Hotel Costiera: Uma joia italiana com arestas a serem lapidadas
Finalmente, 24 de setembro de 2025 chegou. E com ele, a tão esperada estreia de Hotel Costiera. A série, prometendo uma mistura explosiva de ação, drama e o charme inegável da Costa Amalfitana, tinha tudo para ser a sensação do ano – e em grande parte, conseguiu. Mas, como todo bom vinho italiano, apresenta algumas nuances que precisam ser apreciadas com cuidado.
A premissa é simples, porém eficaz: Daniel De Luca, um ex-fuzileiro naval com um passado sombrio que prefere manter em segredo, trabalha como solucionador de problemas no luxuoso Hotel Villa Costiera. Enquanto ele lida com as demandas – e os segredos – dos ricos e famosos hóspedes, Daniel está simultaneamente em busca de Alice, uma jovem desaparecida em circunstâncias suspeitas e envolvida em uma trama perigosa.
A série consegue pintar um quadro vibrante da Itália, usando a beleza cênica da Costa Amalfitana como um personagem em si. As paisagens de tirar o fôlego são um banquete visual constante, compensando, em parte, algumas falhas na execução. A direção, embora competente, não inova de forma significativa, optando por uma estética mais tradicional, que, confesso, funciona bem na construção da atmosfera, mas que poderia ser mais ousada. O roteiro, por sua vez, é um ponto forte, apresentando um mistério central envolvente, com reviravoltas bem calculadas (pelo menos até o sexto episódio, onde senti uma certa previsibilidade).
Atributo | Detalhe |
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Produtores | Jesse Williams, Luca Bernabei |
Elenco Principal | Jesse Williams, Jordan Alexandra, Alejandra Onieva, Maria Chiara Giannetta, Antonio Gerardi |
Gênero | Action & Adventure, Drama |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Lux Vide, Amazon MGM Studios |
Jesse Williams, no papel de Daniel, entrega uma performance sólida, transmitindo com eficácia o carisma e a fragilidade de seu personagem. Embora os demais atores – Jordan Alexandra, Alejandra Onieva, Maria Chiara Giannetta e Antonio Gerardi – tenham seus momentos brilhantes, senti falta de um aprofundamento maior em seus arcos narrativos. A impressão que fica é que alguns personagens foram incluídos mais para engrossar o caldo do que para contribuir significativamente para a trama principal.
Um dos grandes trunfos de Hotel Costiera é sua capacidade de explorar temas complexos, como o peso do passado, a busca pela redenção e a corrupção nas altas esferas da sociedade. A série não se esquiva de retratar a escuridão que se esconde por trás da fachada de glamour e riqueza, criando uma atmosfera densa e carregada de suspense. Porém, em alguns momentos, a trama se perde em subplots que, apesar de interessantes individualmente, prejudicam o ritmo geral da narrativa.
Infelizmente, o que começa com um ritmo frenético, a partir da metade da temporada perde um pouco o fôlego, se tornando um tanto previsível em alguns momentos. O grande suspense prometido não é totalmente concretizado, deixando algumas pontas soltas que, espero, serão resolvidas em uma eventual segunda temporada.
Apesar das falhas, Hotel Costiera é uma série que vale a pena ser assistida. A beleza da Costa Amalfitana, a performance de Jesse Williams e o mistério central bem construído compensam as eventuais fragilidades. Recomendo a série aos fãs de dramas policiais com pitadas de ação, que apreciam uma boa dose de suspense e não se importam com alguns desvios de rota na trama. Se a Amazon MGM Studios e a Lux Vide acertarem as arestas em uma possível segunda temporada, teremos uma obra-prima em nossas mãos. A expectativa é grande.