O Último Trem pro Natal: Uma Viagem no Tempo que Quase Desanda
Confesso: estava cético. Um filme de Natal com viagem no tempo? A fórmula parecia tão batida quanto um panetone de supermercado, mas a presença de Michael Sheen no elenco, ator que admiro imensamente, me convenceu a dar uma chance a O Último Trem pro Natal, lançado em 2021. Quatro anos depois, revisitar a obra me permitiu analisar com mais clareza seus pontos fortes e fracos, e acreditem, a experiência foi bem mais complexa do que eu esperava.
A trama acompanha Tony Towers, um sujeito bem-sucedido, mas com ares de playboy, que embarca em um trem rumo a Nottingham para um Natal em família. A viagem, porém, toma um rumo inesperado e fantasioso. Não vou revelar os detalhes para não estragar a surpresa, mas digamos que a palavra-chave aqui é “deslocamento temporal”, com consequências hilárias e, em alguns momentos, comoventes para Tony e sua família.
A direção de Julian Kemp, que também assina o roteiro, é competente, mas sem grandes arroubos de genialidade. A narrativa se desenvolve de forma linear, o que, num primeiro momento, pode parecer um pouco previsível, mas a trama consegue te prender com seus momentos de humor e emoção. Há um cuidado interessante com a estética visual, com cenas que capturam a magia do Natal, mas também a opressão de um passado que não quer se deixar esquecer. Porém, em alguns momentos, a direção se mostra um pouco apressada, perdendo a chance de explorar com mais profundidade os conflitos internos de Tony.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Julian Kemp |
Roteirista | Julian Kemp |
Produtores | Matthew James Wilkinson, Matt Williams |
Elenco Principal | Michael Sheen, Cary Elwes, Nathalie Emmanuel, Katherine Kelly, Phyllis Logan |
Gênero | Fantasia |
Ano de Lançamento | 2021 |
Produtoras | Sky Movies, Future Artists Entertainment, Stigma Films |
O elenco, por sua vez, é o grande trunfo do filme. Michael Sheen brilha como o protagonista, entregando uma performance matizada, capaz de transitar com desenvoltura entre o humor e a vulnerabilidade. Cary Elwes, como o irmão de Tony, também está excelente, construindo um personagem complexo e surpreendente. Nathalie Emmanuel, como a noiva de Tony, e Katherine Kelly e Phyllis Logan, como as demais mulheres da família, completam o elenco com atuações sólidas.
Um dos pontos fortes do filme é a sua exploração das relações familiares, com seus conflitos e reconciliações. A mensagem de redenção e a importância da família no Natal é clássica, mas nunca deixa de ser eficaz. O roteiro, apesar de alguns deslizes, consegue construir personagens cativantes, que evoluem ao longo da história. Entretanto, um dos pontos fracos reside justamente no ritmo: alguns momentos parecem se arrastar, enquanto outros são resolvidos de maneira muito rápida, prejudicando a construção emocional. A fantasia, por vezes, beira o absurdo, mas isso, em certa medida, contribui para a atmosfera divertida da obra.
No geral, O Último Trem pro Natal não é um filme revolucionário, mas cumpre seu papel de entreter e emocionar, principalmente se você gosta de histórias de Natal com um toque mágico. A produção da Sky Movies, Future Artists Entertainment e Stigma Films entrega uma produção competente, e a recepção, embora não tenha sido explosiva, foi positiva, principalmente entre os fãs do gênero. Se você procura um filme para assistir em família durante as festas de fim de ano, sem grandes pretensões de inovação, este pode ser uma boa opção. Recomendo, principalmente para aqueles que apreciam uma comédia leve com um toque de fantasia e uma pitada de reflexão sobre as relações familiares. Seja para uma sessão de streaming em 2025 ou para uma futura revisão no futuro, O Último Trem pro Natal certamente deixará você com um sorriso no rosto e aquele gostinho aconchegante que só o Natal pode proporcionar.