65: Uma Viagem ao Passado que Deixa Marcas (ou Não)
Passaram-se mais de dois anos desde que o longa-metragem 65: Ameaça Pré-Histórica chegou aos cinemas brasileiros em 9 de março de 2023, e a lembrança que ele deixou em mim é… curiosa. Não exatamente ruim, mas também longe de ser inesquecível. É um filme que me faz pensar naquela velha máxima: o potencial estava lá, mas a execução pecou em alguns pontos cruciais.
A premissa é simples, mas eficaz: um piloto espacial, Mills (Adam Driver), sofre um acidente em um planeta desconhecido e descobre, para seu horror, estar preso na Terra pré-histórica, há 65 milhões de anos. Sua única companhia é Koa (Ariana Greenblatt), uma jovem sobrevivente do mesmo desastre. Juntos, eles precisam enfrentar a dura realidade da sobrevivência em um mundo dominado por dinossauros e perigos naturais.
A dupla central funciona. Driver, como sempre, entrega uma atuação competente, transmitindo o desespero e a resiliência de um homem lutando contra todas as probabilidades. Greenblatt, por sua vez, consegue equilibrar a vulnerabilidade infantil com uma surpreendente força interior. O roteiro, escrito pelos mesmos diretores, Bryan Woods e Scott Beck, é onde o filme patina um pouco. A história, embora eficiente em seu ritmo, às vezes se perde em um desenvolvimento de personagens superficial e uma trama previsível. A relação entre Mills e Koa, que tem o potencial de ser o coração da narrativa, fica aquém do esperado. O objetivo de criar uma dinâmica de pai e filha afeta a naturalidade da relação e os momentos de ternura entre os personagens parecem artificiais.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretores | Bryan Woods, Scott Beck |
| Roteiristas | Bryan Woods, Scott Beck |
| Produtores | Bryan Woods, Scott Beck, Sam Raimi, Zainab Azizi, Deborah Liebling |
| Elenco Principal | Adam Driver, Ariana Greenblatt, Chloe Coleman, Nika King, Brian Dare |
| Gênero | Ação, Aventura, Ficção científica |
| Ano de Lançamento | 2023 |
| Produtoras | Raimi Productions, Beck/Woods, Bron Studios, Columbia Pictures, TSG Entertainment |
A direção de Woods e Beck é competente, criando uma atmosfera de suspense e tensão em algumas sequências. As cenas de ação, apesar de não serem inovadoras, são bem coreografadas e conseguem prender a atenção. A estética visual, por outro lado, é impactante: a combinação da paisagem pré-histórica com a tecnologia alienígena cria uma atmosfera singular. No entanto, o filme não foge de certos clichês do gênero, e alguns momentos de suspense acabam sendo previsíveis demais.
Os pontos fortes residem na fotografia, que capta a grandiosidade e a beleza brutal da era mesozoica, e na construção da tensão. A relação entre o homem e a natureza, o tema central da trama, é bem explorada e a fragilidade humana diante de forças incontroláveis é palpável. No entanto, a fraqueza do roteiro, a previsibilidade da trama e a falta de profundidade nos personagens acabam por ofuscar esses méritos. Certos elementos, como a rápida apresentação da civilização alienígena de origem de Mills, poderiam ter sido mais bem desenvolvidos.
Em resumo, 65: Ameaça Pré-Histórica é um filme de entretenimento mediano. Ele cumpre sua função de entregar suspense e ação, mas não consegue transcender os limites do gênero, deixando a desejar em termos de profundidade narrativa e desenvolvimento de personagens. É um filme que você pode assistir sem grandes expectativas e se divertir, mas dificilmente será algo que você guardará na memória por muito tempo. Para aqueles que buscam um filme de aventura com dinossauros, ele pode ser uma opção razoável, mas para quem procura algo mais substancial, recomendo procurar outras alternativas. A recomendação é para um público mais casual, que não esteja buscando uma obra cinematográfica complexa ou profundamente impactante.
