A Maldição de Bridge Hollow: Uma Doce Travessura de Halloween para a Família
Ah, o Halloween! Aquela época mágica do ano em que o véu entre os mundos parece mais tênue, e o cinema nos presenteia com fantasmas, monstros e, sim, muitas risadas. Em meio a tantos clássicos assustadores e comédias de bruxas, um título que me chamou a atenção alguns Halloweens atrás, e que revisito com prazer hoje, em setembro de 2025, é A Maldição de Bridge Hollow. Não se engane pela capa que pode sugerir mais uma aventura genérica; este filme do diretor Jeff Wadlow (que, devo dizer, tem um histórico interessante, transitando entre o terror mais sério e a ação) é uma celebração divertida e surpreendentemente charmosa do espírito da festa.
O longa-metragem nos convida a uma pitoresca cidade, Bridge Hollow, que vive e respira Halloween como nenhuma outra. É nesse cenário que somos apresentados à família Gordon, recém-chegada. Howard Gordon, interpretado por um Marlon Wayans que se reinventa de forma notável aqui, é um pai superprotetor e cético que só quer sossego. Sua filha, Sydney (a talentosa Priah Ferguson, em mais um papel que demonstra seu carisma), é o oposto: curiosa, aventureira e pronta para abraçar o mistério da cidade. O conflito é a receita perfeita para o caos quando um espírito travesso, o Mola Ott, decide que é hora de dar vida às decorações de Halloween de toda a cidade, transformando um festival festivo em um pandemônio de abóboras animadas, zumbis de plástico e aranhas gigantes de borracha ganhando vida própria. É essa premissa que joga pai e filha em uma corrida contra o tempo para salvar Bridge Hollow antes que a noite de Halloween se torne permanentemente assombrada.
Jeff Wadlow, ao assumir a direção de um roteiro assinado por Robert Rugan e Todd Berger, mostra uma mão leve e um entendimento claro do público-alvo. O filme transita com agilidade pelos gêneros de aventura, comédia, terror (leve, claro, digno de classificação familiar) e drama familiar sem escorregar demais em nenhum deles. A direção é vibrante, utilizando as cores e a estética do Halloween para criar um mundo visualmente atraente e cheio de energia. As cenas em que as decorações ganham vida são um deleite visual, misturando efeitos especiais competentes com uma dose saudável de humor físico.
Atributo | Detalhe |
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Diretor | Jeff Wadlow |
Roteiristas | Robert Rugan, Todd Berger |
Produtores | Nathan Talbert Reimann, Rick Alvarez, Marlon Wayans |
Elenco Principal | Marlon Wayans, Priah Ferguson, Kelly Rowland, John Michael Higgins, Lauren Lapkus |
Gênero | Aventura, Comédia, Terror, Família |
Ano de Lançamento | 2022 |
Produtora | Ugly Baby Productions |
No coração de A Maldição de Bridge Hollow está, sem dúvida, a dinâmica entre Marlon Wayans e Priah Ferguson. Wayans, conhecido por suas comédias mais… digamos, “adultas”, nos surpreende aqui com uma atuação mais contida, porém, ainda assim, hilária. Ele encarna o pai relutante, cético e um tanto atrapalhado com uma honestidade que é fácil de se identificar. Sua transição de um pai que prefere a lógica a abraçar o inexplicável é um dos pontos altos da narrativa. Priah Ferguson, por sua vez, entrega uma performance cheia de energia e inteligência, sendo o contraponto perfeito para Wayans. A química entre os dois é palpável, e é o motor emocional que faz a história funcionar. Kelly Rowland, como Emily Gordon, e os coadjuvantes John Michael Higgins e Lauren Lapkus, adicionam camadas de apoio importantes, mas é a dupla central que rouba a cena.
Os pontos fortes do filme são muitos: o espírito inegável de Halloween que permeia cada quadro, a comédia familiar que funciona para todas as idades (com piadas inteligentes para os adultos e situações visuais engraçadas para os pequenos), e a mensagem tocante sobre a importância de se conectar com a família e abraçar o lado mágico da vida, mesmo quando se é um adulto “pé no chão”. A aventura é empolgante, e o ritmo, ditado por uma boa edição, não deixa a peteca cair. A ideia de uma “cidade amaldiçoada” onde o Halloween ganha vida é executada com entusiasmo contagiante.
Claro, nem tudo é perfeito neste caldeirão mágico. Se há um ponto em que A Maldição de Bridge Hollow pode ser criticado, é talvez pela previsibilidade em alguns momentos do roteiro. Para um olho mais treinado em narrativas de aventura e comédia, algumas reviravoltas podem ser antecipadas. Além disso, o elemento “terror” é tão diluído que os fãs de sustos genuínos podem se sentir um pouco desapontados, mas isso é, no fim das contas, uma escolha intencional para manter o filme acessível a todos os membros da família. Marlon Wayans, que também é um dos produtores, mostra seu envolvimento e paixão pelo projeto, e isso se reflete na atmosfera geral do filme, que é leve e divertida.
A Maldição de Bridge Hollow não busca reinventar a roda dos filmes de Halloween, mas sim oferecer uma experiência calorosa, divertida e cheia de boas vibrações. Os temas de família, união, e a aceitação do lado mais fantasioso da vida são apresentados de forma orgânica e com um charme genuíno. É um lembrete de que, às vezes, a melhor maneira de superar os desafios – ou um espírito travesso – é abraçar a imaginação e trabalhar junto.
Em conclusão, se você está procurando um filme para assistir com a família nesta temporada de Halloween (ou em qualquer momento em que a saudade da data bater), A Maldição de Bridge Hollow é uma excelente pedida. É uma aventura aconchegante, engraçada e repleta daquela energia vibrante que faz a festa mais assustadora do ano ser tão amada. Recomendo fortemente para quem busca diversão leve, risadas garantidas e uma boa dose de espírito de Halloween. Prepare a pipoca e deixe-se levar por esta doce travessura!