Agentes Vanguard: Uma Ação Desajeitada em Busca de Jackie Chan de Outros Tempos
Cinco anos se passaram desde que Agentes Vanguard chegou aos cinemas brasileiros em 10 de dezembro de 2020, e a memória do filme permanece um tanto… nebulosa. Não no sentido de ser uma obra-prima esquecida, mas sim como um desses filmes que você assistiu, se divertiu superficialmente e, em seguida, deixou sumir na imensidão do streaming. A sinopse é simples: uma empresa de segurança secreta precisa salvar um contador que se tornou alvo de uma organização mercenária brutal. Jackie Chan, como sempre, está no comando, liderando uma equipe em missões globais repletas de ação. E é aí que a decepção começa a se instalar.
Ação Sem Graça, Roteiro Sem Inventiva
A direção de Tang Jili, que também assina o roteiro, é onde o filme falha mais consistentemente. Esperava-se, considerando a trajetória de Chan, um nível de coreografia de luta que transcendesse a mera explosão de violência digital. Mas o que encontramos são cenas de ação desajeitadas, CGI de qualidade duvidosa (lembrando os momentos piores da era do início dos anos 2000), e uma edição frenética que obscurece qualquer sutileza que poderia existir nas coreografias de luta. O roteiro, por sua vez, é previsível e preguiçoso, apostando em clichês de filmes de ação sem o mínimo de esforço em criar algo memorável. A trama se desenrola de forma linear e sem surpresas, deixando a sensação de que já vimos isso tudo inúmeras vezes.
As atuações seguem a linha da mediocridade. Jackie Chan, apesar de sua inegável carisma, parece cansado, quase desinteressado. A energia que o impulsionou em tantos clássicos parece ter se esvaído, deixando para trás um personagem sem a mesma graça e espontaneidade de outrora. Os demais atores não conseguem se destacar, presos em papéis mal escritos que não permitem qualquer espaço para desenvolvimento. A química entre os personagens não existe, e a comédia, supostamente um dos gêneros presentes, é tão forçada que causa mais constrangimento do que risos.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | 唐季禮 |
| Roteirista | 唐季禮 |
| Produtores | Barbie Tung Wan-Si, 唐季禮 |
| Elenco Principal | Jackie Chan, 杨洋, 艾伦, Miya Muqi, 徐若晗 |
| Gênero | Ação, Aventura, Comédia, Crime, Thriller |
| Ano de Lançamento | 2020 |
| Produtoras | China Film International, China Film Group Corporation, Epitome Capital, Shanghai Lix Entertainment, Shenzhen Media Film & Television, Tencent Pictures, One Cool Films, India Film Services, Huayu International Entertainment, JP Media Limited, Dexter Studios, Golden Network Asia, Taurus Film |
Pontos Fortes e Fracos: Um Desequilíbrio Evidente
Os poucos pontos positivos residem na escala global da produção. As locações internacionais oferecem um espetáculo visual, embora em muitos momentos sejam apenas pano de fundo para as cenas de luta ineficazes. A tentativa de incluir elementos de humor e um certo patriotismo chinês também se apresentam como tentativas de diversificar a fórmula tradicional dos filmes de ação, mesmo que a execução seja mal-sucedida.
Porém, os fracassos superam em muito os acertos. A violência gratuita, a ausência de suspense, e a falta de profundidade nos personagens são problemas sérios que prejudicam a experiência como um todo. A premissa de uma agência secreta de elite não se concretiza, pois as sequências de ação não sustentam a tensão necessária para um filme de espionagem.
Temas e Mensagens: Um Patriotismo Vazio
Em termos de temas, Agentes Vanguard tenta, sem muito sucesso, explorar um nacionalismo chinês, mostrando o grupo salvando civis chineses no exterior. No entanto, a mensagem é superficial e mal desenvolvida, não acrescentando nada de substancial à trama. A brutalidade, enquanto elemento presente, serve apenas como um recurso visual sem impacto emocional ou reflexivo.
Conclusão: Evite, a Menos que Você Gosta de Chan e Não Tenha Mais Opções
Em resumo, Agentes Vanguard é um filme de ação genérico, com um roteiro fraco, atuações medíocres e uma direção apática. A tentativa de apresentar Jackie Chan como um astro de ação ainda em plena forma não funciona, e o resultado é uma produção que deixa a desejar em praticamente todos os aspectos. A recepção negativa que o longa recebeu em 2020, comparável àquelas críticas negativas que mencionei, não me surpreende, pois a experiência de assistir a esse filme se resume a uma jornada cansativa e pouco recompensadora. Recomendo somente aos fãs mais ferrenhos de Jackie Chan, que talvez encontrem algum valor sentimental em vê-lo na tela, apesar da produção de qualidade inferior à sua própria trajetória. Para o restante do público, existem opções bem melhores de ação e suspense disponíveis nas plataformas digitais.
