Belleville Cop: Uma Comédia Policial que Deixa a Marcha Lenta
Sete anos após seu lançamento em 2018, “Belleville Cop – O Agente Francês” continua a ser um filme que me intriga. Não se trata de uma obra-prima cinematográfica, longe disso, mas possui um charme peculiar que me faz repensar minha própria definição de “bom filme”. A premissa é simples: Sebastian Bouchard, um policial francês apelidado de “Baaba”, deixa seu aconchegante (e um tanto sufocante) bairro de Belleville para investigar o assassinato de um amigo em Miami. Lá, ele se junta ao detetive Ricardo Garcia, um americano de origem latina, numa parceria culturalmente explosiva, que resulta numa investigação repleta de humor e ação.
Uma Dupla Improvável, um Ritmo… Improvável
A direção de Rachid Bouchareb, embora competente, não é o ponto alto do filme. A narrativa se arrasta em certos momentos, o que poderia ser perdoado se a construção de personagens compensasse. A comédia, por vezes, se torna previsível, dependendo demais de estereótipos culturais para gerar risos. O roteiro, escrito por Bouchareb e Larry Gross, apresenta uma premissa promissora, mas falha em desenvolver todo o seu potencial. A química entre Omar Sy e Luis Guzmán, no entanto, salva a situação. A dinâmica entre o francês deslocado e o americano pragmático é genuinamente divertida, gerando momentos espontâneos que elevam a produção além de sua estrutura um pouco desajeitada.
Atributos e Falhas de uma Aventura Internacional
Omar Sy, com seu carisma inegável, carrega o filme nas costas. Ele transforma Baaba em um personagem simpático e, mesmo com os tropeços do roteiro, consegue transmitir sua jornada com convicção. Luis Guzmán, como sempre, é impecável, adicionando o contraponto necessário à energia frenética de Sy. Os personagens secundários, embora pouco explorados, contribuem para o cenário pitoresco e, por vezes, caricato, do filme. A beleza de Miami, em contraponto à atmosfera mais familiar de Belleville, serve como um excelente pano de fundo, criando um contraste visual interessante.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Diretor | Rachid Bouchareb |
Roteiristas | Rachid Bouchareb, Larry Gross |
Produtores | Allen Bain, Jean Bréhat, Victor Hadida, Muriel Merlin |
Elenco Principal | Omar Sy, Luis Guzmán, Franck Gastambide, Julie Ferrier, Biyouna |
Gênero | Comédia, Crime |
Ano de Lançamento | 2018 |
Produtoras | TF1 Films Production, Tessalit Productions, Davis Films, Metropolitan Filmexport, Korokoro, TF1, OCS, Lionsgate |
Mas o ritmo lento, como já mencionado, é um obstáculo considerável. O filme se perde em subtramas que não contribuem significativamente para a trama principal, deixando o espectador com a sensação de que o tempo de tela foi mal aproveitado. A comédia, embora funcione em alguns momentos, frequentemente cai em piadas fáceis e repetitivas.
Uma Reflexão (Suave) Sobre Cultura e Amizade
“Belleville Cop” não é exatamente um tratado sociológico, mas aborda, de forma leve, as diferenças culturais e a construção de amizades improváveis. A parceria entre Baaba e Ricardo transcende suas diferenças, demonstrando que a colaboração e o respeito mútuo podem superar preconceitos e desavenças. No entanto, a exploração desses temas é superficial, servindo mais como um pano de fundo para a comédia policial do que como um fio condutor da narrativa.
Conclusão: Divertimento Discreto, mas Divertimento
Em suma, “Belleville Cop – O Agente Francês” é um filme que não se destaca pela originalidade ou pela profundidade. É um entretenimento despretensioso, ideal para uma tarde relaxada em frente à tela. A química entre Sy e Guzmán e os cenários vibrantes compensam as falhas do roteiro e da direção. Recomendo-o para quem busca uma comédia policial leve e sem grandes pretensões, mas não esperem uma obra-prima do cinema. Se você encontra este filme em alguma plataforma de streaming em 2025, vale a pena conferir, principalmente se você aprecia o trabalho de Omar Sy. No entanto, não espere se deparar com um clássico instantâneo do gênero.