Escape Plan 2: Hades – Uma sequência que se perde no labirinto
Sete anos se passaram desde o lançamento de Escape Plan 2: Hades (2018), e confesso que a lembrança do filme me deixava em uma espécie de limbo crítico. Um borrão de ação genérica, um Sylvester Stallone em piloto automático… ou será que não? Ao revisitar o longa-metragem em 2025, me vi diante de um paradoxo cinematográfico: um filme tão ruim que beira a autoconsciência, e que, por essa mesma razão, ganha um certo charme peculiar.
A trama, em poucas palavras, envolve Ray Breslin (Stallone), o mestre da fuga, agora liderando uma equipe de especialistas em segurança. Quando um membro da equipe desaparece em uma prisão tecnologicamente avançada chamada Hades – uma espécie de arena de combate de alta tecnologia – Breslin é obrigado a voltar ao inferno para resgatá-lo. Sim, a sinopse soa familiar, e é exatamente aí que reside parte do problema.
A direção de Steven C. Miller, francamente, é competente no que se propõe: entregar cenas de ação frenéticas, ainda que previsíveis. O problema é que a competência técnica não compensa a falta de criatividade e o roteiro previsível, repleto de clichês do gênero. A trama, embora apresente alguns elementos interessantes como a utilização de alta tecnologia de vigilância e o conceito de uma prisão “impossível” de escapar, se perde em um turbilhão de reviravoltas que são facilmente antecipadas. A dinâmica entre os personagens, apesar do carisma de Sylvester Stallone e a presença marcante de Dave Bautista, carece de profundidade. A relação “primo-irmão”, tão fortemente sugerida na propaganda, acaba sendo um elemento narrativo fraco e mal explorado.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Steven C. Miller |
| Produtores | Robbie Brenner, Mark Canton, Randall Emmett, George Furla, Qiu Jie, Zack Schiller, Su Xing |
| Elenco Principal | Sylvester Stallone, Dave Bautista, Jesse Metcalfe, 50 Cent, 黄晓明 |
| Gênero | Ação, Thriller, Crime, Mistério, Ficção científica |
| Ano de Lançamento | 2018 |
| Produtoras | Leomus Pictures, Grindstone Entertainment Group, Lionsgate, Summit Entertainment, Highland Film Group, Plastic Fish Productions, The Fyzz, Ingenious Media, RPI Group Productions, EFO Films |
As atuações são… bem, são atuações de filme B. Stallone parece estar cumprindo tabela, entregando uma performance eficiente, mas sem o brilho de seus trabalhos clássicos. Bautista, apesar de sua presença física imponente, tem pouco espaço para mostrar sua gama de atuação. Os demais atores, incluindo Jesse Metcalfe e 50 Cent, preenchem o espaço com o mínimo de esforço, o que, ironicamente, contribui para o tom quase paródico do longa. O CGI, como apontado por alguns críticos na época de seu lançamento, realmente sofre e apresenta-se com uma qualidade bastante inferior, algo que se torna especialmente evidente em algumas das cenas de ação.
Apesar dos defeitos evidentes, o filme não é totalmente desprovido de méritos. Algumas sequências de ação são, de fato, bem coreografadas e conseguem manter o espectador entretido, ainda que por breves momentos. A ideia central de Hades, a prisão tecnologicamente avançada, é intrigante, e poderia ter servido de base para um filme bem mais elaborado. Mas o potencial é desperdiçado, sacrificado em nome de uma trama corrida e previsível.
Escape Plan 2: Hades tenta ser um thriller de ação inteligente, mas falha em quase todos os aspectos. A ausência de uma narrativa coesa, a falta de profundidade nos personagens e a previsibilidade constante tornam a experiência cinematográfica bastante decepcionante. Apesar de alguns lampejos de ação competente, o filme não consegue se sustentar, e a sensação ao final é de tempo perdido. Recomendo apenas para aqueles que se divertem com filmes de ação extremamente básicos, sem grandes pretensões, e para os fãs incondicionais de Stallone, que talvez consigam apreciar seu trabalho apesar dos problemas do filme. A recomendação, portanto, é cautelosa, uma espécie de “assista por sua conta e risco”. Se você busca um bom filme de ação, procure em outro lugar. Se busca um filme ruim que consegue, de alguma forma, te entreter em alguns momentos, este pode ser uma opção.
