A Liga Extraordinária

A Liga Extraordinária: Um Clássico Subestimado de 2003?

Olha, 2003 já faz um bom tempo. Estamos em 2025 e, analisando a filmografia de então, muitos filmes envelheceram mal, esmagados pela evolução da tecnologia. Mas A Liga Extraordinária, adaptação da aclamada HQ de Alan Moore, me pegou de surpresa numa recente revisão. Afinal, merece o esquecimento relativo a que foi relegado ou é um caso de injustiça crítica? A resposta, como a maioria das coisas na vida, é complexa.

A premissa, para quem não conhece, é deliciosa: no final do século XIX, uma ameaça global de proporções apocalípticas exige a formação de uma equipe de heróis literários. A Rainha Vitória convoca ninguém menos que Allan Quatermain, Mina Harker, Dorian Gray, o Dr. Jekyll e outros para salvar o mundo. E a aventura é exatamente tão épica e frenética como se espera. Há submarinos, perseguições em gôndolas por Veneza, conspirações internacionais, e doses generosas de ação – e, claro, um vilão com um plano sinistro envolvendo imortalidade e o domínio global. Uma sinopse que promete, e que, em parte, cumpre.

Stephen Norrington, na direção, tenta equilibrar a seriedade do enredo com uma pitada de humor, às vezes com sucesso, outras não. A estética steampunk, a fotografia, a construção de cenários – todos esses elementos contribuem para uma imersão no universo da obra original, lembrando, claro, que 2003 tinha suas próprias limitações em termos de efeitos especiais. Ainda hoje, algumas cenas de ação se sustentam muito bem.

AtributoDetalhe
DiretorStephen Norrington
RoteiristaJames Robinson
ProdutoresTrevor Albert, Don Murphy
Elenco PrincipalSean Connery, Naseeruddin Shah, Shane West, Peta Wilson, Stuart Townsend
GêneroFantasia, Ação, Thriller, Ficção científica
Ano de Lançamento2003
Produtoras20th Century Fox, Don Murphy Productions, Mediastream Dritte Film

Sean Connery, como o veterano e durão Allan Quatermain, rouba a cena com sua presença inquestionável, embora a idade esteja visível. Peta Wilson como Mina Harker, Naseeruddin Shah como um imponente Capitão Nemo e Stuart Townsend como Dorian Gray constroem personagens interessantes, embora o roteiro de James Robinson, por vezes, não os explore a fundo. Shane West como um Tom Sawyer inesperadamente pragmático é um diferencial, embora não tão marcante quanto outros personagens.

O filme, como outros da época, não escapou da crítica. Lembro-me de ler, em 2003, críticas que apontavam o roteiro como apressado e a trama como confusa. Em parte, concordo. Há uma certa pressa em desenvolver a narrativa, sacrificando a profundidade dos personagens e do conflito central em prol de cenas de ação espetaculares. A conclusão, embora resolva o conflito principal, deixa uma sensação de urgência excessiva. Mas, ao revisitar o longa-metragem em 2025, percebi que a “confusão” apontada na época talvez seja uma leitura limitada.

Em sua defesa, A Liga Extraordinária é um filme que tenta abarcar muito, desde a luta contra o tempo e a morte até temas de amor, redenção e a natureza da própria humanidade. O peso desses temas, às vezes, parece sobrecarregar o filme, mas também contribui para o seu apelo. No entanto, a ausência de uma exploração mais profunda desses temas é um ponto fraco notável, que se torna mais evidente em uma análise a posteriori.

A principal crítica, em retrospecto, seria mesmo o roteiro. Mas o que é um roteiro sem personagens carismáticos e efeitos especiais memoráveis para a época? E aqui está uma verdade inconveniente: se este filme fosse lançado hoje, com a tecnologia moderna à sua disposição, provavelmente seria bem mais aclamado. O CGI, embora não impecável, era inovador para a época e continua a ser um ponto alto da experiência.

Concluindo, A Liga Extraordinária não é um filme perfeito, longe disso. Mas é um filme divertido, visualmente impressionante para seu tempo e com um elenco fantástico. Recomendaria a qualquer fã de filmes de ação e aventura com uma pitada de fantasia e steampunk. Não espere uma obra-prima cinematográfica, mas sim uma aventura sólida e, no mínimo, peculiar, que merece uma segunda chance, especialmente na era do streaming, onde pode ser apreciado com uma perspectiva diferente da que era possível em setembro de 2003. Vale a pena dar uma olhada, especialmente para quem aprecia um bom filme de super-heróis “pré-MCU”, com um charme antiquado, mas com uma dose saudável de nostalgia.

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