Veldhuis & Kemper: We Moeten Praten – Uma Ode à Amizade (e aos Absurdos da Vida)
Quinze anos. Quinze anos se passaram desde que “We Moeten Praten” (Nós Precisamos Conversar), o longa-metragem de Veldhuis & Kemper, estreou em 2010. E, cá entre nós, o tempo só fez bem a essa pérola da comédia musical holandesa. Recentemente o revisitei e, apesar do meu cinismo usual, me vi sorrindo, às vezes gargalhando, em meio às travessuras musicais e à dinâmica hilária da dupla que dá nome ao filme.
A trama, sem revelar muito, acompanha Remco Veldhuis e Richard Kemper, interpretando versões (aparentemente) ficcionais de si mesmos, em meio a uma série de situações cotidianas, mas absurdamente engraçadas. O filme é uma montanha-russa de piadas rápidas, momentos musicais despretensiosos, e uma exploração genuína – e às vezes desconcertante – da amizade entre os dois. A presença de Wieke Garcia, Phaedra Kwant e Lydia van der Meer adiciona camadas interessantes à narrativa, enriquecendo as peripécias dos protagonistas.
A direção de Joep Krijnen e Geert Lageveen é, no mínimo, eficiente. Eles compreendem perfeitamente a energia peculiar de Veldhuis & Kemper e traduzem isso para a tela com uma leveza admirável. Não há pretensão, nem tentativa de reinventar a roda – o que, no caso, é uma virtude. A câmera acompanha a dupla com naturalidade, capturando a espontaneidade das performances, e a edição ágil evita que a energia caia.
Atributo | Detalhe |
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Diretores | Joep Krijnen, Geert Lageveen |
Roteiristas | Richard Kemper, Remco Veldhuis |
Elenco Principal | Remco Veldhuis, Richard Kemper, Wieke Garcia, Phaedra Kwant, Lydia van der Meer |
Gênero | Comédia, Música |
Ano de Lançamento | 2010 |
Produtoras | PIAS Group, Katholieke Radio Omroep (KRO) |
O roteiro, escrito pelos próprios Veldhuis & Kemper, é a alma do filme. Há uma inteligência nos absurdos apresentados que não se encontra em muitas comédias. É uma comédia que se sustenta na observação aguçada do cotidiano e na transformação de momentos banais em situações hilariantes. As letras das músicas, embora simples, são pontuais e funcionam como um extension da comédia, elevando os momentos mais importantes e intensificando o humor, em vez de diminuí-lo.
Mas vamos falar da atuação. Remco e Richard não apenas interpretam papéis, eles são eles mesmos, ampliados e caricaturizados, porém totalmente críveis. A química entre eles é palpável e transborda para a tela. É essa autenticidade que torna o filme tão cativante. É a amizade verdadeira retratada na tela que transcende qualquer defeito técnico ou narrativo.
No entanto, não seria justo ignorar alguns pontos fracos. A trama, por ser fragmentada em esquetes, pode não agradar a todos. Alguns podem achar a ausência de um arco narrativo tradicional um problema, embora eu discorde. A força do filme reside em sua espontaneidade e humor, e não em uma trama elaborada.
A mensagem? “We Moeten Praten” é, acima de tudo, uma ode à amizade, com suas imperfeições e contradições. É uma celebração dos momentos bobos, dos encontros inusitados, daquilo que torna a vida um tanto quanto absurda, mas, em sua própria loucura, bela e divertida.
Concluindo, “We Moeten Praten” é um filme que eu recomendo a todos que apreciam uma boa comédia leve, com pitadas de música e muito coração. Em 2025, ele continua sendo uma experiência deliciosa e, para mim, uma prova de que a simplicidade, quando bem executada, pode ser verdadeiramente extraordinária. Encontre-o nas plataformas digitais e permita-se rir um pouco – você vai precisar.