Gente, preciso confessar algo aqui no meio dessa bagunça que é a vida de um crítico de séries: existe uma série de animes que me pega de um jeito que poucas conseguem. É a franquia Umamusume. E olha que eu já vi de tudo, viu? Mas a forma como eles pegam a história de cavalos de corrida lendários e as transformam em garotas-cavalo com sonhos, dramas e, claro, corridas de tirar o fôlego… é uma genialidade que me desarma. Por isso, quando soube que Umamusume: Cinderella Gray estava a caminho, a expectativa virou quase uma dor no peito. E agora, tendo assistido, posso dizer: valeu a pena cada segundo de espera.
A gente vive num mundo que adora uma história de Davi contra Golias, não é? De quem vem do nada e, contra todas as probabilidades, conquista o topo. E é exatamente essa veia que Cinderella Gray toca com uma maestria que, sinceramente, poucas produções conseguem alcançar. A série nos joga de cabeça na vida de Oguri Cap, uma jovem umamusume que, de primeira, não parece ter nada de especial. Ela vem de Kasamatsu, uma academia rural, um lugar que, na mente de muita gente, está longe de ser o berço de grandes campeãs. E é aí que a mágica acontece.
Desde as primeiras corridas, Oguri Cap se mostra… diferente. Não é só a velocidade estonteante que impressiona, mas a maneira como ela desafia a lógica, correndo como se não houvesse amanhã, uma força bruta quase indomável. É como se a pista fosse uma extensão da sua própria alma, e ela simplesmente precisa correr. Essa garota, que por vezes é chamada de “Monstro” — e veja bem, não é um apelido carinhoso, mas uma constatação quase assustadora do seu poder —, constrói sua própria lenda. E essa alcunha, “Monstro”, carrega um peso enorme, não acham? Ela se vê nesse espelho distorcido que os outros criam, mas no fundo, o que ela busca é apenas a liberdade e a plenitude que só a corrida pode dar.
É aí que o drama, que os produtores da CygamesPictures e da Cygames souberam dosar tão bem, entra em cena. Não é só sobre ganhar corridas, é sobre a jornada interior de Oguri Cap. A gente acompanha seus altos e baixos, as dores e as alegrias, a solidão que acompanha o talento excepcional e a camaradagem inesperada que surge nas horas mais difíceis. Tomoyo Takayanagi, que dá voz à Oguri Cap, merece todos os aplausos. Ela não apenas dubla, ela encarna a personagem, transmitindo a intensidade avassaladora nas corridas e a vulnerabilidade nos momentos de dúvida com uma sinceridade que faz a gente se apegar de verdade.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Elenco Principal | Tomoyo Takayanagi, Momoko Seto, Katsuyuki Konishi, Hochu Otsuka, Mariya Ise |
| Gênero | Animação, Drama |
| Ano de Lançamento | 2025 |
| Produtoras | CygamesPictures, Cygames, TBS, Happinet Media Marketing, Universal Music Japan |
Os coadjuvantes, como Bellno Light (com a voz vibrante de Momoko Seto), Jo Kitahara (o Katsuyuki Konishi trazendo uma gravidade essencial) e Ginjirou Musaka (com a presença marcante de Hochu Otsuka), não são meros figurantes. Eles são peças fundamentais que impulsionam a narrativa, oferecendo apoio, desafio e, por vezes, um espelho para Oguri Cap refletir sobre quem ela realmente é. As interações, os diálogos — tão bem construídos que a gente se sente ali, no meio daquela arena, sentindo o cheiro da grama molhada e a poeira levantada — revelam camadas dos personagens que vão muito além da superfície.
E vamos falar da produção? Cygames, TBS, Happinet Media Marketing, Universal Music Japan… a união dessas forças resultou em algo visualmente deslumbrante. As cenas de corrida são um espetáculo à parte, com uma fluidez na animação que te faz sentir o vento no rosto e a adrenalina pulsando. É como se cada fibra muscular das umamusume fosse animada com o máximo de carinho e atenção, transformando cada disputa numa epopeia visual. O som, então? O galope, a respiração ofegante, a narração empolgada… tudo contribui para uma experiência imersiva que te prende do início ao fim.
A história de Cinderella Gray não é só mais uma série sobre superação. É um mergulho profundo na psique de uma atleta que, apesar de todo o seu talento inato, precisa encontrar seu lugar no mundo, desafiar as expectativas e, mais importante, aceitar a si mesma. É a beleza da imperfeição, da força que brota do inusitado, da lenda que é escrita não só com vitórias, mas com a pura e simples paixão por correr.
E você, que história de “Cinderela” te marcou mais na vida? Aquela que, contra tudo e contra todos, mostrou que o impossível é só uma questão de perspectiva? Deixa aí nos comentários, quero saber!




