Sobreviva a Noite: Um Tiro no Escuro (ou, como quase sobreviver a um filme de ação ruim)
Lançado em 2019 e disponível agora em diversas plataformas digitais, Sobreviva a Noite prometia uma noite de ação frenética com Dolph Lundgren, o que já, por si só, é um chamariz para qualquer fã de cinema B dos anos 80. A sinopse nos apresenta Goro, um gênio criminoso, planejando o roubo de um tesouro inestimável da família Rossini. Mas, um agente secreto infiltrado entre os reféns se torna a única esperança de salvar o ouro e as vidas em jogo. Simples, direto, promissor… pelo menos na teoria.
Direção, Roteiro e Atuações: Um Coquetel Explosivo (e Explosivamente Ruim)
Giorgio Bruno, na direção, parece ter apostado numa estética de ação sem sutileza. As cenas de luta, como já mencionado em algumas críticas de 2019 que li na época do lançamento, são um festival de golpes que erram o alvo, de uma coreografia tão desajeitada quanto ineficaz. A câmera, muitas vezes, parece perdida, sem conseguir dar o ritmo e a energia necessários para sustentar a tensão. E aqui chegamos ao que talvez seja a maior tragédia do longa: o roteiro. Alessandro Riccardi e Giorgio Serafini entregam uma trama fragmentada, com diálogos insossos e um desenvolvimento narrativo que beira o amadorismo. A conexão entre as ações e seus motivos muitas vezes fica perdida, culminando em momentos que passam de desengonçados a francamente risíveis.
As atuações também não escapam do desastre geral. Dolph Lundgren, mesmo com toda sua experiência, parece completamente deslocado, como se estivesse participando de uma peça de teatro escolar em vez de um filme de ação. Hal Yamanouchi, como Goro, entrega um vilão caricato e sem profundidade. A única exceção fica por conta de Natalie Burn, que, apesar do material precário, consegue transmitir uma certa força e determinação à sua personagem. O resto do elenco, porém, se limita a recitar diálogos sem expressão, sem conseguir criar qualquer tipo de empatia com o público.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Giorgio Bruno |
| Roteiristas | Alessandro Riccardi, Giorgio Serafini |
| Produtores | Patrizia Fersurella, Giulia Derosa, Paolo Monaci Freguglia, Stefania Capitani, Dolph Lundgren, Giorgio Bruno, Daniele Gramiccia, Giorgio Serafini |
| Elenco Principal | Dolph Lundgren, Hal Yamanouchi, Natalie Burn, Mario Opinato, Brice Martinet |
| Gênero | Thriller, Ação |
| Ano de Lançamento | 2019 |
Pontos Fortes e Fracos: Uma Questão de Perspectiva
Sobreviva a Noite não possui pontos fortes significativos. Sua maior “virtude” é talvez a curta duração, que evita que o tédio se instale completamente. Se você procura um filme de ação competente, com uma trama envolvente e atuações convincentes, este não é o seu filme. A fotografia e a edição também são bastante medíocres, agravando o problema geral.
Temas e Mensagens: Um Buraco Negro Narrativo
Não existe uma mensagem profunda ou um tema consistente em Sobreviva a Noite. A trama se resume a uma sucessão de ações mal executadas, sem nenhuma reflexão sobre temas relevantes. A trama de resgate, que poderia ter explorado questões de moralidade e justiça, fica reduzida a um mero cenário para exibir lutas mal coreografadas.
Conclusão: Um Filme Para Ser Esquecido (ou, talvez, apreciado pela ironia)
Se você está procurando um filme de ação sólido, procure em outro lugar. Sobreviva a Noite é um exemplo textbook de como não se faz um filme de ação. A produção, em 2019, já era um exemplo de como a precariedade na direção, roteiro e atuações podem sabotar uma premissa até que promissora. A menos que você tenha uma extrema tolerância para filmes de baixo orçamento repletos de erros e com atuações medíocres, eu diria que você deveria pular este filme e escolher algo melhor para assistir. Ainda assim, em 2025, posso me surpreender ao vê-lo ganhar um status “cult” entre os apreciadores de filmes ruins, por seu puro e inegável valor trash. Afinal, alguns filmes ruins são tão ruins que se tornam bons. Este, no entanto, está bem longe de cruzar essa linha tênue entre o terrível e o cult. Minha recomendação é: assista somente se estiver com muito tempo livre e tiver uma grande dose de tolerância para a mediocridade cinematográfica.




