Batman vs Superman: A Origem da Justiça

Batman vs Superman: A Origem da Justiça – Uma Decepção Épica?

Nove anos se passaram desde que a Warner Bros. lançou, em 24 de março de 2016, Batman vs Superman: A Origem da Justiça, e olhando para trás, a experiência me deixa com uma sensação complexa. Era, afinal, o encontro cinematográfico de dois ícones inigualáveis, Batman e Superman, um evento que prometia ser um marco para os fãs de quadrinhos e de cinema de ação. A sinopse, simples e direta, anunciava o choque entre esses dois gigantes, um conflito alimentado pelo medo e pela desconfiança em um mundo que questiona a necessidade de super-heróis. Mas a realidade, como tantos já apontaram, se mostrou mais turva do que a expectativa.

A Direção, o Roteiro, e as Atuações

Zack Snyder, com seu estilo visual tão característico quanto polêmico, imprime uma estética sombria e grandiosa ao filme. As cenas de ação são, sem dúvida, espetaculares, apostas certeiras em um espetáculo visual de tirar o fôlego. O problema, como percebi na época e confirmo agora, reside no roteiro, assinado por David S. Goyer e Chris Terrio. A narrativa se mostra atropelada e confusa em muitos momentos, sacrificando o desenvolvimento dos personagens em prol de uma sucessão de cenas de ação impactantes, mas vazias de significado. A primeira metade, como muitos críticos já apontaram, arrasta-se num ritmo lento e cansativo, comprometendo a experiência geral.

As atuações, entretanto, merecem destaque. Ben Affleck como um Batman atormentado e experiente consegue se destacar, construindo um herói com nuances e complexidades. Henry Cavill mantém sua presença imponente como Superman, mas infelizmente, o roteiro limita a exploração da sua personalidade. Jesse Eisenberg, como Lex Luthor, opta por uma interpretação caricata e exagerada, que, apesar de gerar certo estranhamento, também imprime uma singularidade ao vilão. Gal Gadot brilha em sua breve aparição como a Mulher-Maravilha, prometendo um futuro promissor para a personagem. Amy Adams, como Lois Lane, novamente demonstra uma ótima química com Cavill, embora seu papel seja, mais uma vez, subutilizado.

Pontos Fortes e Fracos

A excelência da direção de arte, a trilha sonora imponente e as cenas de ação espetaculares são, sem dúvida, os maiores trunfos do filme. Visualmente, “Batman vs Superman” é um deleite, mas essa beleza estética não consegue compensar a fragilidade da narrativa. O ritmo irregular, o excesso de informações e a falta de desenvolvimento dos personagens secundários são seus pontos fracos mais significativos. O filme tenta abarcar muitos elementos e temas sem aprofundar nenhum deles, resultando numa experiência superficial.

Temas e Mensagens

A obra aborda temas complexos como o medo do desconhecido, a responsabilidade do poder, a natureza humana, e a manipulação da mídia. No entanto, esses temas são tratados de forma superficial, servindo mais como pano de fundo para as cenas de ação do que como um motor para a narrativa. A mensagem central, se houver uma mensagem clara, fica obscurecida pela confusão narrativa.

Conclusão

Nove anos depois de sua estreia, Batman vs Superman: A Origem da Justiça continua sendo um filme divisivo. O espetáculo visual e algumas performances excelentes não conseguem ofuscar os problemas de roteiro e narrativa. Ele representa, de certa forma, um marco do DCEU, mas um marco irregular e, para mim, um tanto decepcionante. Recomendo o filme apenas para aqueles que apreciam um bom espetáculo visual e não se importam com uma trama pouco coesa e personagens pouco explorados. Se você busca uma história bem contada, com personagens complexos e uma narrativa envolvente, existem outros filmes de super-heróis que valem muito mais a pena em plataformas digitais ou streaming. Para apreciar este longa, você deve estar preparado para perdoar muito.