Esquadrão Tigre: Uma Aventura Ferroviária que Desanda nos Trilhos?
Nove anos se passaram desde o lançamento de Esquadrão Tigre em 2016, e a memória do filme, para ser sincero, permanece um tanto nebulosa na minha mente. Recentemente, revisitei essa produção com Jackie Chan e, embora a nostalgia tenha me levado a uma revisão, a experiência não foi tão emocionante quanto eu esperava. O longa-metragem, uma aventura de ação ambientada na China dos anos 1940, acompanha Ma Yuan (Chan), um trabalhador ferroviário que lidera uma equipe de resistentes contra a ocupação japonesa da linha Tianjin-Nanjing. A sinopse promete uma trama repleta de ação, com combates, estratégias e a luta pela liberdade, tudo temperado com o humor característico de Jackie Chan.
A direção de Ding Sheng tenta equilibrar os diferentes gêneros – ação, aventura, comédia, família e guerra – mas, infelizmente, esse equilíbrio se desfaz rapidamente. As cenas de ação, embora apresentem a marca registrada de Chan, são pouco inovadoras e, em alguns momentos, até cansativas. A comédia, por sua vez, cai frequentemente no lugar-comum e se mostra forçada, prejudicando o ritmo da narrativa. O roteiro, coescrito por Ding Sheng e He Keke, peca por um desenvolvimento superficial dos personagens secundários. Sabemos o básico sobre eles, mas falta a profundidade emocional necessária para nos conectarmos de verdade com as suas jornadas.
Jackie Chan, como sempre, carrega o filme nas costas com seu carisma inegável. Apesar de os anos terem passado, ele demonstra sua agilidade e talento físico, entregando sequências de luta ainda impressionantes. No entanto, até mesmo o talento de Chan não consegue salvar o roteiro aquém do esperado. Huang Zitao e Jaycee Chan, embora apresentem desempenhos aceitáveis, ficam ofuscados pela performance dominante do protagonista. A atuação de Wang Kai e Xu Fan é apenas discreta, não agregando ou subtraindo da narrativa.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Ding Sheng |
| Roteiristas | Ding Sheng, He Keke |
| Produtores | 任仲伦, Maofei Zhou, Zhao Lei |
| Elenco Principal | Jackie Chan, Huang Zitao, Jaycee Chan, 王凯, 徐帆 |
| Gênero | Ação, Aventura, Comédia, Família, Guerra |
| Ano de Lançamento | 2016 |
| Produtoras | Shan Dong Satellite TV Media, Shanghai Film Group, Sparkle Roll Media, Beijing Going Zoom Media, Mango Entertainment, J.Q. Pictures, Nextainment Pictures (Wuxi), Golden Network Asia |
Um dos pontos fortes do filme é a ambientação. A recriação da China ocupada pelos japoneses é convincente, mostrando a tensão da época e a opressão que o povo chinês enfrentou. A utilização da ferrovia como cenário principal também é bastante inteligente, criando oportunidades interessantes para cenas de ação e suspense. No entanto, o roteiro desperdiça essas oportunidades, optando por uma narrativa previsível e com pouca inovação. A mensagem sobre a luta pela liberdade e a resistência contra a opressão é válida, mas fica comprometida pela execução fraca da trama. O foco na família e na solidariedade, um aspecto claramente direcionado ao público familiar, acaba parecendo superficial e pouco explorado.
Infelizmente, Esquadrão Tigre sofre de problemas crônicos que o impedem de ser uma experiência realmente memorável. A crítica em 2016, de forma semelhante ao trecho que mencionei anteriormente, não foi muito gentil, e, com o passar dos anos, o filme parece ter sido esquecido injustamente, mas isso não o transforma em um bom filme. Ele sofre do mal de muitas produções que se esforçam para agradar a todos, resultando em uma obra sem identidade própria. A junção de gêneros não se encaixa como um quebra-cabeça, e sim como peças jogadas ao acaso num tabuleiro.
Em conclusão, Esquadrão Tigre é um filme que se deixa assistir por conta do carisma de Jackie Chan e por sua ambientação, mas não é uma obra memorável. Se você é um grande fã de Jackie Chan, pode encontrar algum entretenimento, mas não espere uma obra-prima do cinema de ação. Para um público mais exigente, talvez seja melhor investir o tempo em outras produções do gênero. A recomendação é apenas para os entusiastas de Jackie Chan que buscam uma experiência leve e sem grandes pretensões. Não me entenda mal: a ação há, mas a magia, a inovação, o impacto… isso se perdeu nos trilhos.




