Turma da Mônica: Lições

Turma da Mônica: Lições – Um Crescimento Doloroso e Adorável

Há quase quatro anos, em 30 de dezembro de 2021, assistia à estreia de Turma da Mônica: Lições, e a experiência ainda ecoa em mim. Não como uma nostalgia pueril, mas como a lembrança vívida de um filme que, apesar de suas pequenas falhas, acertou em cheio a complexidade emocional da transição da infância para a adolescência. Este longa, sequência do excelente “Laços”, não se contenta em apenas entreter; busca explorar o amadurecimento de nossos personagens queridos de forma honesta e, em alguns momentos, surpreendentemente pungente.

Um Erro, Mil Lições

A sinopse oficial já entrega o básico: Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão se veem diante das consequências de um erro cometido na escola. Porém, o filme não se limita a essa premissa. “Lições” mergulha nas transformações internas dos personagens, naquela fase delicada em que a amizade é testada, os valores são questionados e a identidade se busca desesperadamente. É um retrato sutil, mas potente, dos conflitos internos de crianças prestes a se tornar adolescentes, uma jornada universal que transcende o universo da Turma da Mônica.

Direção, Roteiro e Atuações: Uma Equação de Sucesso (Quase Perfeito)

Daniel Rezende, mais uma vez na direção, demonstra sua sensibilidade ao lidar com a linguagem cinematográfica voltada ao público infantil. Ele consegue equilibrar a estética vibrant e lúdica, característica da franquia, com momentos de introspecção e realismo que dão profundidade à narrativa. O roteiro, assinado por Thiago Dottori e Mariana Zatz, é o grande trunfo do filme. A trama, embora simples em sua estrutura, é rica em nuances emocionais, conseguindo explorar os conflitos internos dos personagens sem ser didático ou piegas. A química entre os atores mirins, Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo e Gabriel Moreira, continua impecável. Cada um entrega uma performance genuína e convincente, transmitindo a complexidade emocional dos personagens com uma naturalidade impressionante. Emilly Nayara, como Milena, adiciona um elemento crucial ao conflito.

Atributo Detalhe
Diretor Daniel Rezende
Roteiristas Thiago Dottori, Mariana Zatz
Produtores Bianca Villar, Daniel Rezende, Fernando Fraiha, Karen Castanho, Marcio Fraccaroli
Elenco Principal Giulia Benite, Kevin Vechiatto, Laura Rauseo, Gabriel Moreira, Emilly Nayara
Gênero Família, Comédia, Drama, Aventura
Ano de Lançamento 2021
Produtoras Biônica Filmes, Mauricio de Sousa Produções, Globo Filmes, Paramount Pictures Brasil, Paris Entretenimento, Paris Filmes, Quintal Digital, Latina Estúdio, Agência Nacional do Cinema – ANCINE

Pontos Fortes e Fracos: Um Balanço Delicado

O maior trunfo de “Liços” é sua honestidade. O filme não se esquiva de mostrar os momentos de vulnerabilidade, frustração e até mesmo raiva dos personagens. Isso cria uma conexão genuína com o público, que se identifica com as dificuldades e incertezas da passagem para a adolescência. A trilha sonora, vibrante e emotiva, acompanha perfeitamente o ritmo da narrativa. O filme também é bonito esteticamente, combinando perfeitamente os efeitos visuais com a estética do gibi original, sem cair em exageros. No entanto, em alguns momentos, o roteiro poderia ter se aprofundado em alguns dos conflitos apresentados, deixando algumas pontas soltas que poderiam ter sido melhor exploradas.

Temas e Mensagens: Além da Amizade

“Lições” vai além do tema da amizade, tão presente na obra de Mauricio de Sousa. O filme aborda a importância da responsabilidade, o peso das consequências dos nossos atos e a busca pela própria identidade. É uma obra que, apesar de voltada ao público infantil, oferece reflexões relevantes para todas as idades. A superação dos conflitos, individual e coletivamente, é um fio condutor que consolida a mensagem principal do filme.

Conclusão: Uma Recomendação Calorosa (Mas com Reservas)

Turma da Mônica: Lições não é um filme perfeito, mas é um filme importante. É uma obra que, com sua sensibilidade e honestidade, consegue se conectar com o público de forma profunda e significativa. Apesar de algumas pequenas falhas no roteiro, a direção competente, as atuações excepcionais e a riqueza emocional compensam. Se você busca um filme familiar que vá além do entretenimento superficial, e busca reflexões sobre a amizade e a transição para a adolescência, eu recomendo fortemente “Lições”. A experiência de assisti-lo, quatro anos depois, continua a ser tocante e, em alguns momentos, até mesmo surpreendente pela sua capacidade de capturar a complexidade de emoções tão cruas e honestas. Disponível atualmente em diversas plataformas digitais, “Lições” merece ser revisitado e apreciado por todas as gerações.

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