A Força em Alerta 2: Uma Máquina de Ação que Engrena (Quase) Perfeitamente Trinta Anos Depois
Olha, vamos ser sinceros: em 1995, ninguém esperava muito de A Força em Alerta 2. A fórmula era batida, Seagal já era um pouco caricato, e a promessa de mais um agente imparável em um cenário de alta tensão, desta vez num trem, parecia mais um aquecimento para o próximo filme de ação genérico do que uma obra-prima. Mas assistindo-o em 2025, sob a perspectiva do tempo, percebo que a premissa, apesar de simples, continua funcionando.
A sinopse é direta: Casey Ryback (Steven Seagal), o nosso herói taciturno e imparável, está a bordo de um trem nas montanhas rochosas com sua sobrinha. O que parecia ser uma viagem tranquila se transforma num pesadelo quando um gênio do mal, Travis Dane (Eric Bogosian), toma o trem como refém e ameaça liberar uma arma espacial contra alvos inocentes a menos que o governo pague um bilhão de dólares. É ação pura e simples, sem firulas, e isso, curiosamente, é parte do seu charme.
Geoff Murphy na direção entrega exatamente o que se espera: sequências de ação frenéticas, coreografias de luta bem trabalhadas (para os padrões da época, é claro), e uma fotografia que realça a beleza brutal das montanhas rochosas servindo como cenário imponente para a trama. O roteiro, assinado por Richard Hatem e Matt Reeves (sim, o mesmo de “Planeta dos Macacos”), não se preocupa em reinventar a roda. É um roteiro funcional, previsível, mas eficaz. A trama é linear, o ritmo é constante e os diálogos são, bem… são diálogos de filme de ação de Seagal. Não espere profundidade shakespeariana.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Geoff Murphy |
Roteiristas | Richard Hatem, Matt Reeves |
Produtores | Arnon Milchan, Steve Perry, Steven Seagal |
Elenco Principal | Steven Seagal, Eric Bogosian, Katherine Heigl, Morris Chestnut, Everett McGill |
Gênero | Ação, Thriller |
Ano de Lançamento | 1995 |
Produtoras | Regency Enterprises, Seagal/Nasso Productions, Cutting Edge Films, Warner Bros. Pictures, JVC |
O elenco? Seagal é Seagal. Aquele ar impassível, o olhar letal, os golpes certeiros e a famosa Aikido. Ele está em seu elemento. Eric Bogosian, como o vilão, oferece uma atuação competente, dando a Travis Dane um nível de ameaça que vai além do mero “cara mau”. Katherine Heigl, ainda no início de sua carreira, tem uma presença carismática que equilibra a seriedade do protagonista. Os outros atores cumprem seus papéis sem maiores destaques.
O maior ponto forte do filme, paradoxalmente, é sua simplicidade. Não se leva a sério demais, e essa ausência de pretensão é refrescante. Ele entrega exatamente o que promete: ação desenfreada, tiroteios, luta corporal, e um Seagal no auge de sua (relativa) forma física. O ponto fraco, por outro lado, reside exatamente na sua previsibilidade. A trama é tão linear que qualquer um pode prever o desfecho com facilidade.
Em termos de temas, A Força em Alerta 2 aborda o terrorismo, mas de maneira superficial. A mensagem é a clássica luta do bem contra o mal, com o herói solitário enfrentando as forças do caos. Nada de revolucionário, mas eficaz na sua simplicidade.
Em retrospectiva, analisando-o em 2025, percebo que A Força em Alerta 2 não é um grande filme. Não está nem perto de ser uma obra-prima do cinema de ação. Mas ele é um entretenimento honesto, um exemplar divertido de um subgênero que, felizmente ou infelizmente, se tornou raro. Ele não tenta ser mais do que é: um filme de ação com Seagal lutando em um trem. E isso, em sua própria simplicidade, é uma espécie de triunfo. Se você gosta de filmes de ação sem muitas frescuras, com um toque de nostalgia dos anos 90, eu recomendo dar uma chance a este longa. Você pode até se surpreender com o quão bem ele envelheceu. Encontre-o em alguma plataforma de streaming e mergulhe na ação! Afinal, quem precisa de complexidade quando se tem Steven Seagal distribuindo socos?