A Escola do Bem e do Mal: Uma Fantasia que Encanta e Decepciona em Medidas Iguais
Há três anos, A Escola do Bem e do Mal chegou às plataformas digitais, prometendo uma aventura mágica para adolescentes baseada no romance infantojuvenil de sucesso. O filme acompanha a amizade de Sophie e Agatha, duas garotas que são misteriosamente transportadas para uma escola de magia onde alunos são treinados para se tornarem heróis ou vilões. A sinopse simples esconde uma trama mais complexa sobre identidade, amizade e a fluidez da moralidade, mas será que a adaptação para as telas conseguiu capturar a magia do livro? A resposta, infelizmente, é um misto de sim e não.
Paul Feig, conhecido por seu humor peculiar, assume a direção e também a co-autoria do roteiro. Em alguns momentos, a direção de Feig funciona brilhantemente, criando uma estética visual encantadora e transmitindo a atmosfera mágica da trama. As cenas em Gales, onde grande parte do filme foi gravada, são um espetáculo à parte, realçando o visual fantástico do longa. No entanto, o roteiro, apesar dos créditos de vários roteiristas, peca por se perder em alguns momentos, deixando a narrativa um tanto corrida e superficial. Apesar de apresentar temas interessantes, a exploração deles é rasa, o que prejudica o desenvolvimento dos personagens e o impacto emocional da trama.
O elenco, por sua vez, é um ponto alto do filme. Sofia Wylie e Sophia Anne Caruso mostram excelente química como Agatha e Sophie, respectivamente. A dinâmica entre elas é o coração da narrativa, e as atrizes conseguem transmitir perfeitamente a complexidade da amizade das duas garotas. O mesmo se pode dizer de Charlize Theron e Kerry Washington, que brilham em seus respectivos papéis como as professoras Lady Lesso e Dovey. A performance de Theron é particularmente memorável, com sua interpretação imponente e sarcástica da vilã. Laurence Fishburne como o School Master completa o elenco com maestria, adicionando profundidade e mistério ao enredo.
| Atributo | Detalhe |
|---|---|
| Diretor | Paul Feig |
| Roteiristas | Paul Feig, David Magee, Laura Solon |
| Produtores | Jeff Kirschenbaum, Kane Lee, Joe Roth, Jane Startz, Paul Feig, Laura Fischer |
| Elenco Principal | Sofia Wylie, Sophia Anne Caruso, Kerry Washington, Charlize Theron, Laurence Fishburne |
| Gênero | Fantasia, Comédia, Aventura, Drama |
| Ano de Lançamento | 2022 |
| Produtoras | Feigco Entertainment, Jane Startz Productions, Roth Films |
Apesar do talentoso elenco e da bela fotografia, A Escola do Bem e do Mal sofre de problemas narrativos que o impedem de alcançar seu potencial máximo. A pressa em desenvolver a trama resulta em alguns momentos deslocados e personagens pouco explorados. A complexidade da dualidade bem versus mal, tema central do filme, fica prejudicada por essa falta de profundidade. O longa tenta abarcar muitos elementos, mas não consegue dar a eles a devida atenção, gerando uma sensação de incompletude. Porém, não podemos deixar de reconhecer que o filme tem momentos genuinamente divertidos e emocionantes. A trilha sonora cativante, somada à estética visual bem trabalhada, contribui para uma experiência cinematográfica agradável, apesar das suas falhas.
Em suma, A Escola do Bem e do Mal é uma aventura de fantasia que oferece entretenimento, mas não chega a ser extraordinária. O público jovem, principalmente os fãs do livro, provavelmente apreciarão o filme pela estética e pelas performances. Entretanto, aqueles que esperam uma adaptação fiel e profundamente exploratória do romance podem se sentir desapontados. Recomendaria o filme com algumas ressalvas, ideal para uma tarde descompromissada de entretenimento, mas não como uma obra-prima do gênero. A mágica existe, sim, mas poderia ter sido muito mais poderosa.
