A Guerra do Amanhã: Uma Viagem no Tempo que Vale a Pena?
Quatro anos se passaram desde que a Amazon Prime Video nos lançou de paraquedas em 2051, para uma guerra contra alienígenas que ameaçava a existência da humanidade. A Guerra do Amanhã, longa-metragem de Chris McKay, estrelado por um Chris Pratt em plena forma, chegou em 2 de julho de 2021, prometendo ação, ficção científica e muita adrenalina. E, apesar de suas falhas, o filme cumpriu boa parte da promessa. A sinopse, sem spoilers, é simples: em um futuro próximo, a humanidade está perdendo uma guerra contra uma raça extraterrestre implacável. Para mudar o curso da história, soldados e civis do presente são recrutados e enviados para o futuro, numa desesperada tentativa de virar o jogo. Dan Forester, interpretado por Pratt, um pai de família determinado, é um desses recrutas, e sua jornada pessoal se torna o fio condutor de uma trama repleta de reviravoltas.
A direção de McKay é eficiente, entregando cenas de ação grandiosas e bem coreografadas. A estética do filme é moderna, com efeitos visuais que, em 2021, impressionaram, apesar de hoje em dia já serem relativamente comuns. O roteiro de Zach Dean, porém, é onde o filme patina. A premissa é intrigante, a ideia de viajar no tempo para mudar o futuro é um clássico do gênero, mas o desenvolvimento da trama sofre com algumas incongruências e um ritmo um pouco irregular. Há momentos de puro suspense que prendem a respiração e outros que parecem arrastar-se sem necessidade.
As atuações são o ponto alto. Chris Pratt entrega uma performance convincente, mostrando a vulnerabilidade e a força de um pai lutando pela sobrevivência da filha. Yvonne Strahovski, como a Coronel Muri Forester, é imponente e segura, dando o contraponto necessário à fragilidade de Pratt. J.K. Simmons e Betty Gilpin também brilham em papéis menores, mas essenciais para a construção emocional da história. A química entre Pratt e Gilpin, que interpretam pai e filha, é palpável e contribui significativamente para o impacto emocional do filme.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Chris McKay |
Roteirista | Zach Dean |
Produtores | David Ellison, Adam Kolbrenner, Dana Goldberg, David S. Goyer, Don Granger, Jules Daly |
Elenco Principal | Chris Pratt, Yvonne Strahovski, J.K. Simmons, Betty Gilpin, Sam Richardson |
Gênero | Ação, Ficção científica, Aventura |
Ano de Lançamento | 2021 |
Produtoras | Skydance Media, Phantom Four, Lit Entertainment Group |
Entre os pontos fortes, destacam-se as criaturas alienígenas, de design inteligente e assustador. A criatividade aplicada à sua concepção e comportamento é algo que vale a pena ser destacado. Além disso, a exploração da relação pai-filha, tocada com sutileza e afeto, garante que o filme transcenda a mera ação explosiva, transmitindo uma mensagem de esperança e perseverança. Por outro lado, o roteiro, como já mencionado, peca por alguns furos de roteiro e momentos de previsibilidade. O final, embora satisfatório, não é exatamente surpreendente para quem já se aventurou em filmes do gênero.
A Guerra do Amanhã fala sobre a luta pela sobrevivência, o sacrifício familiar, a importância do legado e a responsabilidade de mudar o curso da história, ainda que isso implique em alterações profundas em seu próprio passado. É um filme que ecoa, de certa forma, os nossos medos modernos sobre o aquecimento global e as ameaças externas à humanidade. A aquisição do filme pela Amazon, como citado em algumas críticas, foi um investimento ousado considerando o seu custo, mas, no geral, a plataforma acabou por se sair bem, dando ao filme a visibilidade que ele merecia.
No geral, A Guerra do Amanhã é um filme de entretenimento eficaz, embora não seja uma obra-prima. A ação frenética, os efeitos visuais impressionantes e as atuações convincentes compensam as falhas no roteiro. Recomendo a experiência para quem busca um filme de ficção científica com boas doses de ação, e para aqueles que apreciam uma boa história sobre a relação pai-filha, com o peso da responsabilidade e a busca por um futuro melhor. Ainda que não tenha alcançado o sucesso que merecia no momento de seu lançamento, ele se mantém como um bom exemplo de entretenimento para uma noite de cinema em casa, principalmente nas plataformas digitais.