Dominguez, como Christian, oferece um contraponto interessante, representando o ceticismo que aos poucos se desfaz diante da realidade sobrenatural.
Pontos Fortes e Fracos
O maior trunfo de Witchboard é a sua atmosfera. O filme consegue evocar um sentimento autêntico de pavor, explorando tanto o terror psicológico quanto o sobrenatural. A ambientação na antiga plantação de Nova Orleans é excepcional, contribuindo muito para a atmosfera claustrofóbica e carregada de história.
Porém, o filme não está isento de falhas. Alguns elementos da trama parecem apressados, e a resolução de certos pontos poderia ter sido melhor desenvolvida. Apesar de as atuações serem boas, alguns personagens secundários são um pouco genéricos.
Temas e Mensagens
Além do terror explícito, Witchboard explora temas interessantes, como a tentação do ocultismo, as consequências de mexer com forças que não compreendemos e a fragilidade da psique humana sob pressão extrema. A exploração do tema da possessão demoníaca é bastante eficiente, sem cair em clichês exagerados.
Conclusão
Witchboard (2025) não é uma obra-prima revolucionária do terror, mas é, sem dúvida, um filme competente e envolvente. Para os fãs do gênero, especialmente aqueles que apreciam uma boa dose de suspense psicológico e atmosfera gótica, a experiência vale a pena. A combinação eficiente de elementos clássicos com uma produção moderna e bem executada resgata a essência do terror, oferecendo sustos genuínos e reflexões sobre a intrincada relação entre o mundo dos vivos e o mundo espiritual. Recomendo fortemente sua visita aos cinemas antes que ele seja lançado nas plataformas digitais. Não se deixe enganar pela premissa aparentemente batida; Witchboard tem muito mais a oferecer do que se pode imaginar à primeira vista.