Caçadores de Emoção: Uma Viagem no Tempo… para o Esquecimento?
Confesso, meus caros cinéfilos, que cheguei a Caçadores de Emoção (1999) com uma certa expectativa, alimentada pela nostalgia dos filmes de ficção científica B dos anos 90. A premissa, envolvendo viagens no tempo e desastres iminentes, soava promissora. Afinal, quem não gosta de um bom thriller com pitadas de paranoia e a possibilidade de mudar o curso da história? Mas, como diria meu avô, nem tudo que reluz é ouro.
O filme acompanha Tom Merrick (Casper Van Dien), um jornalista investigando grandes desastres do século. Ao analisar fotos de um desses eventos, ele percebe um rosto familiar, um viajante do tempo que parece estar causando as catástrofes. A partir daí, Merrick inicia uma corrida contra o relógio para impedir o próximo desastre e capturar o misterioso sujeito. Simples, direto, e – por incrível que pareça – até funciona em sua simplicidade inicial.
A direção de Mario Philip Azzopardi é competente, sem brilhos excepcionais, mas eficiente em construir a tensão necessária para um filme desse gênero. A fotografia, na sua estética dos anos 90, quase se torna um personagem à parte, transmitindo uma atmosfera peculiarmente nostálgica, quase retrô. Entretanto, o roteiro de Kurt Inderbitzin e Gay Walch, apesar de funcional, sofre de alguns problemas de ritmo e algumas decisões narrativas que me deixaram coçando a cabeça. A transição entre a investigação jornalística e a ação frenética, por exemplo, às vezes parece abrupta e sem muita justificativa.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Mario Philip Azzopardi |
Roteiristas | Kurt Inderbitzin, Gay Walch |
Produtor | Tom Luse |
Elenco Principal | Casper Van Dien, Catherine Bell, Theresa Saldana, Peter Outerbridge, Julian Richings |
Gênero | Ficção científica, Thriller, Ação |
Ano de Lançamento | 1999 |
Produtoras | Abandon Pictures, Avenue Pictures, Carlton America, Hamdon Entertainment |
As atuações são um ponto… complicado. Casper Van Dien, conhecido por seu papel em “Estrela Vermelha”, entrega uma performance correta, sem grandes momentos de brilhantismo, mas também sem grandes tropeços. Catherine Bell e o resto do elenco funcionam como peças de apoio, cumprindo seus papeis sem grandes destaques. É um filme onde ninguém se destaca, exceto talvez Julian Richings como o viajante do tempo, que traz uma certa aura de mistério ao personagem, embora o roteiro não explore totalmente o potencial da sua construção.
Um dos maiores trunfos do filme é, paradoxalmente, seu próprio orçamento modesto, visível em todos os cantos, de cenários e efeitos especiais. Isso, no entanto, não o torna ruim necessariamente. Na verdade, para um filme B, o visual até funciona. O problema reside na tentativa, por vezes frustrada, de criar uma escala épica que simplesmente não se encaixa com a produção em si. A pretensão de grandeza se choca com os meios utilizados, criando um paradoxo divertido, mas também um tanto decepcionante.
Caçadores de Emoção tenta abordar temas interessantes, como a responsabilidade individual na prevenção de desastres e as implicações éticas de viagens no tempo, mas não os aprofunda o suficiente para torná-los relevantes. O filme se contenta em apresentar a premissa e desenvolver a ação, deixando a profundidade de lado. Essa superficialidade, na minha opinião, é seu maior ponto fraco.
Passados 26 anos do seu lançamento em 1999, Caçadores de Emoção é um daqueles filmes que você assiste mais pela curiosidade nostálgica do que pela qualidade intrínseca. Não é ruim, longe disso, mas também não é memorável. Se você for um aficionado por filmes de ficção científica B, com alguma tolerância para efeitos especiais rudimentares e um roteiro ligeiramente desajeitado, pode se divertir. Mas, se você está procurando uma obra-prima do gênero, sugiro procurar em outro lugar. Acho que ele serve melhor como um estudo de caso sobre como a premissa pode superar os problemas de execução. E, no final das contas, é o que me deixa mais intrigado: a promessa não cumprida. Recomendo com ressalvas e apenas aos amantes do subgênero de viagens no tempo com orçamento limitado. Disponível em diversas plataformas de streaming, é uma sessão da tarde garantida – mas não se espante se você esquecer dele logo após os créditos finais.