Perigo na Montanha: Uma Ode à Simplicidade Bruta
Sete anos se passaram desde que Perigo na Montanha (Braven, 2018) chegou às telas, e a memória da experiência continua a me assombrar – não por sua complexidade narrativa, mas pela sua honestidade brutal. Em meio a um mar de superproduções repletas de efeitos especiais e reviravoltas mirabolantes, este filme, dirigido por Lin Oeding, optou por uma abordagem mais crua, mais visceral. A trama, em sua essência, é simples: Joe Braven, um madeireiro interpretado por um Jason Momoa ainda sem a aura de astro global que ostenta atualmente, precisa proteger sua família de uma gangue de traficantes de drogas que invadiu seu território isolado na fronteira entre os EUA e o Canadá.
Uma Batalha Contra o Tempo e os Elementos
O roteiro, assinado por Thomas Pa’a Sibbett e Michael Nilon, não busca reinventar a roda. É um thriller de ação clássico, com pitadas de filme de invasão doméstica e um toque ocidental, como bem apontaram alguns críticos em 2018. Não há grandes reviravoltas inesperadas, nem personagens complexos que desafiam a moralidade. O que temos é uma situação de sobrevivência pura e simples, onde o bem enfrenta o mal em um cenário implacável. A neve cai incessante, os elementos se tornam inimigos tão perigosos quanto os traficantes liderados pelo implacável Linden, vivido com maestria por Stephen Lang. Essa simplicidade, no entanto, é o trunfo do filme. Ela nos permite focar na tensão crescente, na luta física e na determinação incansável de Joe Braven em proteger os seus.
A direção de Lin Oeding é competente, priorizando a ação visceral e a construção da atmosfera claustrofóbica da floresta coberta de neve. A câmera acompanha Joe em sua luta pela sobrevivência, transmitindo a exaustão física e o peso da responsabilidade que recai sobre seus ombros. A fotografia, fria e implacável, reforça a sensação de isolamento e perigo constante.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Lin Oeding |
Roteiristas | Thomas Pa'a Sibbett, Michael Nilon |
Produtores | Jason Momoa, Michael Nilon, Brian Andrew Mendoza, Molly Hassell |
Elenco Principal | Jason Momoa, Stephen Lang, Garret Dillahunt, Zahn McClarnon, Jill Wagner |
Gênero | Drama, Ação, Thriller |
Ano de Lançamento | 2018 |
Produtoras | Pride of Gypsies, Tinker Productions, Hassell Free Productions, Highland Film Group, Narrative Capital, Braven NL |
Momoa, Lang e um Elenco em Estado Bruto
Momoa entrega uma performance convincente, longe do carisma que o tornou famoso em produções como “Aquaman”. Aqui, ele é um homem comum, um pai de família, que precisa usar sua força bruta e sua inteligência para sobreviver. O destaque, contudo, fica por conta de Stephen Lang, que interpreta o vilão Linden com uma frieza perturbadora, transmitindo uma ameaça palpável. O restante do elenco, incluindo Garret Dillahunt, Zahn McClarnon e Jill Wagner, contribui para a construção de um mundo crível e verossímil, sem cair em arquétipos superficiais.
Pontos Fortes e Fracos: Um Equilíbrio Delicado
A força de Perigo na Montanha reside em sua honestidade. Não há pretensão de ser uma obra-prima cinematográfica, nem um comentário social profundo. Ele se entrega ao gênero, oferecendo uma experiência de entretenimento visceral e eficiente. Porém, sua simplicidade também pode ser considerada uma fraqueza para alguns. A trama previsível e a ausência de personagens complexos podem desagradar aqueles que buscam algo mais intelectualmente estimulante. A ausência de uma grande campanha publicitária em 2018, talvez tenha prejudicado a visibilidade do longa, que apesar de possuir qualidades intrínsecas, não alcançou o reconhecimento que merecia.
Temas e Mensagens: Uma Luta Pessoal
Apesar da aparente simplicidade, o filme aborda temas universais como família, responsabilidade e a luta pela sobrevivência. Joe Braven não é um herói implacável; ele é um homem comum, impulsionado pelo amor e pela necessidade de proteger os seus. A mensagem, embora implícita, é clara: a verdadeira força reside na determinação e no amor incondicional.
Conclusão: Uma Experiência Simplesmente Satisfatória
Perigo na Montanha não é um filme para todos. Se você procura uma trama complexa e repleta de reviravoltas, talvez se decepcione. Mas se você aprecia um thriller de ação honesto, com atuações sólidas e uma atmosfera tensa, esta é uma opção mais do que válida. Em 2025, recomendo fortemente a busca por este filme em plataformas digitais, uma experiência que, acredito, ainda consegue surpreender pela sua abordagem direta e eficaz. É um filme que fica na memória não pelos seus efeitos visuais ou pela complexidade da trama, mas pela sua raiva bruta e a força bruta de seu protagonista. Um bom exemplo de como a simplicidade, quando bem executada, pode ser extremamente eficiente.