A Freira

A Freira: Um Exorcismo de Expectativas em 2018 (e sete anos depois…)

Sete anos se passaram desde que, em 6 de setembro de 2018, me aventurei nas sombras úmidas de um convento romeno, para testemunhar o lançamento de A Freira. Lembro-me da expectativa, amplificada pela já consolidada franquia “Invocação do Mal”, e da posterior… decepção? Vamos lá, vamos desvendar essa história.

A sinopse, sem spoilers, é simples: uma freira se suicida em um convento isolado, e o Vaticano envia um padre atormentado e uma noviça em formação para investigar. O que eles descobrem, por trás das paredes dilapidadas e das sombras dançantes, é algo muito mais sinistro do que um simples caso de suicídio. Prepare-se para uma jornada por um terror que transcende a mera presença física, adentrando a própria essência da fé e do medo.

A direção de Corin Hardy, confesso, me deixou com uma sensação ambígua. Há momentos de real beleza visual, um trabalho primoroso de construção de atmosfera, especialmente nos cenários claustrofóbicos e opressores do convento. As imagens, em sua escuridão, evocam uma sensação de mal-estar que funciona muito bem. No entanto, a narrativa sofre de uma certa lentidão, um ritmo que, em vez de construir suspense, se arrasta em certos pontos, deixando o espectador impaciente. Gary Dauberman, no roteiro, comete o erro de priorizar sustos baratos em detrimento de uma construção sólida de personagens e um desenvolvimento mais orgânico do terror. É como se o filme tivesse medo de realmente mergulhar na escuridão.

AtributoDetalhe
DiretorCorin Hardy
RoteiristaGary Dauberman
ProdutoresJames Wan, Peter Safran
Elenco PrincipalTaissa Farmiga, Demián Bichir, Bonnie Aarons, Jonas Bloquet, Ingrid Bisu
GêneroTerror
Ano de Lançamento2018
ProdutorasNew Line Cinema, Atomic Monster, The Safran Company

As atuações são um ponto alto, especialmente Bonnie Aarons como a malévola Valak/A Freira. Sua presença imponente, a combinação de terror físico e psicológico, é memorável e absolutamente eficaz. Taissa Farmiga e Demián Bichir também entregam performances convincentes, apesar de seus personagens serem, francamente, um pouco rasos. Jonas Bloquet e Ingrid Bisu oferecem um suporte adequado, embora seus papéis sejam mais funcionais do que impactantes.

Os pontos fortes de A Freira residem na atmosfera opressora, na estética visual que evoca verdadeiramente o terror gótico e na performance inesquecível de Bonnie Aarons. O filme conquista em seu objetivo primordial: criar um ambiente aterrorizante. Porém, os pontos fracos são igualmente evidentes: o ritmo arrastado, um roteiro previsível e repleto de clichês, e uma trama que, apesar de tentar se inserir no universo “Invocação do Mal”, se sente um tanto desconectada.

O filme tenta abordar temas como fé, dúvida e a natureza do mal, mas o faz de maneira superficial. A exploração do medo e da crença religiosa se resume, em sua maioria, a elementos visuais e sonoros, sem uma profundidade temática significativa. A mensagem, se houver uma mensagem central, se perde em meio ao caos da narrativa.

Em retrospectiva, sete anos depois, A Freira não representa o ápice do terror cinematográfico, e entendo perfeitamente os comentários negativos que apontam para um ritmo lento e clichês. A comparação com outros filmes do universo “Invocação do Mal” é inevitável, e neste confronto, A Freira sai perdendo. Mas, justiça seja feita, o filme possui mérito em alguns momentos específicos – aquele suspense visceral, a atmosfera carregada – o suficiente para fazê-lo se destacar dentre outros filmes do gênero. Sua recepção, em 2018, foi uma mistura de opiniões, como pude verificar. Hoje, a avaliação permanece semelhante. Recomendo-o com ressalvas: se você procura um filme de terror com sustos garantidos e uma estética impecável, pode valer a pena. Mas se espera uma obra-prima que explore a fundo a psique humana e a natureza do mal, talvez seja melhor procurar outras opções. O legado de A Freira, acredito, reside mais em sua contribuição para o universo “Invocação do Mal” do que em sua própria originalidade.

Trailer Oficial

Capa do trailer de A Freira
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