A Noite dos Lobisomens: Uma Lua Sangrenta de Promessas Quebradas
Lançado em 6 de dezembro de 2024 no Brasil, A Noite dos Lobisomens chegou aos cinemas prometendo uma carnificina lupina de tirar o fôlego, embalada pela presença de Frank Grillo. A sinopse, que evita os spoilers, nos apresenta um mundo assolado por uma pandemia que transforma pessoas em lobisomens durante a superlua, com dois cientistas desesperados para impedir uma nova onda de mutações – e o consequente caos. A premissa é promissora, uma receita clássica que poderia ter resultado em um excelente filme de ação e terror. Infelizmente, o resultado final é, como diria um velho amigo, uma decepção canina.
O diretor Steven C. Miller parece ter se perdido em algum ponto da produção. A direção é apática, sem a energia frenética que um filme de lobisomens precisa para realmente prender o espectador. As cenas de ação, embora existam, carecem de impacto e criatividade, deixando a desejar em termos de coreografia e ritmo. São momentos esporádicos de violência que não se integram de forma orgânica à narrativa, parecendo quase encaixadas à força.
O roteiro de Matthew Kennedy, por sua vez, é um desastre. A trama, apesar de simples na sua essência, se perde em diálogos artificiais e um desenvolvimento de personagens fraco. A tentativa de adicionar camadas de “drama” e complexidade à história, como apontado em algumas críticas que li após a estreia, cai em um sentimentalismo forçado e personagens caricatos, prejudicando completamente o ritmo e a atmosfera de terror. A promessa de um filme de ação visceral se transforma em uma novela insossa, repleta de momentos que gritam por edição mais vigorosa.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Steven C. Miller |
Roteirista | Matthew Kennedy |
Produtores | Craig Chapman, Sevier Crespo |
Elenco Principal | Frank Grillo, Katrina Law, Ilfenesh Hadera, Jimmy Cummings, Lou Diamond Phillips |
Gênero | Ação, Terror, Thriller |
Ano de Lançamento | 2024 |
Produtoras | The Solution, Monty the Dog Productions, Burke Management (US) |
Apesar do elenco de peso, com Frank Grillo, Katrina Law, Ilfenesh Hadera e Lou Diamond Phillips, as atuações são, no geral, inconsistentes. Grillo, um ator normalmente confiável em papeis de ação, parece perdido no turbilhão de escolhas questionáveis do roteiro, enquanto os demais atores se esforçam, mas sem conseguir salvar o filme do seu destino.
Os pontos fortes? Difícil apontar muitos. A maquiagem dos lobisomens, em alguns momentos, consegue ser convincente. Mas isso é pouca coisa diante das falhas gritantes. A fotografia, em alguns momentos noturnos, possui um certo charme, evocando a atmosfera misteriosa da superlua, mas isso não é suficiente para compensar as outras deficiências.
O filme se perde em temas e mensagens mal explorados. A tentativa de inserir um contexto social ou reflexões mais profundas na trama parece apressada e superficial. A pandemia de lobisomens funciona como um mero pretexto para uma narrativa confusa e sem propósito definido.
Analisando o filme a partir de hoje, 22 de setembro de 2025, posso dizer que A Noite dos Lobisomens é um exemplo de como uma boa premissa pode ser completamente desperdiçada. A produção, apesar do orçamento aparentemente razoável e do elenco experiente, falha em entregar a experiência visceral e emocionante que se esperava. Para quem gosta de filmes de lobisomens trash e curte o risco de uma experiência ruim, talvez haja algum entretenimento a ser encontrado. Mas para os apreciadores do gênero que procuram qualidade e coesão narrativa, sugiro que procurem outras opções nas plataformas digitais – ou até mesmo na estante de filmes em casa. Não vale o investimento do tempo, muito menos o do ingresso.