Deu Match: Um triunfo feminino em meio ao Vale do Silício, ou apenas um conto de fadas moderno?
Hoje, 19 de setembro de 2025, finalmente assisti a Deu Match: A Rainha de Apps de Namoro, e devo dizer que a experiência foi… complexa. O longa-metragem acompanha a jornada de Whitney Wolfe, desde a sua saída conturbada de um aplicativo rival até a criação de seu império no mundo do namoro online. O filme promete uma história inspiradora sobre uma mulher quebrando barreiras em um universo dominado por homens, e em parte, cumpre essa promessa. Mas, como em qualquer bom drama, a realidade é mais matizada do que a simples narrativa de sucesso.
A direção de Rachel Lee Goldenberg, que também assina o roteiro ao lado de Bill Parker e Kim Caramele, equilibra momentos de grande impacto emocional com uma estética visual contemporânea e vibrante. A fotografia capta a energia frenética do Vale do Silício, contrastando com a vulnerabilidade de Whitney, retratada com maestria por Lily James. A escolha de James foi um acerto de mão cheia; ela transmite a força e a fragilidade da personagem com uma sutileza admirável, sem nunca cair na caricatura da mulher “empoderada” que tanto vemos em produções similares. O elenco de apoio, incluindo Ben Schnetzer, Myha”la Herrold e Jackson White, contribui significativamente, criando personagens complexos que enriquecem a narrativa central. Dan Stevens, como Andrey, adiciona uma camada de intriga à trama, representando um tipo específico de ambição no mundo empresarial.
No entanto, o roteiro, apesar de bem intencionado, às vezes se perde em alguns clichês narrativos. Existem momentos em que a história se sente um tanto apressada, sacrificando profundidade em certos aspectos da jornada de Whitney em prol da progressão acelerada para o final – que, embora previsível, não deixa de ser satisfatório. O filme se concentra mais na ascensão meteórica de Whitney do que em uma análise crítica das questões éticas e sociais envolvidas na indústria dos aplicativos de namoro, algo que, para mim, representa uma oportunidade perdida.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Diretora | Rachel Lee Goldenberg |
Roteiristas | Bill Parker, Kim Caramele, Rachel Lee Goldenberg |
Produtores | Lily James, Jennifer Gibgot, Andrew Panay |
Elenco Principal | Lily James, Ben Schnetzer, Myha'la, Jackson White, Dan Stevens |
Gênero | Drama |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | 20th Century Studios, Ethea Entertainment |
Um dos pontos altos do filme é a exploração da amizade entre Whitney e Tisha (Myha”la Herrold). Essa relação, baseada no apoio mútuo e na compreensão, funciona como um contraponto às rivalidades e tensões do mundo corporativo, adicionando uma camada de humanidade e autenticidade à narrativa. O filme é uma ode à perseverança feminina, mas também expõe a brutalidade da competição no mundo tecnológico, mesmo no cenário aparentemente superficial do namoro online.
Apesar de alguns tropeços narrativos, “Deu Match” se sustenta pela energia contagiante e pela performance brilhante de Lily James. O filme entrega um retrato fascinante de uma mulher que não apenas venceu, mas o fez em seus próprios termos. Ele tece uma história de superação, resiliência e determinação, mas também levanta questões sobre as consequências do sucesso e o preço da ambição.
Minha recomendação? Assistam. Se você busca um filme inspirador, com uma protagonista forte e uma história real adaptada para as telas de forma competente, “Deu Match” certamente o atenderá. Só não espere uma análise sociológica profunda da indústria do namoro online; o filme prioriza o drama pessoal da sua protagonista, e faz isso com competência e carisma. Vale a pena conferir, principalmente considerando a data de lançamento: 19 de setembro de 2025. A expectativa pelo lançamento foi grande, e pelo que vi, o resultado não decepcionou completamente, apesar de não ter sido o triunfo absoluto que alguns previam.