Shazam! Fúria dos Deuses: Uma Decepção Reluzente?
Dois anos e meio se passaram desde que assisti a “Shazam!”, e a expectativa para sua sequência, Shazam! Fúria dos Deuses, era, digamos, imensa. O primeiro filme foi uma lufada de ar fresco no universo de super-heróis, uma comédia genuinamente divertida com um coração enorme. Este segundo ato, lançado em março de 2023, conseguiu manter parte desse encanto, mas, infelizmente, tropeça em alguns pontos cruciais, tornando-se uma experiência agridoce.
O filme continua a história de Billy Batson, o adolescente que se transforma em seu alter ego adulto de super-herói ao dizer “SHAZAM!”. Desta vez, ele e sua “família” de super-heróis precisam enfrentar as Filhas de Atlas, um trio de deusas furiosas em busca de vingança. A trama, sem entrar em spoilers, envolve uma jornada de autodescoberta, família e, claro, muita ação. A premissa é promissora, mas a execução, como veremos, é um pouco desigual.
A direção de David F. Sandberg mantém a estética visual vibrante e divertida do primeiro filme, com efeitos visuais que, apesar de alguns momentos questionáveis, geralmente funcionam bem. A trilha sonora contribui para a atmosfera alegre e, em certos momentos, épica da trama. Porém, o roteiro, assinado por Chris Morgan e Henry Gayden, é onde o filme patina. Há uma sensação de pressa, de que a trama precisa correr para chegar a um determinado ponto, sacrificando o desenvolvimento de personagens e a construção de momentos mais memoráveis.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | David F. Sandberg |
| Roteiristas | Chris Morgan, Henry Gayden |
| Produtor | Peter Safran |
| Elenco Principal | Zachary Levi, Asher Angel, Jack Dylan Grazer, Rachel Zegler, Adam Brody |
| Gênero | Comédia, Ação, Fantasia |
| Ano de Lançamento | 2023 |
| Produtoras | New Line Cinema, The Safran Company, DC Films |
O elenco, no entanto, salva o filme de um naufrágio total. Zachary Levi continua irresistível como Shazam, equilibrando perfeitamente o humor e a vulnerabilidade do personagem. Asher Angel, como Billy Batson, e Jack Dylan Grazer, como Freddy Freeman, também entregam atuações sólidas. A adição de Rachel Zegler como Anthea e o retorno de Adam Brody como o Super-Herói Freddy adicionam camadas interessantes ao universo já estabelecido. O carisma do elenco é inegável e, em muitos momentos, carrega o peso do roteiro falho.
O maior trunfo de Shazam! Fúria dos Deuses reside em seu humor. Há momentos genuinamente hilários, que funcionam bem e deixam o público entretido. O filme não se leva muito a sério, e essa leveza é o que o diferencia de outros filmes do gênero. Por outro lado, a trama sofre com algumas inconsistências, e a construção das vilãs, apesar de suas atuações convincentes, deixa a desejar. Há uma oportunidade perdida de explorar a mitologia grega de forma mais profunda e significativa.
No que diz respeito aos temas e mensagens, o filme aborda a família, a identidade e a busca pelo pertencimento. São temas universais e relevantes, mas que, infelizmente, não são explorados com a profundidade que mereciam, devido ao ritmo frenético da narrativa.
Em resumo, Shazam! Fúria dos Deuses é um filme divertido e com momentos brilhantes. O carisma do elenco e o humor bem-sucedido compensam, em parte, as falhas do roteiro e a trama apressada. No entanto, comparado ao seu antecessor, fica aquém das expectativas. Considerando a recepção mista que o filme recebeu em 2023, e lembrando-me de sua experiência em comparação ao primeiro, eu o recomendaria apenas para fãs do primeiro filme ou para quem busca uma comédia de ação leve e despretensiosa. Ele não redefine o gênero de super-heróis, mas oferece um entretenimento razoável, ainda que longe de ser memorável. A ausência de uma cena pós-créditos, aliás, reforça essa sensação de final definitivo, sem a esperança de um terceiro ato. Apesar de tudo, Shazam! Fúria dos Deuses permanece um filme que, apesar de seus defeitos, tem seu lugar no rol de produções que buscam uma abordagem mais divertida ao universo de super-heróis.
