Moana: Uma Ode à Independência e à Herança, Nove Anos Depois
Olha, vamos ser sinceros: em 2016, quando Moana: Um Mar de Aventuras chegou aos cinemas, eu estava um tanto cético. Mais um filme da Disney? A fórmula já estava meio batida, não é? Mas nove anos depois, revisitar a animação me fez entender o porquê de ter se tornado um clássico instantâneo, e o porquê de, ainda hoje, em 2025, continua a encantar.
O filme acompanha Moana Waialiki, uma jovem princesa polinésia que se recusa a seguir o caminho traçado para ela. Seu destino é liderar seu povo, mas seu coração anseia pelo mar e por uma ancestralidade que a chama para uma jornada épica. Acompanhada pelo semideus Maui, um personagem carismático e falho, ela embarca em uma aventura para salvar sua ilha e seu povo de uma maldição. Essa sinopse, sem entregar spoilers, resume o coração da história: uma jornada de autodescoberta, coragem e a força de seguir a própria intuição.
A direção de John Musker e Ron Clements é impecável. A animação é vibrante, a cores são exuberantes, refletindo a beleza deslumbrante da Polinésia. A construção do universo visual é fantástica, com um cuidado impressionante nos detalhes, desde a flora e a fauna até as expressões faciais dos personagens. A trilha sonora, por sua vez, é uma experiência sensorial, memorável, e não à toa rendeu uma indicação ao Oscar. A melodia contagiante de “How Far I’ll Go” ecoa até hoje nos meus ouvidos.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretores | John Musker, Ron Clements |
| Roteirista | Jared Bush |
| Produtor | Osnat Shurer |
| Elenco Principal | Auliʻi Cravalho, Dwayne Johnson, Rachel House, Temuera Morrison, Jemaine Clement |
| Gênero | Aventura, Comédia, Família, Animação |
| Ano de Lançamento | 2016 |
| Produtoras | Walt Disney Pictures, Walt Disney Animation Studios |
O roteiro de Jared Bush, embora algumas vezes previsível em sua estrutura, acerta na construção dos personagens. Moana é uma protagonista forte, determinada e independente, muito além do estereótipo da princesa da Disney. A relação dela com Maui é um dos pontos altos do filme, uma dinâmica complexa entre a inexperiência da jovem e o ego inflado do semideus, resultando em momentos hilários e emocionantes. A atuação de Auli’i Cravalho como Moana é particularmente brilhante, com uma energia juvenil e convicta que torna a personagem palpável e inspiradora. Dwayne Johnson, por sua vez, empresta sua presença marcante a Maui, adicionando humor e profundidade a um personagem que poderia facilmente ser unidimensional.
Pontos Fortes e Fracos
Entre os pontos fortes, além da animação e da trilha sonora já mencionadas, destaco a representação autêntica da cultura polinésia. O filme faz um esforço considerável em retratar a riqueza da mitologia e os costumes da região, algo que, infelizmente, nem sempre é visto em produções ocidentais. A mensagem central sobre a importância da herança, do respeito à natureza e da busca pela própria identidade ressoa profundamente.
No entanto, Moana não está isento de críticas. Algumas sequências de humor podem parecer um tanto forçadas ou infantilizadas, comprometendo em alguns momentos o tom mais sério e profundo da narrativa. A resolução de alguns conflitos parece um pouco apressada.
Temas e Mensagens
Moana transcende a mera aventura. É uma história sobre o empoderamento feminino, a importância da conexão com a natureza e o peso da responsabilidade perante a comunidade. A jornada de Moana é uma metáfora para o processo de amadurecimento, onde o desafio da independência se junta ao desejo de honrar suas raízes. A busca pela conexão com sua ancestralidade e a descoberta de seu próprio poder são temas centrais, que certamente irão inspirar gerações futuras.
Conclusão
Moana: Um Mar de Aventuras não é apenas um filme de animação; é uma obra de arte que continua relevante quase uma década depois de seu lançamento. Apesar de algumas pequenas falhas, suas virtudes – a animação espetacular, a trilha sonora inesquecível, a personagem central inspiradora e a mensagem poderosa – superam com folga qualquer crítica. Recomendo fortemente que você assista, ou reassista, a este filme. Seja em streaming ou em qualquer plataforma digital que o disponibilize, a jornada de Moana vale a pena. É uma experiência cinematográfica que irá te envolver e, quem sabe, te inspirar a buscar seu próprio mar aberto.
