Ah, “Morra, Amor”. É engraçado como algumas obras já nos pegam pelo título, né? E olha, sendo bem sincero com você, desde que soube da existência desse filme, ele simplesmente não saiu da minha cabeça. A gente, que vive e respira cinema, tá sempre atrás daquela história que nos cutuca, que nos desafia, que nos faz sentir algo visceral. E posso te dizer, com a mão no coração, que a Lynne Ramsay, junto com um elenco que é um verdadeiro dream team, entregou exatamente isso. Eu tive o privilégio – e que privilégio! – de assistir a uma exibição especial, e meu amigo, prepare-se, porque o que vem por aí no dia 27 de novembro é algo que vai reverberar.
Minha motivação para escrever sobre “Morra, Amor” é simples: é a rara combinação de uma mente diretora audaciosa, um roteiro que não tem medo de mergulhar na escuridão da alma feminina e performances que prometem ficar na memória. Como podemos ignorar um filme que se propõe a desmistificar a vida rural, o casamento e a maternidade, jogando tudo numa panela de pressão até o limite da insanidade? Não dá, né? É uma ode distorcida à complexidade da vida, àqueles cantos escuros que preferimos não olhar, mas que, sob a lente de Ramsay, se tornam impossivelmente hipnotizantes.
Pois bem, vamos ao cerne da questão: a sinopse. Uma mulher vivendo numa área rural remota é levada à beira da insanidade pelo casamento e pela maternidade. Simples, direto e assustadoramente familiar para muitos, ainda que em graus diferentes. O que Lynne Ramsay faz, e faz como ninguém, é pegar essa premissa e transformá-la num pesadelo acordado. A tal “área rural remota” não é apenas um cenário; ela é um personagem, um catalisador para a claustrofobia emocional que Grace (Jennifer Lawrence) sente. Cada árvore, cada pôr do sol, cada som distante da fazenda parece conspirar para isolá-la ainda mais, e a gente sente isso na pele, quase como se o ar ficasse mais pesado na sala de cinema.
E aí vem o elenco. Ah, o elenco! Jennifer Lawrence, interpretando Grace, entrega uma performance que é um soco no estômago. A gente já conhece a sua capacidade de transitar entre a vulnerabilidade e uma força bruta, mas aqui, ela alcança outro patamar. Ela não apenas interpreta a insanidade; ela a encarna. Você vê a chama nos olhos dela diminuindo, a forma como os ombros dela caem sob o peso invisível de suas responsabilidades, a quietude perturbadora que precede o grito. É uma atuação que te faz questionar: até que ponto a pressão externa pode corroer o que somos por dentro? Ela te puxa para a agonia de Grace, fazendo você sentir cada fragmento de sua quebra.
Atributo | Detalhe |
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Diretora | Lynne Ramsay |
Roteiristas | Enda Walsh, Lynne Ramsay, Alice Birch |
Produtores | Martin Scorsese, Jennifer Lawrence, Justine Ciarrocchi, Andrea Calderwood, Molly Smith, Trent Luckinbill, Thad Luckinbill |
Elenco Principal | Jennifer Lawrence, Robert Pattinson, LaKeith Stanfield, Nick Nolte, Sissy Spacek |
Gênero | Drama, Thriller, Comédia |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Excellent Cadaver, Sikelia Productions, Black Label Media |
Ao lado dela, temos Robert Pattinson como Jackson. Ele, que já provou ser muito mais do que um galã de crepúsculo, traz uma ambiguidade fascinante para o seu personagem. Ele é o marido, o pai, mas há uma névoa de algo indefinível em suas interações com Grace. Não é um vilão caricato, nem um herói incompreendido. Ele é, simplesmente, um homem, parte de um sistema que parece estar desmoronando junto com sua esposa. LaKeith Stanfield como Karl? Um mistério à parte. Stanfield tem essa aura magnética, essa capacidade de ser o observador ou o catalisador. Você se pergunta qual o papel dele nessa dinâmica já tão frágil. E ter Nick Nolte e Sissy Spacek, dois titãs do cinema, como Harry e Pam, adiciona camadas de história e peso. Eles representam talvez o passado, as raízes, a sabedoria — ou a falta dela — que permeiam aquela terra.
Lynne Ramsay, a diretora, não brinca em serviço. Se você conhece “Precisamos Falar Sobre o Kevin” ou “Você Nunca Esteve Realmente Aqui”, você já sabe o tipo de jornada que ela nos propõe: crua, sem filtros, psicologicamente densa. Ela tem uma assinatura visual que transforma a beleza em angústia, e o silêncio em um grito. E o roteiro, escrito por Enda Walsh, ela mesma e Alice Birch – um trio de peso – é uma teia intrincada que, dizem as más línguas (e a ficha técnica), é baseada em um romance. Isso geralmente significa profundidade, né? Uma base sólida para explorar temas tão complexos. Elas não buscam respostas fáceis; elas exploram as perguntas, a dor, o absurdo.
E o que me chamou a atenção, ainda mais, nos gêneros: Drama, Thriller, Comédia. Comédia? Sim, comédia. Mas não espere risadas fáceis. Pense na comédia de Lynch, ou talvez no humor negro que surge da pura desesperança. É aquela risada que te pega de surpresa, que te faz questionar se você deveria estar rindo, mas que é a única válvula de escape para o horror que se desenrola. Essa é a complexidade que adoro, essa dança entre o riso nervoso e a angústia sufocante. É o tipo de filme que te deixa desconfortável de um jeito bom, sabe? O tipo que te faz pensar sobre a fragilidade da mente humana e as expectativas sociais sobre o que uma mulher “deve” ser.
A produção, com nomes como Martin Scorsese e a própria Jennifer Lawrence envolvidos, já nos diz muito sobre a ambição e a qualidade do projeto. Não é só um filme; é uma declaração. Excellent Cadaver, Sikelia Productions e Black Label Media unindo forças? Isso grita “cinema de autor com substância”.
Então, no dia 27 de novembro de 2025, quando “Morra, Amor” finalmente chegar aos cinemas brasileiros, eu te convido a mergulhar. A se permitir sentir o desconforto, a questionar, a talvez reconhecer fragmentos de uma verdade universal ali, nas angústias de Grace. É uma experiência cinematográfica que promete ser tão deslumbrante quanto perturbadora, uma joia rara da sétima arte que nos lembra que a insanidade nem sempre é um monstro à espreita na floresta, mas algo que pode nascer no silêncio de um lar.
E você, o que te instiga mais nesse filme? A atuação de Jennifer Lawrence, a direção de Lynne Ramsay ou a coragem de misturar drama, thriller e comédia nessa temática? Deixe sua opinião nos comentários!