Street Fighter II: O Filme

Ah, Street Fighter II: O Filme. Quando penso nesse título, um sorriso meio nostálgico e um brilho nos olhos são quase automáticos. Você me pergunta por que eu, um velho entusiasta de histórias bem contadas e socos bem dados, me daria ao trabalho de sentar e escrever sobre uma animação de 1994? Simples. Porque, para muitos de nós que crescemos com controles na mão e moedas nos bolsos, essa não é só uma adaptação de videogame; é uma cápsula do tempo, um monumento ao que era possível quando a paixão pelo material original encontrava o talento da animação japonesa no auge.

Lembro-me da primeira vez que vi as cores vibrantes e os golpes fluidos na tela grande. Era diferente. Era mais do que pixels se chocando; era a alma de um jogo de luta, aquele que nos fez gritar “Hadouken!” e “Shoryuken!” na frente da televisão, transposta para uma narrativa que, para a época, era surpreendentemente robusta. Dirigido com a maestria de 杉井ギサブロー (Gisaburō Sugii) e roteirizado por ele junto a Kenichi Imai, o filme conseguiu o que poucas adaptações antes ou depois ousaram sequer tentar: ele sentiu como o jogo.

A trama, à primeira vista, é o pão com manteiga das histórias de ação: o vilão megalomaníaco, M. Bison, líder da Shadaloo, quer dominar o mundo. Sua tática? Capturar os lutadores mais fortes para transformá-los em seus escravos através de lavagem cerebral. É um plano que soa quase risível na superfície, mas a forma como ele é executado aqui é o que realmente importa. E é nesse ponto que o filme nos puxa, nos fazendo sentir o peso do perigo.

O cerne emocional da história gira em torno de Ken Masters, o carismático lutador americano, que se torna a vítima ideal para os planos de Bison. Vê-lo sucumbir à manipulação, ter sua mente corrompida para se voltar contra tudo o que ele representa, é um soco no estômago. E a ironia cruel? Ele é forçado a enfrentar Ryu, seu melhor amigo, seu rival de treino, um dos maiores artistas marciais do planeta. Para quem acompanhou a rivalidade e a amizade desses dois nos arcades, essa reviravolta não é apenas um artifício de roteiro; é um golpe pessoal. Você sente a urgência de Ryu em salvar seu companheiro, não apenas por ele, mas pela honra de suas lutas conjuntas.

AtributoDetalhe
Diretor杉井ギサブロー
RoteiristasKenichi Imai, 杉井ギサブロー
Produtores辻本憲三, Kenichi Imai
Elenco Principal清水宏次朗, 羽賀研二, 藤谷美紀, 津嘉山正種, 日下武史
GêneroAnimação, Ação
Ano de Lançamento1994
ProdutorasGroup TAC, Capcom, Sedic

A profundidade não está na originalidade da premissa, mas na execução visual e na capacidade de evocar as emoções que os jogos apenas sugeriam. A equipe da Group TAC, Capcom e Sedic, sob a batuta dos produtores 辻本憲三 e Kenichi Imai, fez um trabalho monumental. As cenas de luta são um balé violento, detalhadas com uma coreografia que parece saltar diretamente da tela do fliperama, mas com a fluidez de movimentos que só uma animação de alto nível pode proporcionar. Cada golpe tem peso, cada bloqueio ressoa. Não é só um personagem batendo em outro; é um estudo de física e poder. Pense na cena de Chun-Li contra Vega: a agilidade quase felina dela, a brutalidade acrobática dele, tudo embalado em uma sequência que te deixa sem fôlego. E a voz japonesa de 藤谷美紀 para Chun-Li, com sua força e determinação, cristaliza a personagem de uma forma que poucas outras encarnações conseguiram.

Os dubladores originais são peças fundamentais nesse quebra-cabeça. 清水宏次朗 como Ryu dá ao protagonista uma seriedade e uma quietude que, paradoxalmente, transmitem uma força imensa. Ele não precisa de muitas palavras; a presença de Ryu é um monólito de foco. 羽賀研二 dá a Ken a leveza e o charme necessários, tornando sua queda ainda mais trágica. E o M. Bison de 日下武史… ah, esse é um vilão para se temer. Sua voz grave e autoritária, sua presença imponente, elevam o personagem de um chefe de fase para uma verdadeira força da natureza do mal. 津嘉山正種 para Guile também entrega aquela intensidade sisuda, o militar com a missão pessoal. Cada performance contribui para que esses ícones dos jogos ganhem uma nova dimensão.

O filme foi lançado em 1994, e a diferença de vinte e nove anos, para nós que estamos em 2025, permite ver o quanto ele se destaca. Em uma época onde “baseado em videogame” era quase um carimbo de fracasso cinematográfico, Street Fighter II: O Filme chegou para desafiar essa noção. Ele nos mostra que é possível honrar a fonte, expandir o universo e ainda entregar um espetáculo de pura ação marcial que satisfaz tanto os fãs de longa data quanto os novatos. É um “shounen” em sua essência, com lições de amizade, superação e a eterna luta contra o mal.

Para mim, o filme não é apenas uma memória; é um lembrete vívido do poder da animação quando feita com carinho e respeito. É a prova de que um jogo de luta, no fundo, é sobre as histórias dos lutadores, suas motivações, suas perdas e suas vitórias. E é por isso que, mesmo hoje, décadas depois, Street Fighter II: O Filme ainda pulsa com uma energia que poucos conseguiram replicar. Você consegue ouvir o som de um “Sonic Boom” só de pensar nele, não consegue? É o tipo de filme que fica gravado na gente.

Trailer

Ofertas Imperdíveis na Shopee

Que tal uma pausa? Confira as melhores ofertas do dia na Shopee!

Aproveite cupons de desconto e frete grátis* em milhares de produtos. (*Consulte as condições no site).

Ver Ofertas na Shopee