Sonic 3: O Filme – Uma corrida contra o tempo (e contra as expectativas)
Lançado em 25 de dezembro de 2024, Sonic 3: O Filme prometia ser a consagração da franquia no cinema. Após o sucesso dos dois primeiros filmes, as expectativas eram altas, principalmente com a adição de Knuckles e, mais importante, Shadow, o icônico ouriço negro. A promessa de uma aventura épica, repleta de ação, humor e uma pitada de drama, estava no ar. Mas será que o longa entregou tudo o que prometia?
A sinopse oficial, sem grandes spoilers, nos apresenta a equipe Sonic reunida para enfrentar Shadow, um vilão poderoso e enigmático. Suas habilidades superam as dos nossos heróis, forçando-os a buscar alianças improváveis para salvar o planeta de uma ameaça iminente. A trama, embora se apoie na fórmula já estabelecida, adiciona uma complexidade interessante, explorando os laços de amizade e os desafios de confiança entre os personagens.
A direção de Jeff Fowler demonstra um crescimento significativo em relação aos filmes anteriores. As sequências de ação são mais elaboradas, a dinâmica entre os personagens mais fluida e o equilíbrio entre animação e live-action mais harmonioso. Embora algumas cenas pudessem ter sido editadas para um ritmo mais ágil – ecoando as críticas que questionavam o excesso de enrolação –, a direção consegue, de forma geral, manter a energia e o entusiasmo em alta.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Jeff Fowler |
| Roteiristas | John Whittington, Josh Miller, Patrick Casey |
| Produtores | Neal H. Moritz, Toby Ascher, Hitoshi Okuno, Toru Nakahara |
| Elenco Principal | Jim Carrey, Ben Schwartz, Keanu Reeves, Idris Elba, Colleen O'Shaughnessey |
| Gênero | Ação, Ficção científica, Comédia, Família |
| Ano de Lançamento | 2024 |
| Produtoras | Paramount Pictures, Original Film, Marza Animation Planet, SEGA, Blur Studio, SEGA of America |
O roteiro, por outro lado, é o ponto mais polêmico. John Whittington, Josh Miller e Patrick Casey entregaram uma história funcional, mas que em alguns momentos peca por previsibilidade e clichês. O desenvolvimento de Shadow, por exemplo, apesar da excelente performance vocal de Keanu Reeves, poderia ter sido mais profundo e explorado com mais nuances. A sensação é de que o potencial do personagem foi apenas parcialmente explorado, deixando um gosto de “quero mais”. As críticas que apontavam para a necessidade de cortes parecem pertinentes, pois em alguns momentos a narrativa se arrasta desnecessariamente.
Jim Carrey, mais uma vez, rouba a cena como o Dr. Robotnik (e o Gerald Robotnik). A performance, marcada por sua energia característica, é a cereja no bolo do longa. A dupla Ben Schwartz (Sonic) e Colleen O’Shaughnessey (Tails) mantém a química e a graça dos filmes anteriores. Idris Elba entrega um Knuckles com personalidade marcante, apesar de um desenvolvimento de personagem que, comparativamente a Shadow, se mostra mais completo.
Um dos pontos altos de Sonic 3: O Filme é a exploração de temas como a amizade, a confiança e a superação de desafios. A relação entre Sonic e Tails, assim como o crescente entendimento entre Sonic e Knuckles, são momentos genuinamente comoventes. A busca pela aliança improvável, mencionada na sinopse, é o que move a trama e permite um mergulho mais profundo na psicologia dos personagens.
No entanto, o filme não escapa de alguns tropeços. A explicação sobre a criação e os poderes de Shadow, apesar de bem trabalhada visualmente, soou apressada, o que gerou uma certa confusão entre os espectadores. Outro ponto fraco, que me incomodou bastante, foi a utilização de alguns clichés que parecem um retorno aos tempos em que os filmes da Sega eram mais previsíveis.
Em resumo, Sonic 3: O Filme é uma experiência divertida e emocionante, com momentos de pura ação e comédia que divertem tanto crianças quanto adultos. Apesar das falhas no roteiro e em algumas escolhas narrativas, a qualidade da animação, o excelente elenco e a direção competente compensam grande parte dos defeitos. Recomendaria o filme para fãs da franquia e para aqueles que procuram um filme de aventura familiar com boa dose de entretenimento. Contudo, é preciso ter em mente que se trata de um produto que atende principalmente a seu público-alvo, e pode não agradar aqueles que esperam um nível de profundidade e originalidade maior. A expectativa criada, de certa forma, contribuiu para que a experiência não se tornasse tão perfeita quanto poderia. Considerando tudo, assista, mas não espere uma obra-prima. A nota final, considerando todos os fatores, fica em 7/10.
