Uma Agente Muito Louca: Uma Comédia de Ação que Funciona (Quase) Perfeitamente
Oito anos se passaram desde que Uma Agente Muito Louca (2017) chegou aos cinemas, e, olhando para trás, percebo que sua recepção, ao menos em meu círculo, foi… mista. Enquanto alguns o rotularam de previsível, eu o vi como uma comédia de ação refrescante, com um timing impecável e uma química entre os protagonistas que transcendia o roteiro. A história gira em torno de Johanna Pasquali (Alice Pol), a primeira mulher a integrar o RAID, a força de elite da polícia francesa, e sua jornada ao lado do misógino Eugène Froissard (Dany Boon), num trabalho em dupla para deter a Gangue dos Leopardos. Sem revelar muito, prepare-se para perseguições eletrizantes e situações hilárias geradas pela incompatibilidade, e consequente (e necessária) colaboração, entre nossos protagonistas.
A direção de Dany Boon, que também assina o roteiro com Sarah Kaminsky, é o ponto alto do filme. Ele equilibra com maestria a ação frenética com o humor físico e verbal, evitando cair na armadilha do exagero. A coreografia das cenas de ação é inteligente, e a edição dinâmica mantém a tensão sem jamais perder o ritmo. O roteiro, por sua vez, apesar de apresentar algumas previsibilidades, compensa com diálogos espirituosos e um desenvolvimento de personagens mais sutil do que se poderia esperar de uma comédia desse tipo. A construção da relação entre Johanna e Eugène, inicialmente antagônica, evolui de forma orgânica e convincente, tornando-se um dos pilares da narrativa.
Alice Pol e Dany Boon são, sem sombra de dúvida, os trunfos do filme. Pol entrega uma performance carismática como Johanna, uma mulher determinada, capaz e também desastrada, humanizando-a e tornando-a facilmente simpática. Boon, por sua vez, brilha como Eugène, conseguindo encontrar o equilíbrio entre o machismo irritante e a vulnerabilidade subjacente do personagem, evitando que ele se torne caricato. O elenco de apoio, com nomes como Michel Blanc, Yvan Attal e Sabine Azéma, contribui para enriquecer ainda mais o conjunto, adicionando camadas de humor e profundidade emocional.
Apesar de suas qualidades, o longa não está isento de falhas. Algumas piadas, principalmente aquelas que se apoiam em estereótipos, não funcionam tão bem e sentem-se um pouco datadas em 2025. Além disso, a narrativa, embora dinâmica, poderia ter explorado com mais profundidade o tema do sexismo na força policial, aproveitando o potencial da premissa inicial. O desenvolvimento do vilão, Viktor, também deixa a desejar, falhando em torná-lo uma ameaça verdadeiramente memorável.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Dany Boon |
| Roteiristas | Dany Boon, Sarah Kaminsky |
| Produtor | Jérôme Seydoux |
| Elenco Principal | Alice Pol, Dany Boon, Michel Blanc, Yvan Attal, Sabine Azéma |
| Gênero | Ação, Comédia |
| Ano de Lançamento | 2017 |
| Produtoras | TF1 Films Production, Pathé, Artémis Productions, Les Productions du Ch'timi |
Mas, no geral, Uma Agente Muito Louca é uma comédia de ação divertida e eficaz. O filme explora temas relevantes, como a luta contra o sexismo e a importância da união para superar desafios, sem jamais se levar tão a sério a ponto de perder sua leveza. A química entre os atores principais, a direção ágil e o roteiro bem escrito fazem deste filme uma experiência agradável, perfeita para uma noite de risadas e entretenimento. Recomendo fortemente o filme a quem busca uma comédia leve e divertida, principalmente aqueles que apreciam filmes de ação com um toque de humor francês. Acho que a sua disponibilidade em plataformas de streaming o torna uma excelente opção para uma sessão de cinema em casa. Vale a pena dar uma chance a esta obra que, para mim, se mantém relevante mesmo anos após o lançamento.




