Caçada Brutal: Uma Ação Direta que Deixa a Marca (Mas Não a Lembrança)
Lançado em 2017 e chegando ao Brasil em 11 de agosto de 2021, Caçada Brutal (First Kill, no original) prometia ser mais um thriller de ação com Bruce Willis, um gênero que o ator domina com maestria… ou pelo menos dominava. O filme acompanha Howell, um pai comum que se vê no meio de uma situação explosiva quando testemunha o assassinato de um policial. Seu filho é sequestrado pelo mesmo criminoso, levando-o a uma corrida contra o tempo para salvá-lo. Simultaneamente, um policial investiga um roubo de banco que, aparentemente, está conectado a essa mesma trama. A sinopse, simples, funciona como um trampolim para a ação frenética que se segue.
A direção de Steven C. Miller é eficiente, mas sem brilho. Ele entrega exatamente o que se espera de um filme de ação direto para vídeo: explosões, tiroteios e perseguições de carros. Nada de inovador, nada de experimental, mas também nada de particularmente ruim. A montagem frenética, aliás, contribui para manter a adrenalina em alta, compensando em parte a falta de profundidade em outros aspectos. O roteiro de Nick Gordon, no entanto, sofre com a previsibilidade. As reviravoltas são óbvias, e a trama, apesar da premissa interessante, se desenvolve de forma linear e um tanto desinteressante. Não há grandes surpresas, apenas a sensação de que já vimos essa história inúmeras vezes.
E as atuações? Ah, as atuações… Aqui chegamos ao cerne da questão. As críticas que apontam o desinteresse de Bruce Willis não estão totalmente equivocadas. Ele parece estar em piloto automático, entregando uma performance burocrática e sem o carisma de seus trabalhos anteriores. Hayden Christensen, por sua vez, também não consegue imprimir muita força à sua interpretação. A dupla principal, que deveria carregar o peso dramático do filme, acaba se mostrando o ponto mais fraco. É uma pena, pois os atores coadjuvantes, como Ty Joseph Shelton no papel do filho sequestrado, conseguem performances mais convincentes.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Steven C. Miller |
Roteirista | Nick Gordon |
Produtores | Mark Stewart, George Furla, Randall Emmett |
Elenco Principal | Bruce Willis, Hayden Christensen, Ty Joseph Shelton, Megan Leonard, Gethin Anthony |
Gênero | Ação, Thriller, Crime |
Ano de Lançamento | 2017 |
Produtoras | Ingenious Media, Brookstreet Pictures, River Bay Films, Kirk Shaw Productions, Aboretum Productions, The Fyzz, EFO Films, Lionsgate Premiere |
Apesar das atuações pouco inspiradas e do roteiro previsível, Caçada Brutal possui seus pontos fortes. A ação é eficiente e, como mencionado, a montagem contribui para uma experiência razoavelmente envolvente. A premissa, apesar de clichê, funciona como um bom gancho para quem busca entretenimento sem grandes pretensões. O filme não tenta ser mais do que é: um filme de ação para ser consumido em uma tarde chuvosa, sem maiores compromissos intelectuais. Em outras palavras, ele cumpre o seu propósito básico.
A mensagem central do filme, se é que podemos chamar assim, é a do amor incondicional de um pai por seu filho. A luta de Howell para resgatar Danny é o motor da narrativa, mesmo que essa luta seja apresentada de forma pouco original. Não há grandes reflexões sobre a sociedade ou a natureza humana, apenas uma história de ação focada na sobrevivência e na redenção de um homem comum. Talvez isso seja sua maior virtude e, ao mesmo tempo, seu maior defeito: a ausência de profundidade.
Em 2025, olhando retrospectivamente para Caçada Brutal, percebo que o filme não deixou uma grande marca na minha memória cinéfila. Não é um filme que recomendaria para quem busca algo memorável ou inovador, mas para uma sessão casual em uma plataforma de streaming, funciona como um passatempo aceitável. Se você busca ação direta e sem muitas firulas, e não se importa com atuações superficiais e um roteiro previsível, então Caçada Brutal pode te satisfazer. No entanto, não espere nada além disso. A minha recomendação é condicionada: assista apenas se estiver procurando um filme de ação sem grandes pretensões, sem esperar um trabalho memorável. O que ele oferece é uma diversão mediana, sem compromisso.