O monstro de Del Toro: Uma revisita a Frankenstein que arrepia e questiona
A menos de um mês da estreia de Frankenstein no Brasil (23/10/2025), a expectativa é palpável. Guillermo del Toro, mestre do fantástico sombrio, coloca suas garras em um conto clássico, prometendo não uma simples adaptação, mas uma reimaginação que, pelas primeiras informações, se sustenta em um terror psicológico mais do que nos sustos baratos. A sinopse nos apresenta a premissa familiar: o ambicioso Dr. Victor Frankenstein, em busca de transcender os limites da vida e da morte, cria uma criatura que logo se transforma em um reflexo sombrio de suas próprias falhas. A jornada rumo à ruína, tanto para o criador quanto para a criação, é o cerne desta nova adaptação.
Del Toro, na direção e no roteiro, demonstra, mais uma vez, uma maestria incomum na construção de atmosfera. Já se pode vislumbrar um cuidado meticuloso com a estética, uma paleta escura e opressora, que promete mergulhar o espectador no tormento psicológico dos personagens. A escolha do elenco, por si só, é um prenúncio de excelência. Oscar Isaac, com sua capacidade de transmitir fragilidade e arrogância simultaneamente, parece a escolha perfeita para o Dr. Frankenstein. Jacob Elordi, assumindo o papel da criatura, tem a oportunidade de demonstrar uma gama emocional que transcende a mera monstruosidade física, enquanto Mia Goth, com seu talento singular, certamente adicionará camadas de complexidade a Elizabeth Lavenza e Caroline Beaufort. A presença de Christoph Waltz e Felix Kammerer completa um time de astros que, em princípio, garantem um nível de atuação que promete ser memorável.
No entanto, o grande desafio de Del Toro não reside apenas na fidelidade à obra original, mas em sua capacidade de atualizar a narrativa para o público contemporâneo. Um dos perigos das refilmagens é o risco da redundância. A questão é: o que Del Toro traz de novo à mesa? O trailer (ainda não divulgado publicamente, mas alguns stills vazaram!) sugere uma abordagem mais focada na psicologia do Dr. Frankenstein e na natureza trágica de sua criatura, relegando o terror “gore” para um segundo plano. Se esta abordagem for bem-sucedida, teremos um filme que transcende os limites do gênero de terror, explorando temas atemporais como a arrogância humana, a responsabilidade e a busca pelo conhecimento sem limites.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Guillermo del Toro |
Roteirista | Guillermo del Toro |
Produtores | J. Miles Dale, Guillermo del Toro, Scott Stuber |
Elenco Principal | Oscar Isaac, Jacob Elordi, Mia Goth, Christoph Waltz, Felix Kammerer |
Gênero | Drama, Terror, Ficção científica |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Double Dare You, Demilo Films, Bluegrass Films |
Apesar do otimismo, há pontos que merecem cautela. O risco de uma interpretação excessivamente “poética” e de deixar de lado a visceralidade da história original existe. O equilíbrio entre os momentos de suspense psicológico e a ação, se não cuidadosamente orquestrado, pode tornar o filme arrastado.
Em resumo, Frankenstein de Guillermo del Toro tem o potencial de ser uma obra-prima do terror psicológico e uma reflexão profunda sobre a natureza humana. O elenco de peso, aliado ao talento reconhecido do diretor, promete uma experiência cinematográfica marcante. Apesar das ressalvas, a expectativa é altíssima, e a recomendação é clara: assistir ao filme com a mente aberta, preparados para uma experiência que certamente deixará marcas. A data de estreia, 23 de outubro, já está marcada no meu calendário. Não vejo a hora.