Refém: Um thriller político que prende, mas não cativa completamente
Lançada em 2025, a série Refém prometia um confronto tenso entre a primeira-ministra britânica e a presidente francesa, unidas por uma tragédia inesperada: o sequestro do marido da primeira. Ameaças à presidente francesa somam-se ao drama, elevando a aposta para um nível internacional de tirar o fôlego. A sinopse, enxuta e eficaz, já entrega a promessa de um jogo de poder, intrigas e decisões morais complexas. Mas será que a série consegue entregar tudo o que promete? A resposta, como a maioria das coisas na vida, é um tanto complexa.
A direção, embora competente em construir a atmosfera tensa e claustrofóbica inerente a um thriller político, às vezes se perde em longos planos-sequência que, ao invés de enriquecer a narrativa, acabam por torná-la um tanto arrastada. O roteiro, por sua vez, é o ponto forte da produção. Matt Charman teceu uma teia de conspirações, segredos e lealdades duvidosas que mantêm o espectador grudado na tela, ansioso para desvendar o mistério por trás do sequestro. A construção dos personagens, em especial das duas protagonistas – a estoica e pragmática Abigail Dalton, interpretada por uma sempre brilhante Suranne Jones, e a mais impulsiva e emocional Vivienne Toussaint, com uma atuação contida e poderosa de Julie Delpy – é impecável. A química entre as atrizes é palpável, conduzindo o público a acompanhar suas trajetórias com empatia e apreensão. Corey Mylchreest, Ashley Thomas e Martin McCann complementam o elenco com atuações sólidas, dando profundidade aos personagens secundários.
No entanto, Refém sofre de alguns problemas. A trama, apesar de inteligente, às vezes se perde em subplots desnecessários que distraem da narrativa principal. Alguns diálogos soam um pouco artificiais, e a série poderia ter se beneficiado de um ritmo mais ágil em alguns momentos. Por mais que as atuações sejam impecáveis, certos personagens poderiam ter sido melhor explorados, deixando uma sensação de potencial inexplorado. Os temas explorados – o peso do poder, as pressões da política internacional e o conflito entre o público e o privado – são relevantes e bem desenvolvidos, mas a série poderia ter se aprofundado um pouco mais nas implicações morais das decisões tomadas pelos personagens.
Atributo | Detalhe |
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Criador | Matt Charman |
Produtores | David Meanti, Annelie Simmons, James Levison |
Elenco Principal | Suranne Jones, Julie Delpy, Corey Mylchreest, Ashley Thomas, Martin McCann |
Gênero | Drama, War & Politics |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Binocular Productions, TeamAkers Productions |
Apesar dos pontos fracos, Refém é uma série que vale a pena assistir, especialmente para aqueles que apreciam thrillers políticos complexos e bem escritos. A atuação de Suranne Jones e Julie Delpy, por si só, já justifica a maratona. A série, que foi lançada em setembro de 2025, ainda não teve uma ampla recepção crítica, mas o boca a boca entre os fãs já demonstra um certo entusiasmo, principalmente pela qualidade do roteiro e a força das atrizes principais. No entanto, não espere uma obra-prima, pois Refém peca em alguns momentos por excesso de pretensão e uma certa falta de foco narrativo.
Em resumo, Refém é uma série com um grande potencial que, embora não o explore completamente, entrega uma experiência emocionante e envolvente. Recomendo a série para amantes do gênero thriller político, que sejam capazes de apreciar tanto os seus pontos fortes quanto suas falhas. A espera pela segunda temporada (se houver!) já começou.