O Hobbit: A Desolação de Smaug

O Hobbit: A Desolação de Smaug: Uma Jornada que Tece Magia e Decepção

Doze anos se passaram desde que Peter Jackson nos transportou para a Terra-média pela primeira vez, em 2013, com a estreia de O Hobbit: A Desolação de Smaug. Recordo-me bem da expectativa, daquela frenética corrida para o cinema na véspera de Natal. Passadas mais de uma década, revisitar este segundo capítulo da trilogia O Hobbit me proporcionou uma experiência nostálgica, temperada com a lucidez crítica que o tempo e a maturidade nos concedem. A trama, como muitos sabem, acompanha Bilbo Baggins e a companhia de anões em sua jornada épica até a Montanha Solitária, para recuperar o tesouro perdido e se confrontar com o temível Smaug. Uma jornada repleta de perigos, desde aranhas gigantes a barris que descem cachoeiras furiosas – cenas que ainda hoje me impressionam pela sua grandiosidade visual.

A direção de Peter Jackson, aqui em sua zona de conforto, é impecável. Ele domina a arte de criar uma atmosfera grandiosa e mágica, mesclando com maestria a grandiosidade das paisagens da Terra-média com o detalhe minucioso dos personagens e seus movimentos. A fotografia, rica em tons quentes e frios que refletem o drama da narrativa, é um espetáculo à parte. A ação, no entanto, como apontou uma das críticas que li em 2013, apresenta em alguns momentos uma sensação de “plataforma”, de coreografias de luta um tanto desconectadas do contexto narrativo, quase como um jogo de vídeo game.

O roteiro, uma colaboração entre Jackson, Walsh, Boyens e del Toro (este último com contribuições iniciais), encontra seu maior triunfo nos diálogos, capazes de equilibrar humor e drama, revelando a complexidade dos personagens, seus medos e suas ambições. No entanto, a pressa de adaptar um livro que talvez não precisasse de uma trilogia se manifesta na trama, que em alguns momentos parece apressada, deixando alguns pontos da história um pouco superficiais.

AtributoDetalhe
DiretorPeter Jackson
RoteiristasFran Walsh, Philippa Boyens, Peter Jackson, Guillermo del Toro
ProdutoresCarolynne Cunningham, Peter Jackson, Fran Walsh, Zane Weiner
Elenco PrincipalIan McKellen, Martin Freeman, Richard Armitage, Benedict Cumberbatch, Orlando Bloom
GêneroFantasia, Aventura, Ação
Ano de Lançamento2013
ProdutorasNew Line Cinema, Metro-Goldwyn-Mayer, WingNut Films

As atuações são, de maneira geral, excelentes. Ian McKellen e Martin Freeman, como Gandalf e Bilbo, respectivamente, são pilares inabaláveis que carregam a narrativa com sua expertise. Richard Armitage, como Thorin, entrega uma performance ambígua e fascinante, retratando a fragilidade por trás do orgulho do rei anão. E Benedict Cumberbatch? Simplesmente soberbo como Smaug, sua voz ressoa até hoje na minha memória, impondo uma aura de poder e terror que poucos atores conseguem alcançar.

Os pontos fortes do filme são inegáveis: a grandiosidade da produção, a riqueza visual dos cenários e efeitos especiais, a força do elenco e, principalmente, a jornada de Bilbo e o desenvolvimento de sua própria identidade ao longo da trama, contrastando sua inocência inicial com a coragem que ele encontra. Porém, a sua fragilidade está na construção da narrativa, que, apesar de apresentar momentos de ação memoráveis, se desdobra em alguns momentos de forma desigual, sem a mesma fluidez narrativa que o primeiro filme havia apresentado.

Os temas explorados em A Desolação de Smaug são complexos e multifacetados: a ganância, a busca pelo poder, a amizade, a lealdade e a transformação interior. A mensagem central, acredito, gira em torno da importância do equilíbrio entre a ambição e a compaixão, a necessidade de se encontrar algo maior do que a própria busca por bens materiais.

Em conclusão, O Hobbit: A Desolação de Smaug é um filme que, apesar de possuir algumas falhas narrativas, se destaca por sua grandiosidade visual e por suas atuações impecáveis. Se o primeiro filme de 2012 havia gerado alguma polêmica em sua recepção, este segundo capítulo é, sem dúvida, um salto qualitativo, que, apesar de se manter fiel à sua identidade, se mostra um pouco inferior aos épicos feitos em O Senhor dos Anéis. Recomendá-lo? Sim, mas com a ressalva de que sua experiência pode ser influenciada pelo seu conhecimento prévio da saga e pelo nível de tolerância às lacunas narrativas que, acredito, possam ser perdoáveis pela riqueza visual e emotiva do longa-metragem. Vale a pena a revisita para os fãs, e ainda pode ser uma boa porta de entrada para quem está se aproximando do universo Tolkien através das plataformas de streaming, em 2025.

Trailer Oficial

Capa do trailer de O Hobbit: A Desolação de Smaug
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