Uma Noite no Museu

Sabe, há filmes que a gente assiste e, mesmo anos depois, eles continuam a reverberar em algum cantinho da nossa imaginação. Uma Noite no Museu é, para mim, um desses achados. Lançado originalmente em 2006 – e que loucura pensar que já estamos em 2025, quase duas décadas depois da sua estreia no Brasil – ele não é apenas um filme de aventura familiar. É um convite descarado para abraçarmos aquela faísca de criança que nos faz acreditar que, talvez, só talvez, o mundo à nossa volta esconda segredos mágicos prontos para se revelar.

Minha motivação para revisitá-lo hoje vem de uma curiosidade genuína: o que faz uma premissa tão simples – objetos de museu que ganham vida – capturar e manter nossa atenção por tanto tempo? E a resposta, acho eu, está na combinação perfeita de caos hilário com um coração surpreendentemente humano.

Apresento-lhes Larry Daley, interpretado por um Ben Stiller no auge de sua persona de “cara comum em situações extraordinárias”. Larry é um sujeito divorciado, com um histórico de empregos que duram menos que um sorvete no verão, e que está desesperado para impressionar seu filho, Nick. Ele aceita o último recurso: um emprego como guarda noturno no Museu de História Natural. Ah, a ironia da vida! Um emprego que parece a definição de tédio para um homem que busca uma virada, acaba sendo a porta de entrada para a maior aventura de sua vida. E é aqui que a magia do cinema de Shawn Levy realmente acontece.

O que se segue à primeira noite de Larry é, no mínimo, um pandemônio. Não estamos falando de um ou dois objetos sussurrantes; estamos falando de um museu inteiro que literalmente ganha vida após o pôr-do-sol, tudo graças a um objeto mágico, a Tabuleta de Ahkmenrah. E como Larry reage? Com uma mistura de incredulidade, pânico genuíno e, eventualmente, uma determinação cômica. Quem não se sentiria um pouco sobrecarregado ao se ver frente a frente com um esqueleto brincalhão de T. Rex, que parece mais interessado em jogar buscar do que em devorá-lo? Ou cercado por exércitos de minúsculos soldados romanos e caubóis armados, travando uma guerra épica em miniatura? E, para piorar o cenário, um macaquinho endiabrado, o Dexter, que o deixa maluco roubando suas chaves a cada oportunidade.

Atributo Detalhe
Diretor Shawn Levy
Roteiristas Robert Ben Garant, Thomas Lennon
Produtores Michael Barnathan, Chris Columbus, Shawn Levy
Elenco Principal Ben Stiller, Carla Gugino, Dick Van Dyke, Mickey Rooney, Bill Cobbs
Gênero Ação, Aventura, Comédia, Família, Fantasia
Ano de Lançamento 2006
Produtoras 1492 Pictures, 21 Laps Entertainment, 20th Century Fox, Ingenious Media, Sun Canada Productions

A beleza desse filme reside justamente na forma como ele “mostra” o caos, em vez de apenas “contar”. Vemos Larry escorregando e tropeçando, seus olhos arregalados, o suor na testa, enquanto tenta impor alguma ordem a um universo que desrespeita todas as leis da física e da sanidade. É uma sinfonia de ação, aventura e comédia que raramente tropeça. Os roteiristas, Robert Ben Garant e Thomas Lennon, que adaptaram a história do livro infantil de Milan Trenc, conseguiram infundir na trama um humor que agrada a todas as idades, sem nunca subestimar a inteligência do público infantil.

E o elenco? Ah, o elenco! Além de Stiller, que segura as pontas do protagonismo com maestria, temos a doce Carla Gugino como Rebecca, uma guia de museu que, para Larry, inicialmente parece a única pessoa sã em um mundo de loucos. Mas a cereja do bolo, para mim, são os veteranos Dick Van Dyke, Mickey Rooney e Bill Cobbs, interpretando os guardas noturnos que antecederam Larry. Eles trazem uma nostalgia e um charme especiais, agindo como guias ambíguos nesse novo mundo. A dinâmica entre eles e Larry é um poço de humor e revela camadas mais profundas da trama sobre o que realmente significa “cuidar” do museu.

Uma Noite no Museu é, no fundo, uma carta de amor à história natural, à civilização maia, a Genghis Khan, aos dinossauros, aos faraós – a tudo que o museu representa. Ele nos lembra que a história não precisa ser empoeirada ou entediante; ela pode ser vibrante, cheia de vida e, sim, capaz de nos fazer rir alto. É uma fantasia familiar que se destaca por sua execução, pelo ritmo impecável e pelos efeitos visuais que, para um filme de 2006, ainda se mantêm surpreendentemente bem.

À medida que Larry aprende a controlar o caos – ou, mais precisamente, a conviver com ele – ele também aprende a se reconectar com seu propósito e, mais importante, com seu filho. Essa jornada de um segurança sobrecarregado que se transforma em um herói improvável é o coração pulsante do filme. E a cena pós-créditos? É como um lembrete divertido de que a festa no museu nunca realmente acaba.

Então, sim, quase duas décadas depois, eu ainda recomendaria Uma Noite no Museu. É um lembrete encantador de que a imaginação é um músculo que devemos exercitar, e que às vezes, as maiores aventuras nos esperam exatamente onde menos esperamos: no turno da noite, em um lugar cheio de objetos que, bem, não são tão inanimados assim. É um clássico moderno que prova que a magia da tela grande, quando feita com paixão e bom humor, transcende o tempo.

Trailer

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