Seul em Alta Velocidade

Sabe aquela sensação de embarcar numa máquina do tempo e, de repente, se ver no meio de uma balada vintage, com a música pulsando, as cores berrantes da moda oititentista e um cheiro inconfundível de aventura no ar? Pois é, essa foi a minha experiência com Seul em Alta Velocidade (ou ‘Seoul Vibe’, como preferir), um filme que, mesmo lançado há dois anos (sim, a gente já tá em 2025, o tempo voa!), ainda me faz coçar a cabeça e pensar: “Poxa, por que a gente não vê mais filmes assim?”

Minha paixão por narrativas que misturam adrenalina com um tempero cultural distinto me puxou para essa produção sul-coreana. E, cara, Seul em Alta Velocidade entrega isso de lavada, com um pacote completo de ação, crime e uma boa dose de comédia que te pega de surpresa. A premissa é um chamariz e tanto: um grupo de pilotos de rua, com um talento quase sobrenatural para carros e um senso de lealdade que pulsa forte, se vê enredado numa trama de corrupção que toca diretamente a efervescência das Olimpíadas de Seul de 1988. É um cenário perfeito para o caos, não é mesmo? O glamour do evento esportivo global, a vitrine da Coreia do Sul para o mundo, escondendo as entranhas sujas de poder e dinheiro. Essa ambiguidade é um dos pontos altos da trama, uma sutileza que o filme abraça com gosto.

Vamos falar do que realmente faz o coração desse filme bater: a “Samgyedong Supreme Team”. Dong-wook (interpretado com uma energia contagiante por Yoo Ah-in) é o gênio por trás do volante, aquele tipo de cara que, mesmo com a vida por um fio, ainda encontra tempo para um sorriso maroto. Ele não apenas dirige, ele dança com o carro. Ao seu lado, temos o sarcástico Woo-sam (Go Kyung-pyo), o mecânico com um coração de ouro Bok-nam (Lee Kyu-hyung), a esperta e multifacetada Yoon-hee (Park Ju-hyun) e o “golden maknae” Joon-gi (Ong Seong-wu), cujo entusiasmo é tão contagiante que você sente a alegria dele até do outro lado da tela. E não posso esquecer do Galchi, o rival com um estilo próprio, vivido por Song Mino, que adiciona uma camada de charme e desafio à dinâmica. A química entre esses atores é a espinha dorsal do filme. Eles não são apenas um time, eles são uma família disfuncional, e é essa irmandade que te faz torcer por eles a cada curva perigosa. Você consegue sentir a camaradagem, os olhares cúmplices, as piadas internas que só eles entendem – e que a gente, como espectador, sente que faz parte.

O diretor Moon Hyun-sung, junto da roteirista Shin Su-ah, não apenas recriam a Seul de 1988; eles a imortalizam. As ruas, os carros, a trilha sonora — ah, a trilha sonora! — tudo respira o espírito da época. É um mergulho total no passado, onde o neon brilhava mais forte e os penteados eram verdadeiras obras de arte. E não é só uma questão de estética; é um olhar para um momento de transição para a Coreia do Sul, ainda sob a sombra de regimes mais autoritários (as palavras-chave “Chun Doo-hwan” não são meros detalhes, elas contextualizam o pano de fundo político e a urgência de certas operações clandestinas), mas já acenando para uma modernidade vertiginosa. A trama, com seus vilões astutos como a President Kang (uma Moon So-ri impecável e gélida) e o Promotor Ahn (Oh Jung-se, que sempre entrega um show), não é apenas sobre carros rápidos; é sobre desvendar uma teia de poder que sufoca os sonhos dos mais simples. É a luta do Davi contra Golias, onde o Davi tem um motor V8 e nitro.

AtributoDetalhe
DiretorMoon Hyun-sung
RoteiristaShin Su-ah
ProdutorKim Ji-hoon
Elenco Principal유아인, 고경표, 이규형, 박주현, 옹성우, 문소리, Kim Sung Kyun, Oh Jung Se, 정웅인, 송민호
GêneroAção, Crime, Comédia
Ano de Lançamento2022
ProdutoraANDMARQ Studio

As cenas de perseguição são um espetáculo à parte. Você não as assiste, você as sente. O ronco dos motores, o cheiro de pneu queimado que parece sair da tela, a câmera que acompanha cada drift e cada ultrapassagem com uma intimidade que te coloca dentro do carro, ao lado do Dong-wook. E o ritmo é impecável; um momento você tá rindo de uma tirada espirituosa do Bok-nam, no outro tá com o coração na boca vendo o carro do Joon-gi quase capotar. Essa alternância entre o riso e a tensão é a maestria do filme. É um balé cinematográfico onde a comédia e a ação se entrelaçam sem tropeçar uma na outra.

O que me prendeu em Seul em Alta Velocidade não foi apenas a nostalgia dos anos 80 ou a competência técnica nas cenas de ação. Foi a alma dos personagens, a crença inabalável que eles têm em si mesmos e nos seus sonhos, mesmo quando o mundo parece conspirar contra. É um filme que, no fundo, fala sobre liberdade – a liberdade de ser quem você quer ser, de buscar o que te move, seja a velocidade na pista ou a justiça em um país em transformação. E para mim, que adoro ver um bando de “underdogs” dando a volta por cima, esse filme é um combustível e tanto. Ele te lembra que, às vezes, tudo o que a gente precisa é de um bom motor, amigos leais e um plano arriscado para mudar o jogo. Se você ainda não embarcou nessa viagem, faça um favor a si mesmo. Aperte os cintos, porque a Seul de 1988 está te esperando, e ela está em alta velocidade.

Trailer

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