G.I. Joe: A Origem de Cobra: Uma Bomba Relógio que Falha no Esquadrão
Em 2009, o mundo recebeu sua dose de ação explosiva com G.I. Joe: A Origem de Cobra. Lembro-me bem da expectativa – e da subsequente decepção – que permeou a crítica da época e que, a julgar pela lembrança que tenho e pelo que leio em resenhas online até hoje, ainda ecoa. Trata-se, afinal, de uma adaptação de uma franquia icônica, um brinquedo que marcou a infância de gerações, e a promessa de um filme de ação espetacular era gigantesca. Mas será que o longa-metragem de Stephen Sommers entregou o que prometeu? Vamos mergulhar nesta análise, feita em 2025, com a distância necessária para avaliar com clareza.
A sinopse, sem spoilers, é simples: a elite supersecreta G.I. Joe precisa impedir a organização Cobra, liderada por uma mente criminosa, de dominar o mundo com uma arma de alta tecnologia. A premissa é clássica, um prato cheio para a aventura de ação que se propõe a ser.
Mas a execução é onde o filme tropeça. Sommers, conhecido por sua direção energética em filmes como “A Múmia”, parece ter perdido o rumo aqui. A ação, embora presente em larga escala, carece de originalidade e de uma coreografia que realmente impressione. Há explosões, perseguições, tiroteios… mas tudo parece um tanto genérico, sem aquele toque especial que eleva a experiência acima do comum. A edição, frenética em alguns momentos, contribui para essa sensação de confusão, dificultando a imersão na narrativa.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Stephen Sommers |
Roteiristas | Paul Lovett, David Elliot, Stuart Beattie |
Produtores | Brian Goldner, Lorenzo di Bonaventura, Bob Ducsay |
Elenco Principal | Adewale Akinnuoye-Agbaje, Christopher Eccleston, 이병헌, Joseph Gordon-Levitt, Sienna Miller |
Gênero | Aventura, Ação, Thriller, Ficção científica |
Ano de Lançamento | 2009 |
Produtoras | Paramount Pictures, Spyglass Entertainment, di Bonaventura Pictures, Hasbro, Kontsept Film Company |
O roteiro, assinado por Paul Lovett, David Elliot e Stuart Beattie, também não se destaca. A história, embora tenha momentos pontuais de dinamismo, é previsível e superficial. Os personagens, apesar do elenco talentoso que inclui nomes como Sienna Miller, Joseph Gordon-Levitt, e Lee Byung-hun (interpretando o inesquecível Storm Shadow), são mal desenvolvidos, com motivações rasas e pouco aprofundamento psicológico. Gordon-Levitt, em especial, demonstra um talento inquestionável, mesmo dentro do limitado espaço dado pelo roteiro. Apesar do esforço dos atores, o texto os deixa entregues à própria sorte, sem conseguir transmitir uma performance memorável, exceto talvez para Lee Byung-hun, que se destaca mesmo num contexto de roteiro pouco inspirado. A atuação de Christopher Eccleston como Destro é competente, embora o personagem em si seja um tanto caricato.
Os efeitos visuais, que em 2009 já eram considerados questionáveis, mostram-se ainda mais datados em 2025, um verdadeiro choque para os olhos acostumados aos standards atuais de produção. Existem, porém, alguns momentos que se salvam: algumas cenas de luta e alguns efeitos especiais, apesar das imperfeições, conseguem transmitir uma energia palpável.
O filme tenta explorar temas como a guerra, o terrorismo e a corrupção governamental, mas faz isso de forma superficial, sem mergulhar a fundo nas complexidades desses temas. A mensagem, se é que existe uma, é bastante simplória: o bem sempre vence o mal. Em 2025, essa narrativa maniqueísta soa ainda mais antiquada.
G.I. Joe: A Origem de Cobra possui alguns acertos em termos de cenas de ação pontuais e a atuação de alguns atores, mas acaba sendo um produto mediano, um filme de ação genérico que não consegue se sobressair entre tantos outros. Ele fracassa em alcançar o potencial intrínseco da franquia e deixa a desejar em diversos aspectos técnicos e narrativos. Sua posição na história do cinema não é relevante, ficando mais como uma curiosidade da década de 2000, uma adaptação desnecessariamente apressada que não honra a complexidade e riqueza da franquia original.
Recomendo G.I. Joe: A Origem de Cobra apenas para aqueles que têm um fascínio particular pela franquia ou que buscam uma dose leve de entretenimento sem grandes pretensões. Caso contrário, há muito mais entretenimento de ação e aventura em plataformas digitais atualmente. Este filme não se sustenta como uma experiência cinematográfica memorável em 2025. Em resumo: uma bomba relógio que falha em detonar.