Quebrando a Banca (21): Um Passeio na Corda Bamba Entre o Brilho e a Decadência
Em 2008, chegou aos cinemas brasileiros, em 18 de abril, Quebrando a Banca (21), um filme que prometeu e, em certa medida, cumpriu a promessa de um thriller tenso e eletrizante. A história acompanha Ben Campbell, um estudante brilhante do MIT com dívidas gigantescas, que se junta a uma equipe liderada pelo enigmático professor Mickey Rosa para aplicar seus conhecimentos em probabilidade e contagem de cartas em cassinos de Las Vegas. A sinopse, por si só, já sugere a mistura explosiva de inteligência, risco e sedução que permeia a trama. Ben logo se vê envolvido em um mundo de altas apostas, lucro fácil e consequências imprevisíveis, num jogo onde a linha entre o gênio e a ruína é tênue.
A direção de Robert Luketic, embora não inovadora, entrega um ritmo frenético que mantém o espectador preso à tela. A montagem ágil e a trilha sonora carregada de suspense contribuem para criar uma atmosfera de tensão crescente, principalmente nas sequências de jogo em Vegas. O roteiro, escrito por Peter Steinfeld e Allan Loeb, apesar de algumas licenças criativas em relação à história real da equipe de Blackjack do MIT, é eficiente em construir a narrativa e os personagens, explorando as ambições, os medos e as fragilidades de cada um.
As atuações são o ponto alto do longa. Jim Sturgess compõe um Ben Campbell crível, transmitindo a angústia e a ambição do personagem com maestria. Kevin Spacey, como sempre, rouba a cena com sua interpretação magnética e enigmática de Mickey Rosa, um professor carismático que esconde um lado sombrio. Kate Bosworth, como Jill Taylor, a namorada de Ben, adiciona um toque de romance e complexidade à trama, evitando os arquétipos clichês da “garota bonita”. O elenco de apoio, com Aaron Yoo e Liza Lapira, também se destaca, dando vida a personagens coadjuvantes com personalidades marcantes.
Atributo | Detalhe |
---|---|
Diretor | Robert Luketic |
Roteiristas | Peter Steinfeld, Allan Loeb |
Produtores | Michael De Luca, Dana Brunetti |
Elenco Principal | Jim Sturgess, Kevin Spacey, Kate Bosworth, Aaron Yoo, Liza Lapira |
Gênero | Drama, Crime |
Ano de Lançamento | 2008 |
Produtoras | Columbia Pictures, Relativity Media, Michael De Luca Productions, Trigger Street Productions |
Apesar de seus méritos, Quebrando a Banca não é isento de falhas. Algumas decisões narrativas, principalmente no terceiro ato, parecem apressadas e um pouco forçadas, comprometendo a sutileza que a primeira metade do filme constrói tão bem. O final, embora previsível, consegue ser satisfatório. O filme peca um pouco em explorar a fundo os dilemas morais que a trama levanta, ficando mais focado na ação e na adrenalina. Apesar disso, a trama tece uma crítica sutil ao sistema de ganância e sedução por riqueza fácil inerente às apostas e aos cassinos. A amizade entre os alunos, com suas falhas e traições, também constitui um tema interessante, embora pouco aprofundado.
No geral, Quebrando a Banca (21) é um filme de entretenimento eficiente, com atuações convincentes e uma direção competente. Ele consegue nos envolver na trama, nos fazendo vibrar com as vitórias e suar frio com as derrotas da equipe. A crítica original, em 2008, apontou o filme como um thriller divertido, e concordo com essa avaliação, mesmo considerando sua previsibilidade. Se você busca um filme para uma sessão despretensiosa, sem a necessidade de reflexões profundas, mas com um ritmo envolvente e personagens interessantes, Quebrando a Banca é uma boa pedida. Disponível em diversas plataformas digitais, sua observação em 2025, apesar do tempo, ainda se mostra um bom entretenimento. Ainda que não seja uma obra-prima cinematográfica, é um filme que, definitivamente, vale a pena assistir. Recomendo.