Super Mario Bros. O Filme

Super Mario Bros. – O Filme: Uma Aventura Colorida que Cai na Rotina

Em 2023, a tela grande recebeu uma inundação de cores vibrantes com a chegada de Super Mario Bros. O Filme. A sinopse oficial, resumidamente, nos apresenta à jornada de Mario e Luigi, dois encanadores do Brooklyn, que são magicamente transportados para o Reino Cogumelo, onde encontram a Princesa Peach e enfrentam o terrível Bowser, um vilão que cospe fogo e anseia pelo domínio. É uma aventura clássica, um conto de irmãos, uma jornada épica com um toque de humor, tudo embalado em um visual que, devo admitir, é de tirar o fôlego. Mas a beleza superficial esconde uma narrativa que, para mim, peca por falta de originalidade e profundidade.

A direção de Aaron Horvath e Michael Jelenic, embora competente na execução visual, não consegue transpor a energia frenética e criativa dos jogos para a tela. A animação é impecável, a estética é fiel ao universo Mario, e o uso de cores é absolutamente fantástico, mas a direção peca em ritmo e em criar uma narrativa realmente envolvente. O roteiro de Matthew Fogel, por sua vez, sofre do mesmo mal: funcional, mas previsível. A história segue caminhos bem batidos, com a Princesa Peach reduzida à clássica “damsel in distress” e os conflitos resolvidos de forma um tanto superficial. O foco parece estar mais no espetáculo visual do que no desenvolvimento de personagens e trama.

E falando em personagens, as atuações de voz merecem um destaque especial. Jack Black rouba a cena como Bowser, entregando uma performance memorável e hilariantemente exagerada. A dublagem de Anya Taylor-Joy como a Princesa Peach é elegante e carismática, mas o roteiro limita bastante seu potencial. Já Chris Pratt como Mario, bem… a escolha da voz foi uma das mais comentadas antes mesmo do lançamento e, infelizmente, a polêmica se provou, em grande parte, justificada. A performance de Pratt, enquanto tecnicamente competente, não acerta o tom e soa genérica para um personagem tão icônico. Charlie Day como Luigi, apesar de um personagem com menos destaque, entrega uma interpretação mais condizente com a essência do personagem.

O filme, em sua essência, é um produto de marketing impecável. A fidelidade visual aos jogos é indiscutível, e isso certamente agradará os fãs da franquia. A inclusão de elementos icônicos, como cogumelos mágicos, o universo de Toad e a música característica, são acertos. Mas, como apontaram alguns críticos antes de mim, Super Mario Bros. O Filme é como um chiclete sabor fruta: lindo e atrativo à primeira vista, mas com um sabor que se esvai muito rapidamente. Os pontos fortes são inegáveis – o espetáculo visual e a performance de Jack Black – mas o filme falha em sustentar o interesse com uma trama envolvente, um roteiro original e personagens complexos. O que sobra é uma sucessão de cenas de ação, divertidas, sim, mas pouco memoráveis a longo prazo. A ausência de um desenvolvimento mais profundo da relação entre Mario e Luigi, um eixo central na narrativa dos jogos, também é um ponto negativo que impacta diretamente a emoção do espectador.

A película, lançada em 05 de abril de 2023 no Brasil, teve uma recepção geralmente positiva por parte do público, embora as críticas mais abrangentes tenham destacado as mesmas falhas que eu aponto. O filme, apesar de seus defeitos, explorou com certo sucesso a antropomorfização dos personagens, conseguindo um equilíbrio entre o universo lúdico e a familiaridade humana, o que, entretanto, não bastou para evitar a repetição de fórmulas clássicas. O vilão, apesar de caricato, apresenta um arco narrativo razoavelmente bem construído. A cena pós-créditos, aliás, indica a possibilidade de sequências e, olhando retrospectivamente, faz sentido em relação ao sucesso da obra.

Em resumo, Super Mario Bros. O Filme é uma aventura colorida e divertida para um público familiar, principalmente para os jovens fãs de Mario. A animação é impecável e o elenco de voz entrega performances, em sua maioria, competentes. No entanto, a falta de originalidade na trama, personagens pouco desenvolvidos e um ritmo irregular impedem o filme de atingir o seu pleno potencial. Se você procura um espetáculo visual divertido e uma aventura sem muitas pretensões, vale a pena assistir. Mas se você espera uma narrativa profunda e memorável, pode se decepcionar. A experiência é agradável, mas facilmente esquecível alguns dias depois. Ao final, em setembro de 2025, o filme permanece como um evento visualmente exuberante, mas não como uma obra-prima cinematográfica inesquecível. Minha recomendação? Assista, mas não espere uma obra-prima.