A Guerra dos Mundos: Uma Guerra Sem Glória?
Lançado no dia 30 de julho de 2025 no Brasil, A Guerra dos Mundos, protagonizado por Ice Cube, chegou aos cinemas com a promessa de um thriller de ficção científica que exploraria a paranoia da vigilância estatal em tempos de ciberguerra. A sinopse, sem spoilers, apresenta Will Radford, um analista de segurança cibernética que descobre que um ataque misterioso pode ser muito mais profundo do que parece, revelando segredos perturbadores sobre o governo americano. A premissa é atraente, evocando o clássico de Wells com uma roupagem contemporânea, mas a execução… bem, aí reside o problema.
A direção de Rich Lee, apesar de competente em criar uma atmosfera tensa em alguns momentos, peca pela falta de originalidade. A narrativa, apesar de se apoiar no conceito intrigante de screenlife – o que poderia ter sido um diferencial -, fica presa a um ritmo irregular, com momentos de suspense que se diluem em longas sequências de diálogos expositivos e previsíveis. O roteiro de Marc Hyman e Kenny Golde, embora apresente a ideia central de forma eficaz nos primeiros atos, se perde em subplots desnecessários e um final apressado que não justifica as quase duas horas de duração. Senti falta de uma maior exploração da relação de Radford com sua família, elemento que poderia ter enriquecido a jornada emocional do personagem.
O elenco, no entanto, merece elogios. Ice Cube, apesar de não ser conhecido por seu vasto espectro dramático, entrega uma performance convincente, transmitindo a frustração e a crescente desconfiança de Radford de forma eficaz. Eva Longoria e Clark Gregg complementam bem o elenco principal, embora seus papéis sejam, infelizmente, pouco explorados. O jovem Henry Hunter Hall, no papel do filho de Radford, rouba a cena em alguns momentos, mostrando um talento nato para a atuação.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Rich Lee |
Roteiristas | Marc Hyman, Kenny Golde |
Produtores | Patrick Aiello, Тимур Бекмамбетов |
Elenco Principal | Ice Cube, Eva Longoria, Clark Gregg, Iman Benson, Henry Hunter Hall |
Gênero | Ficção científica, Thriller |
Ano de Lançamento | 2025 |
Produtoras | Universal Pictures, Bazelevs, Patrick Aiello Productions |
Os pontos fortes do filme são, sem dúvidas, a premissa inicial e o elenco. A exploração do tema da vigilância em massa, tão pertinente nos dias atuais, é um trunfo. A cena de abertura, por exemplo, é realmente impactante. Porém, esses pontos positivos são ofuscados por uma série de fraquezas. O ritmo lento e previsível, a falta de desenvolvimento dos personagens secundários e um roteiro que se perde em seus próprios artifícios criam um filme que, apesar de ter potencial, não consegue entregar a experiência satisfatória que prometeu.
Uma das mensagens mais evidentes do filme é a crítica à opacidade do governo e a violação da privacidade individual em nome da segurança nacional. No entanto, a abordagem superficial do tema, e a falta de profundidade na exploração das consequências dessas ações, tornam a mensagem um pouco vazia. Fiquei com a sensação de que o filme estava apenas arranhando a superfície de um tema muito mais complexo e rico.
Em suma, A Guerra dos Mundos de 2025 é um filme mediano, que, apesar de suas falhas, não chega a ser um completo desastre. Acho que justifica uma sessão se você estiver procurando por um thriller de ficção científica com um elenco competente, mas não espere nada revolucionário ou memorável. A crítica que afirma ser “Uber trash” é, a meu ver, exagerada, mas a que o considera “bastante divertido com um roteiro criativo” é muito mais próxima da minha própria experiência. Para mim, é um filme que se sustenta pela premissa e pelo carisma de Ice Cube, mas que falha em atingir todo seu potencial. Recomendo apenas para fãs do gênero que não esperam uma obra-prima. Considerando a repercussão da data do lançamento (30/07/2025), acredito que a recepção crítica foi majoritariamente negativa, corroborando com a minha percepção.