Snoopy Apresenta: Um Musical de Verão – Alegria em dose dupla, ou apenas uma dose de nostalgia aguada?
Lançado em 14 de agosto de 2025, “Snoopy Apresenta: Um Musical de Verão” chegou aos cinemas brasileiros prometendo uma injeção de nostalgia e alegria para toda a família. A premissa é simples: Charlie Brown e a turma se aventuram em um acampamento de verão, com Sally mostrando-se reticente inicialmente. A ameaça de fechamento do acampamento, no entanto, une a todos em um esforço para garantir que a magia do verão continue viva, proporcionando memórias inesquecíveis para as crianças. Mas a promessa de uma experiência mágica se concretizou? Nem tanto.
Uma Direção Sem Surpresas, um Roteiro Familiar Demais
A direção de Erik Wiese é competente, mas previsível. A animação segue o padrão estabelecido pela franquia Peanuts, com um visual charmoso e familiar. No entanto, falta uma certa ousadia visual, uma tentativa de atualizar o estilo clássico para o público moderno. Senti falta de uma identidade visual mais marcante, algo que elevasse a experiência além da nostalgia pura. O roteiro, assinado por Craig Schulz, Bryan Schulz e Cornelius Uliano, peca por ser excessivamente previsível e familiar. Ele apela fortemente para o sentimentalismo, entregando momentos doces e previsíveis que, apesar de agradáveis em sua simplicidade, não conseguem atingir um nível emocional profundo ou memorável. A trama, como um todo, caminha em um ritmo lento, quase arrastado, em alguns momentos.
Vozes Boas, Mas Personagens sem Profundidade
O elenco de dubladores faz um trabalho impecável, especialmente Etienne Kellici e Hattie Kragten como Charlie Brown e Sally, respectivamente. Terry McGurrin como Snoopy é encantador, como sempre. A escolha das vozes se encaixa perfeitamente com os personagens clássicos. O problema, porém, reside na falta de profundidade dos próprios personagens. Os arcos narrativos são superficiais e não exploram a complexidade emocional da infância, como um filme desse calibre poderia. Os conflitos são resolvidos de maneira rápida e fácil demais, sem um desenvolvimento satisfatório.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Erik Wiese |
Roteiristas | Craig Schulz, Bryan Schulz, Cornelius Uliano |
Elenco Principal | Etienne Kellici, Hattie Kragten, Terry McGurrin, Jayd Deroché, Isabella Leo |
Gênero | Animação, Família |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | WildBrain Studios, Peanuts Worldwide |
Pontos Fortes e Fracos: Uma Balança Desequilibrada
O ponto forte inegável do filme é a nostalgia. Aquele sentimento reconfortante de revisitar a infância através de personagens que marcam gerações. As músicas são agradáveis e se integram bem à narrativa, apesar de não serem memoráveis. O charme da animação tradicional e o tom leve e despretensioso do filme também são aspectos positivos que podem agradar o público familiar.
Porém, a falta de originalidade e a superficialidade do roteiro são seus maiores pontos fracos. A ausência de momentos surpreendentes, que realmente marcassem a experiência, torna o filme passível de ser esquecido logo após os créditos. A sensação é de um filme seguro demais, que prefere não arriscar e abraçar a fórmula, resultando em algo inofensivo, mas também sem impacto duradouro.
Temas e Mensagens: Amizade e a Magia do Verão
A mensagem central do filme gira em torno da amizade, da importância de enfrentar os desafios em conjunto e do valor de criar memórias preciosas durante o verão. Embora seja uma mensagem positiva e universal, ela é transmitida de forma bastante didática, sem muito aprofundamento ou nuances.
Conclusão: Uma Sessão de Nostalgia Aquecida
“Snoopy Apresenta: Um Musical de Verão” é um filme que cumpre sua função: proporciona um momento de entretenimento leve e familiar. Entretanto, ele não se destaca como uma obra memorável ou impactante. Recomendo apenas para fãs da franquia Peanuts que buscam uma dose extra de nostalgia e um programa tranquilo em família. Para quem busca algo mais criativo ou ousado, sugiro procurar outras opções. Em resumo: um filme simpático, mas que não chega a ser essencial. Ele funciona como uma xícara de chá quente num dia frio – agradável, mas sem grandes surpresas.