Trancada

Trancada: Um Confinamento Tão Assustador Quanto Real

Três anos depois de seu lançamento, Trancada ainda ecoa na minha mente como um grito silencioso, um pesadelo que se recusa a desaparecer completamente. O filme, dirigido por D.J. Caruso, apresenta-nos Jessica, uma jovem mãe solteira aprisionada pelo seu ex-violento, Sammy. O terror não é apenas físico, mas psicológico, a ameaça constante de violência pairando sobre ela e seus dois filhos, Lainey e Mason. A trama, simples em sua premissa, torna-se uma montanha-russa emocional que nos prende na claustrofobia da situação.

Não se engane pela sinopse concisa. Trancada é muito mais do que um simples filme de suspense. Ele explora as camadas profundas do abuso doméstico, a fragilidade da alma humana diante da opressão e a resiliência inabalável do instinto materno. A direção de Caruso, embora não inovadora, é eficiente em construir a tensão. Ele domina a arte de nos manter na ponta da cadeira, explorando os espaços confinados como uma extensão da angústia psicológica das personagens. A fotografia contribui para essa atmosfera opressiva, com sombras e cantos escuros que se tornam personagens tão importantes quanto os atores.

O roteiro de Melanie Toast, por vezes previsível, não compromete a eficácia da narrativa. Ele deixa espaço para os momentos de fragilidade e desesperança, contrastando-os com atos de coragem e esperteza de Jessica. A performance de Rainey Qualley como Jessica é excepcional, carregando o peso da história em seus ombros com uma força e vulnerabilidade impressionantes. Vincent Gallo, como Sammy, é igualmente convincente, encarnando a figura ameaçadora com uma frieza perturbadoramente real. Os jovens atores que interpretam Lainey e Mason também se destacam, transmitindo a inocência infantil contraposta à brutalidade do ambiente.

Apesar de seus acertos, Trancada apresenta alguns pontos fracos. Algumas escolhas narrativas parecem apressadas, e a resolução do conflito, embora satisfatória, poderia ter sido mais elaborada. A crítica que li anos atrás (“Not exactly my cup of tea, but still fantastic…”) ecoa em parte na minha experiência. Sim, alguns momentos se revelaram menos memoráveis que outros, e há uma certa previsibilidade em alguns aspectos da trama. Mas, no geral, isso não diminui o impacto do filme como um todo.

Atributo Detalhe
Diretor D.J. Caruso
Roteirista Melanie Toast
Produtores Amanda Presmyk, Dallas Sonnier
Elenco Principal Rainey Qualley, Vincent Gallo, Jake Horowitz, Luciana VanDette, Aidan Steimer
Gênero Thriller, Terror, Drama
Ano de Lançamento 2022
Produtoras Bonfire Legend, Voltage Pictures, The Daily Wire

Trancada é, em última análise, um filme sobre sobrevivência. Sobre a luta pela liberdade, a força do amor materno e a capacidade humana de resistir ao pior. Ele nos deixa com um gosto amargo na boca, mas também com uma profunda admiração pela força de Jessica e a resiliência do espírito humano. Recomendo Trancada para aqueles que apreciam thrillers tensos e emocionalmente carregados, mas aviso que se trata de uma experiência intensa que pode deixar marcas. A mensagem central, embora implícita, é a importância de se reconhecer e combater o abuso doméstico em todas as suas formas, oferecendo uma reflexão importante sobre um problema social terrível. Por isso, apesar de suas pequenas falhas, Trancada permanece um filme que vale a pena ser visto.

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