O que acontece quando o sonho de uma vida melhor se transforma em um pesadelo? Em A Empregada, que estreia nos cinemas brasileiros em 01/01/2026, temos a resposta, embalada por uma atmosfera de suspense que prende a respiração do começo ao fim. Sydney Sweeney, a revelação de “Euphoria”, e Amanda Seyfried, com sua aura sempre fascinante, protagonizam uma trama que, em sua superfície, parece uma história clássica de empregada e patrão, mas que logo se revela muito mais complexa e inquietante. Millie, uma jovem em busca de um novo começo, encontra trabalho na mansão dos ricos Winchester, mas o que parecia um paraíso se transforma em uma teia de segredos, mentiras e manipulação.
Uma Direção Sob Medida, Mas com Alguns Desvios
Paul Feig, conhecido por sua comédia ácida e inteligente (quem não se lembra de “Missão Madrinha de Casamento”?), surpreende ao abraçar o thriller psicológico com maestria. A direção é impecável na construção da tensão, explorando brilhantemente a grandiosidade da mansão como cenário de uma tragédia que se aproxima lentamente. A câmera dança pelos corredores escuros, pelos reflexos nos espelhos e pelas sombras que parecem ter vida própria, criando uma atmosfera claustrofóbica e perturbadora. No entanto, em alguns momentos, senti que Feig se deixou levar pela estética, sacrificando um pouco a profundidade da narrativa em favor de um suspense mais visual. A construção de algumas reviravoltas, por exemplo, poderia ter sido mais sutil e impactante.
O Roteiro: Uma Teia de Segredos Bem Tecida, Mas com Algumas Fendas
Rebecca Sonnenshine, responsável pelo roteiro, tece uma trama repleta de segredos bem guardados, revelados com parcimônia ao longo do filme. A relação complexa entre Millie e Nina, permeada por manipulação e sedução, é o centro da narrativa, e a construção de ambos os personagens é fascinante. Porém, a trama, apesar de bem estruturada, apresenta algumas falhas. Algumas subtramas parecem pouco exploradas, e o final, embora surpreendente, poderia ter sido mais satisfatório em termos de resolução. Senti falta de uma maior exploração da psique de Millie, o que poderia ter dado maior profundidade emocional à narrativa.
Atuações de Alto Nível: Um Destaque para o Poder Feminino
Sydney Sweeney e Amanda Seyfried entregam performances impecáveis. Sweeney demonstra uma maturidade e uma gama expressiva impressionantes, transmitindo a fragilidade e a força de Millie com maestria. Seyfried, por sua vez, equilibra a fragilidade de Nina com uma frieza que te deixa desconfortável. É uma atuação que transcende o estereótipo da “mulher rica e má”, adicionando camadas de complexidade e ambiguidade à personagem. O restante do elenco dá um ótimo suporte, com destaque para Brandon Sklenar, que cria um Andrew Winchester perturbadoramente enigmático.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Paul Feig |
Roteirista | Rebecca Sonnenshine |
Produtores | Paul Feig, Laura Fischer, Carly Kleinbart, Todd Lieberman |
Elenco Principal | Sydney Sweeney, Amanda Seyfried, Brandon Sklenar, Michele Morrone, Ellen Tamaki |
Gênero | Mistério, Thriller |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Hidden Pictures, Lionsgate, Feigco Entertainment |
Pontos Fortes e Fracos: Um Balanço Delicado
O principal ponto forte de A Empregada é, sem dúvida, a atmosfera de suspense que permeia todo o filme. A tensão é construída de forma gradual e eficiente, mantendo o espectador na ponta da cadeira. As atuações impecáveis, a fotografia primorosa e a trilha sonora contribuem para criar uma experiência imersiva e inesquecível.
No entanto, como mencionado anteriormente, o roteiro, apesar de bem elaborado, apresenta algumas falhas, que poderiam ter sido evitadas com um desenvolvimento mais aprofundado de algumas subtramas e personagens secundários. O final, embora surpreendente, poderia ter sido mais impactante e mais bem amarrado.
Temas e Mensagens: Uma Exploração da Dinâmica de Poder
O longa-metragem explora temas pertinentes como a manipulação, a busca por poder, a fragilidade da identidade e a busca por uma vida melhor. A relação entre Millie e Nina reflete uma dinâmica de poder complexa e desigual, onde os papéis se invertem constantemente. A trama levanta questões interessantes sobre a natureza humana e a capacidade de todos nós de sermos manipulados e manipular os outros, por mais que não nos demos conta disso.
Conclusão: Um Thriller que Vale a Pena Ser Assistido, Mas com Ressalvas
Apesar de suas pequenas falhas, A Empregada é um thriller psicológico que vale a pena ser assistido, principalmente para os fãs do gênero. A atmosfera tensa, as atuações excepcionais e a exploração de temas relevantes compensam as pequenas falhas do roteiro. Recomendo a todos que apreciam um bom suspense com uma pitada de mistério e uma dose generosa de reviravoltas. Preparem-se para não conseguir tirar os olhos da tela. A estreia em janeiro de 2026 promete ser um evento cinematográfico memorável, mesmo que, por momentos, eu tenha ficado com a sensação de um potencial ainda por explorar completamente.